quarta-feira, janeiro 19, 2005

Iram

Já aqui escrevi sobre os "Prauntos! Já comestes? Obrigadinhos!!!", mas a última calinada da moda é o "iram". Como quem diz "uns contactos que iram resultar em negócio", acho que é uma alusão àquele país do médio oriente, que os americanos querem atacar a seguir, mas dito em português do Brasil – o Iram. É que se fosse em português de Portugal escrever-se-ia "Irão", tanto o país, como a palavra em questão.

Mas há quem goste de colocar o "am" em vez do "ão" na terceira pessoa do plural no tempo verbal do futuro do indicativo de alguns verbos. O que pode ser até confuso, pois de futuro passa a passado, como "caminharão" e "caminharam". Mas "prauntos", também há quem se esqueça do acento em "comprámos" e passe de passado a presente para "compramos".

Mas para quem lida com engenheiros todos os dias, como eu, há uma série infinita de calinadas, de que até se pode fazer colecção e até criar padrões de linguagem, muito próprios da classe. Os engenheiros têm o dom de não se preocuparem com a perfeição, porque o que interessa é que o produto acabe feito e não que seja perfeito (excepto os engenheiros alemães).

Assim há aqueles típicos, como não colocar o 'h' quando se diz "há algum tempo", mas usá-lo em "há excepção de" ou "devido há urgência", porque não há tempo, mas há urgência, e acima de tudo, há excepções. E depois há montes de "requesitos", que "está-se a estudar", para "colecionar" de modo a que a "equipe" "intreperte" ou "sentir-se-hão" "perssionados".

"Percebestes"? "Obrigados" pela atenção!

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