sexta-feira, agosto 29, 2008

Escala de Scoville ou SHU


Uma coisa que sempre gostei (e não tenha eu nascido em Moçambique) foi de picante!
Piri-Piri deve ter sido das primeiras palavras que o meu pai me ensinou (logo depois de famba ti conza nauéne... Que não vou dizer aqui o que quer dizer! Mas vejam pistas neste glossário). E uma coisa que sempre me intrigou foi aquela coisa de "este caril é mais picante que o outro" ou "esta comida está muito picante", quando a mim nem sequer me sabia a picante. Fiquei sempre na dúvida se se perdia a sensibilidade ao picante se se comesse mais picante (e há estudos que dizem que sim) ou se há pessoas mais sensíveis ao picante que outras de nascença.

Pois bem, numa investigação rápida vi que o picante é provocado por uma substância chamada de Capsaicina que em contacto com as membranas mucosas provocam uma sensação de irritabilidade e ardor igual à de uma queimadura, sem provocar qualquer dano ao tecido com que entra em contacto. Ou seja, o cérebro recebe sinais iguais àqueles que recebe quando nos queimamos, mas sem nos queimarmos.

Pois bem, mas o meu interesse era saber se haveria alguma forma de medir o que provoca essa sensação e acontece que descobri que existe mesmo um meio de medir o picante de certos alimentos e chama-se Escala de Scoville e mede-se em SHU (Scoville Heat Units). Originalmente, em 1912, o método consistia em diluir o alimento num líquido e dá-lo a provar a 5 humanos, até ao ponto que nenhum deles sentisse o picante. Porém isso tornava o método dependente do gosto dos humanos escolhidos e hoje em dia é usado um outro método mais cientifico que mede as partes para milhão da concentração de Capsaicina.

Algumas espécies de Piri-Piri podem ter como medida de picante uns 175.000 SHU.
O pimento normal tem 0 de SHU e o alimento natural mais picante (consta no Guiness) é a Naga Jolokia uma espécie de piri-piri do Bangladesh, que ostenta uns invejáveis 855.000 SHU. A Capsaicina pura terá uns 15.000.000 a 16.000.000 SHU e o gás pimenta (aquele usado para defesa pessoal) pode chegar aos 2.000.000 a 5.300.000 SHU (ou seja espremer 10 piri-piris nos olhos).

Por fim, Apesar de haver um método para medir o (potencial) picante de cada alimento a sensação continuará a depender da sensibilidade de cada um. Mas aprendi uma coisa a Capsaicina não se dilui em água, por isso não adianta de nada beber água com comida picante. Imaginem que se deve beber leite! Mas o melhor é esperar, porque a sensação desaparece ao fim de algum tempo.

Bom apetite!

quinta-feira, agosto 28, 2008

Portugueses só trabalham em 69% do dia

Estudo
Portugueses só trabalham em 69% do dia
Por Andreia Félix Coelho

Os portugueses são dos europeus que menos produzem em função das horas de trabalho diário. De acordo com um estudo da Canon sobre produtividade, os portugueses são produtivos em apenas 5,8 das 8,4 horas que, em média, trabalham por dia

De acordo com um estudo encomendado pela Canon sobre produtividade, realizado com mais de cinco mil colaboradores de empresas de 18 países europeus, os portugueses são produtivos em apenas 5,8 das 8,4 horas (69%) que, em média, trabalham por dia.

No topo da produtividade surgem os alemães com uma produtividade média de 6,5 horas de um total de 8,3 horas diárias (78%). Menos produtivos do que os portugueses só os espanhóis com uma produtividade de 5,7 horas de um total de 8,3 horas diárias. A média europeia situa-se nos 74%.

Os portugueses elegem o período após o almoço e o início da manhã como os momentos menos produtivos. 39% dos portugueses revela dificuldades em trabalhar a 100% após o almoço, percentagem próxima dos franceses que assumem a liderança neste capítulo, em que 51% dos entrevistados refere que tem quebra de produtividade quando regressa da refeição.

60% dos portugueses invoca o estado letárgico pós refeição e 19% o tempo que despende na consulta e envio de emails para explicar a sua quebra de produtividade, seguindo aqui a tendência europeia verificada no estudo.

Pior do que após a hora de almoço só mesmo o início da manhã, com os portugueses, à semelhança dos congéneres europeus, a considerá-lo como um momento de menor produtividade. 26% dos portugueses entrevistados responsabiliza o tempo que precisam para se tornarem activos no trabalho e 19% o tempo despendido na consulta e envio de emails.

A par da variação da produtividade ao longo do dia, o inquérito revela também flutuações em função do dia da semana e do mês do ano. Entre, os europeus, a terça-feira é o dia da semana considerado mais produtivo e a sexta-feira o menos produtivo.

Para os portugueses, o dia de terça-feira é também o mais produtivo (18%). O mesmo não acontece com o dia menos produtivo que neste caso é a segunda-feira (36%), o valor mais elevado entre os países europeus.

Julho e Dezembro são, por outro lado, classificados como os menos produtivos pelos colaboradores entrevistados, embora no caso português o mês de Dezembro seja substituído pelo mês de Agosto. Aqui, 50% dos entrevistados europeus refere não ter diferenças de produtividade em função do mês do ano.

O estudo do ICM Research analisou ainda qual a pausa perfeita durante um dia de trabalho que melhor permitiria aos colaboradores melhorar a produtividade. Entre os portugueses, a pausa para conversar com os colegas (16%), exercício físico (15%), café (16%) e sesta (17%) são apontados como as pausas ideias seguindo assim a tendência dos restantes países europeus

Identificados os momentos e os motivos da menor produtividade, os entrevistados foram confrontados com o que os tornaria mais ou menos produtivos. E aqui, se o reconhecimento interno (85%), bónus e outros incentivos (80%) e a flexibilidade de horários (68%) são considerados os melhores meios para melhorar a produtividade entre os colaboradores, as salas de jogo, bar ou almoços mais longos são tidos como inimigos da produtividade.

Tecnologia e Produtividade

O estudo encomendado pela Canon vem igualmente colocar em relevo a relação entre a tecnologia utilizada nas empresas e os índices de produtividade. 61% dos entrevistados admite que a melhoria no domínio das tecnologias de informação iria melhorar a sua produtividade.

O inquérito revela que 46% dos entrevistados refere que melhorias nas impressoras utilizadas teriam impactos positivos na produtividade. Dois em cada três entrevistados consideram que o tempo de espera pelas impressões os torna menos produtivos.

Com 48%, os portugueses são dos europeus que mais afirmam que esta situação tem impacto negativo na sua produtividade. 46% dos entrevistados referem que melhorias nas impressoras utilizadas os tornariam mais produtivos. Esta percentagem atinge em Portugal os 58%, a mais elevada entre os países analisados.

A par das melhorias nas impressoras, o grau de conhecimento e domínio das mesmas é igualmente apontado como um calcanhar de Aquiles e com relação directa com a produtividade nas empresas. Um quarto dos entrevistados refere que não se sente preparado para utilizar a sua impressora do escritório.

É no Reino Unido, Espanha e Portugal que esta percentagem atinge os valores mais altos com cerca de 1/3 dos entrevistados a revelar falta de conhecimento para trabalhar com a impressora do escritório.

in Sol, 28 Agosto 2008 >>