quarta-feira, março 31, 2004

Prauntos! Já comestes? Obrigadinhos!!!

Há coisas que me enervam. Eu nem escrevo nenhum português rebuscado e aliás uso o corrector ortográfico para não dar grandes calinadas. Mas, falho a pontuação, as vírgulas têm tendência a não existir e o vocabulário anda pela rua da amargura. Desde que falo mais inglês que português, que o meu vocabulário de ambas as línguas se cinge a meia centena de vocábulos. (Aliás agora até japonês ando a aprender).

Mas isto tudo por causa das calinadas que me enervam. Aqui à volta de Aveiro é normal dizer-se a segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo de um verbo com um 's' no fim: "tu fostes", "tu olhastes", "tu entornastes", "tu saístes", "tu beijastes", "tu quisestes", "tu cagastes" etc... Eu sei que todas as outras formas verbais na segunda pessoa do singular têm um 's' no fim, mas esta não. Mas, pior é escrever as mesmas palavras com hifen: "fizes-tes", "perguntas-te", etc... Como alguém que me escreveu no outro dia "Fizes-te bem em expor a tua posição". Que nervos!!!!

Também me enerva o "Prauntos" e ainda mais o "Obrigados" e "Obrigadinhos". Soa a má onda! Má vontade! Mal agradecidos! Que nervos!!!!

Isto fez-me lembrar uma vez que fui a uma entrevista a Lisboa, com o Pipa, e quisemos ir visitar o estádio de Alvalade, como bons sportinguistas. Perguntámos ao segurança, no INETI, onde decorreu a tal entrevista, qual o melhor transporte para lá chegar. Ele começou a falar e nós interrompemos a dizer que queríamos ir para a famosa porta 10A. Ele disse "Mais prupriamente para a porta 10A..." (o "prupriamente" é propositado). Um aparte!

Para acabar estas coisas, há ainda os regionalismos, que não me enervam mas que me fazem sempre rir. Sempre que vou ao Porto e oiço as pessoas a falar dá-me vontade de rir. É impressionante como vivi lá tantos anos e hoje rio-me do sotaque que antigamente era normal. E no Alentejo? É sempre diferente. E mesmo em Foz Côa que, se fico lá algum tempo, volto a cantar e a pôr um 't' antes de todos os 'ch's.

Mas o sotaque de Lisboa enerva-me. Aquela maneira de falar sem abrir a boca e dizer "Treuze" (13) e "Tiu" (tio). É muito melhor quando oiço um "Curenta" (40) , "Aqui há atrasado" (esta mata-me) ou "Engelhei o fato"... Lindo! Em qualquer parte do mundo!

O estranho caso do escritor que me entrou pelo blog adentro!

Obrigado Carneiro! Uns sabem escrever e outros têm a mania que sabem fazer desenhos, cartazes e sites.

Posso falar naquela série que vai dar na RTP1 à segunda à noite, a partir do dia 12 de Abril e cujo nome previsto é qualquer coisa como "A Grande Aposta" e cujo guião andas a escrever? Oh! Já falei... Em vez de nos divertires com as histórias do teu bigode e com o teu blog andas a querer ganhar dinheiro a escrever guiões de séries em que não há mortos. Onde é que isto vai parar...

Para quem não sabe o homem é aquele tipo que escreveu um livro com o nome sugestivo de "O Estranho Caso Da Boazona Que Me Entrou Pelo Escritório Adentro". Tem a mania que sabe umas artes marciais quaisquer, cujo nome parece "Miete mo Pau" (coisas de gays) e que todas as vezes que se embebeda consegue repetir insistentemente a mesma frase até à exaustão ("Tanta coisa, tanta coisa", "Thank you very much, I love you all" e "Fo**-**, Cara***" são algumas das mais conhecidas).

Mas pronto, prometo não partir nenhum braço no Gerês. E apesar de se beber vinho com os yogis não há grandes bebedeiras a assinalar, pois no yoga não se deve deixar que o vinho altere a nossa consciência.

Se quiseres aparecer, já sabes, estamos na casa do Peter em Rio Caldo (a grande).

Aliás, deixa que te diga, ó Rui:

Está aqui um blog que manda pintarola!...

Yoga no Gerês?

Como já fizeste de tudo no Gerês... Só falta o Yoga, realmente... Também gostava de ir.
A gente fazia uma valente jantarada e apanhava uma bezana com o resto dos yoguistas e tal... pá desgraça....

terça-feira, março 30, 2004

: : : 1-big-O [v1.0]

Fim de Semana de Yoga no Gerês


A minha última criação - o cartaz do fim-de-semana de Yoga no Gerês. A foto da cascata é minha, também! É aqui da Cabreia, em Sever do Vouga.

Vejam lá se sabem onde vou estar nesse fim-de-semana?

segunda-feira, março 29, 2004

Encadeamentos lógicos de acções...

É engraçado como, por vezes, os encadeamentos lógicos de acções, ao princípio banais, atingem, por vezes, proporções gigantescas.” Assim dizem os Ena Pá 2000, já vai para 20 anos!

Isto tudo para vos contar uma história que se passou há cerca de um ano e meio e que fez com que conhecesse o Ken e a Sue, um casal de ingleses que um dia se encantaram como o nosso país e com a simplicidade de viver numa casa perdida no meio da montanha, no sítio que, para nós, parece o menos provável possível.

Em Julho de 2002, à entrada da manga de acesso para o avião da TAP que me iria trazer de Heathrow para o Porto, enquanto esperava que o tipo do altifalante chamasse a minha fila, apareceu um bando de gente extravagante e bonita. Eram os Lamb, que vinham actuar ao Festival de Vilar de Mouros, nesse fim-de-semana.

A Louise Rhodes é uma mulher mesmo muito bonita e simpática. Vista à distância, num concerto, parece um anjo com voz de demónio. Porém, ao perto é um ser verdadeiramente angélico. Sim, porque eu fui pedir-lhes um autografo, a ela e ao Andy Barlow, que ainda hoje guardo no cartão de embarque. E claro que falámos da célebre passagem deles pelo festival de Paredes de Coura em 1999, em que o Andy decidiu pegar-se à pancada com os roadies dos Suede.

Voltando ao meu lugar de espera pelo embarque, perguntei a um casal de ingleses que ali estavam se já tinham chamado a minha fila (sim, em Heathrow às vezes chamam por filas) e o tipo, de cara de brincalhão, típico inglês, disse com ar de gozo que apenas chamaram as crianças, porque elas eram as primeiras a saltar em caso de acidente. Foi o começo de uma amizade que ainda hoje persiste.

Eles não eram do tipo calado e eu, como viajante só, estava com vontade de falar com pessoas, de outras coisas que não fosse trabalho, uma vez que era por isso que ali me encontrava. A conversa começou com o normal “De onde és?” ao que respondi “De Portugal”... Eles riram-se porque pelos vistos, se era evidente que eles eram ingleses, eu também não deixava dúvidas de que era português. Mas, quando disse que era de Aveiro a surpresa ainda foi maior, pois eles iam precisamente para a região, onde estavam a tratar de construir uma casa.

Eles estavam fascinados com Portugal e sobretudo com o lugar onde iam construir a casa, de seu nome Alombada. Chegaram-me a dizer “I Love Angeja”, que para mim ultrapassava todos os limites do fascínio, pois Angeja é possivelmente a aldeia mais sem graça possível do concelho de Albergaria-a-Velha, ali mesmo ao lado do IP5, esmagada entre o Vouga e a montanha. Aliás a conversa nasceu precisamente porque a única coisa que Angeja tem de interessante é o melhor tasco de Leitão do país, batendo aos pontos qualquer outro que conheçam. Imaginem uma verdadeira tasca, cujo dono assa leitão e que fica precisamente a meio da normal volta de BTT. (Apontem Casa dos Leitões 234 911 259)

Mas, voltando ao Ken e à Sue. Desde essa altura já nos encontrámos em Reading por duas vezes, uma vez que eles viviam em Basingstoke (a apenas 30km) e desde à quatro meses que vivem na Alombada. Ah! Esqueci-me de vos contar que Alombada é um lugarejo com meia dúzia de casas, no meio de um eucaliptal e cujo nome deve ter evoluído do facto de que a subida para lá chegar é mesmo íngreme e que dava cabo do lombo, de qualquer um, lá chegar. A mim doeu-me, quando lá passei de BTT há uns anos e quando a estrada ainda não era alcatroada. Ainda hoje entre os praticantes de BTT da altura, se fala do cruzeiro que tem no cimo da subida e que nos fazia pensar que tínhamos chegado ao purgatório, tal era a dificuldade da subida.

Ontem fomos jantar lá a casa um belo de um caril (o prato mais tradicional inglês nos dias de hoje) e beber um vinho novo de uva americana, uma coisa que já não se vê em qualquer lado. Aliás a Sue pensou, da última vez que lá estivemos, que não tínhamos gostado do vinho, tal foi a nossa surpresa quando o provámos. Já não bebia um néctar daqueles desde os meus tempos de miúdo.

Como vêm coisas simples como uma conversa no corredor de embarque à entrada de um avião, onde estão centenas de pessoas, no aeroporto mais movimentado da Europa, pode resultar em coisas agradáveis como uma amizade. Isto tudo para voltar a falar em mudanças de vida e em como as oportunidades se criam. O Ken e a Sue, um casal nos seus cinquentas, deixaram os filhos e decidiram viver em Portugal, onde iniciam de novo a vida ao criar um negócio de aluguer de casas a turistas, numa aldeia perdida lá nas montanhas de Águeda. E com sucesso, pois a casa ainda não está pronta e está alugada quase o verão todo. Só no mercado internacional.

Como vêm o meu sonho até tem viabilidade. Querem ser investidores?

sexta-feira, março 26, 2004

Beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses!

Segunda (ou domingo) eu volto. Leiam a entrevista à Filipa no Independente...

E bom fim-de-semana!

É preciso mudar para que tudo se mantenha!

Mas, esta semana houve mais novidades aqui no emprego.

Hoje foi anunciada uma nova estrutura de gestão dos trabalhos em que no fundo, e como diz o meu chefe, “se baralhou e voltou a dar” e bem espremidinho pouco ou nada muda. Deram-se nomes novos aos cargos, anularam-se uns e criaram-se outros, mas...

A mudança mais uma vez

Quarta, quando aqui cheguei (lembram-se que estive em formação segunda e terça?) tinha um e-mail (de segunda) a anunciar que um colega inglês que sofria de uma doença de seu nome Gender Identity Dysphoria (GID), se ia embora, hoje, de férias com o nome de Keith e que voltaria daqui a um mês, mas já com o nome e aspecto de Kate. O director dos recursos humanos da organização na Europa pedia a compreensão de todos para o difícil processo de mudança que o Keith/Kate iria passar.

Logo de seguida, o/a Keith/Kate dizia que durante anos negou a sua condição, que acima de tudo era apenas uma discordância entre o interior e exterior dele/a. Aparentemente, e segundo ele/a a única solução para a doença era a mudança do aspecto exterior.

Claro, que em Portugal, a única solução era a mudança do aspecto interior e se assim não fosse a mensagem do director de recursos humanos era algo como “O nosso colega vai-se embora hoje e nunca mais volta” ou “O maricas do Keith a partir de hoje deixa de trabalhar para a empresa na condição de engenheiro e voltará daqui a um mês como empregada da limpeza com o nome de Kate. Agradeço a vossa compreensão e não lhe cuspam.

Cada um tem o país que merece e mais uma vez a mudança não encaixa neste.

terça-feira, março 23, 2004

Quedas fortes!

A semana passada caí a fazer o Sirsasana (para quem não sabe é aquela posição de Yoga de cabeça para baixo) e dei cabo do indicador da mão esquerda. Nada de grave, não fosse o dedo ter ficado negro e com o dobro do tamanho normal. Mas não me impediu de fazer os tais 22km de Vaynessa no fim-de-semana. Estava tão bem que me esqueci completamente que o dedo estava naquele estado.

Tudo isto para dizer que às vezes quando julgamos que já somos bons em algo é quando caímos mais depressa. É uma coisa que já aprendi há algum tempo ao andar de bicicleta. A maioria das quedas acontecem nas partes em que estamos mais relaxados e onde o perigo é menor, tudo porque achamos que não há perigo.

O mesmo acontece na vida profissional. É por isso que não me canso de tentar aprender coisas novas e de procurar sempre fontes de conhecimento. A tecnologia está a andar depressa demais para quem está sentado no sofá. Há muita gente que não pensa da mesma maneira e surpreende-me que algumas pessoas na empresa onde trabalho, não procurem adquirir conhecimentos na área onde trabalham, porque toda a vida foram engenheiros. Surpreende-me que nos dias de hoje oiça coisas como “Eu nem concordo com este tipo de formação” ou “Eu tenho formação! Ainda há pouco tive uma formação de dois dias sobre isso”.

Eu não digo que todos os gestores tenham que ter um MBA ou que todos os engenheiros tenham um mestrado ou doutoramento (eu não tenho, ainda) mas não compreendo que haja pessoas que não compreendam que podem estar errados e que não procurem saber mais sobre a área onde trabalham. Aliás quando afinal vão a formações de dois dias e vêem todos excitados com o que aprenderam.

Há dias no Expresso saiu um artigo de opinião que dizia precisamente que o mal dos gestores em Portugal era a falta de formação e que muitos deles chegavam a esse cargo porque tinham algum carisma ou eram bons líderes, e uma vez lá não procuravam evoluir. E quando se chega a gestor sem nenhuma dessas qualidades?

Bem, isto faz-me lembrar uma frase que o Miguel me mandou no domingo via SMS e que dizia “Os obstáculos do caminho dos fracos são as pedras que pavimentam o caminho dos fortes” de Thomas Carlyle. (Suponho que deve ter lido uma das minhas lamuriantes crónicas que aqui escrevi. Obrigado, Miguel!)

E se os fracos nem sequer encontram obstáculos? Quem é que os vai derrubar?

Eu acabei hoje mais uma formação de UML (não interessa) em que aprendi coisas de que não estava à espera e estou feliz... Como diz a Cláudia é preciso “não deixar passar o tempo”.

Bem! Na verdade não estou muito feliz porque amanhã volto ao trabalho normal...

segunda-feira, março 22, 2004

Tempo

Passamos a vida a queixar-nos que não temos tempo para nada! E depois há gajos como o Rui que têm tempo para escrever crónicas, gerir sites, fotografia, bricolage(!), etc, etc... E eu, que vivo com o gajo, pasmo!

Ontem chegámos tarde e cansados. Eu comi qualquer coisa, vi um bocado de tv, preparei as coisas para hoje ir trabalhar e cama! Agora chego a casa e vejo um post a relatar o fds, escrito ontem à noite! Definitivamente tenho que rever as minhas prioridades. E não deixar passar o tempo.

domingo, março 21, 2004

Amigos são para sempre

Estou a acabar de chegar de um fim-de-semana fora. O primeiro (sem contar uma ida a Foz Côa e os normais fins de semana de visita aos pais) desde a passagem-de-ano que saímos de casa. Há três meses que não gastávamos dinheiro em saídas de fim-de-semana, jantares e passeios com os amigos. Há três meses que não me divertia tanto. Obrigado Anésio, Geni, Joana e Armando. E Cláudia, claro.

Fomos para Caminha. Mais precisamente para a Mata do Camarido. Uma mancha de pinheiros entre Caminha e Moledo, ali na foz do Rio Minho, mesmo deste lado da Galiza. Um sítio muito sossegado, por sinal mesmo ao lado de onde passámos a passagem-de-ano (Cristelo).

O fim-de-semana começou com um queijo de dieta e umas garrafas de Quinta da Ervideira (para balancear). E acabou com um fino no bar do Che Guevara em Ponte de Lima. Pelo meio ainda houve tempo para um chouriço assado em bagaço no cimo da Serra da Agra (Agra de Baixo), ficaram 15km de subida em BTT (num total de 22km que fizemos no sábado e que ainda me fazem doer as pernas, mas que me enchem os pulmões), muitos tremoços e muita boa disposição. Ah! Os tremoços comeu-os todos a Joana, que tem dois aninhos mas que já sabe o que é estar numa esplanada ao pôr-do-sol.

O que me soube melhor do fim-de-semana foi a volta de BTT. Há quase um ano que não andava assim... Ou mais! Acho que a última vez foi no Gerês que subimos às minas das Sombras em Espanha e acabámos a descer das minas dos Carris já em Portugal, num misto de BTT e rafting tal era a quantidade de chuva que caia e que não nos deixava ver as pedras do caminho. Mas voltemos à volta de sábado. Começámos a subir ao miradouro de Perrinchão (acho que se chama assim) em Moledo e daí subimos ao marco geodésico (para quem não sabe são aquelas coisas que os militares põem no cimo dos montes para se orientarem). A vista era fantástica, sobre Moledo e até Afife do lado sul e Santa Tecla do lado norte.

Aí decidimos delinear um caminho e ao longe vimos uma antena muito longe, mesmo muito longe. O Armando (que anda doido com a sua nova GT e a gostar de andar de bicla como nunca lhe vi) gritou logo “Eu às antenas não vou”. Passámos por elas algum tempo depois já depois de termos cruzado por alguns trilhos espectaculares e na derradeira subida a caminho do Santo Antão, sobre Caminha.

Acima de tudo foi o prazer de subir (parece de doidos, mas é verdade) que me agradou na volta. As vistas eram tão bonitas que apetecia sempre subir mais alto para se poder apreciar melhor. E em termos da própria confiança em mim, foi óptimo ver que ainda consigo subir bem na minha Vaynessa e ver que ainda me divirto a fazer coisas simples como andar de bicicleta com os meus amigos numa bela tarde de sol. Porém a confiança de outros tempos nas descidas ainda precisa de algum limar de arestas. Espero que a gana do Armando nos faça andar mais vezes, a mim e ao Anésio.

Ah! Depois de descer e de beber um copo numa esplanada (com tremoços) ainda fomos (agora de jipe) até ao Pincho, uma queda de água lá para os lados de Amonde. Mas apesar de já ser Primavera, ainda não está a temperatura certa para o mergulho. Lembrem-se de lá ir mais perto do Verão. Eu vou ver se não perco a oportunidade.

Foi bom, assim como foi bom chegar e receber uma mensagem do outro lado do mundo, do meu amigo Jesse a mandar um abraço e contar-me que está apaixonado e que pôs piercings nos mamilos, como a namorada. Apetece-me sair a correr fazer a tatuagem que há uns tempos sonho em fazer. Está na altura limite de ser feita porque mais tarde começa a ser complicado para estar na praia no Verão sem a proteger. Pode ser que seja em breve... Depois eu mostro!

Mas além do Jesse também o Luca (Veneza) me escreveu. É bom saber que apesar de estarmos longe não nos esquecemos dos amigos... E mesmo quando passamos meses sem sair de casa e sem ver os amigos, estes continua a sê-los. E é bom partilhar isto num mail, numa volta de bicicleta ou à volta de um pires de tremoços.

sexta-feira, março 19, 2004

It's just a thought, only a thought!

I haven't ever really found a place that I call home
I never stick around quite long enough to make it
I apologize that once again I'm not in love
But it's not as if I mind that your heart ain't exactly breaking
It's just a thought, only a thought

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

I've always thought that I would love to live by the sea
To travel the world alone and live more simply
I have no idea what's happened to that ship
Cos there's really nothing left here to stop me
It's just a thought, only a thought

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

While my heart is a shield and I won't let it down
While I am so afraid to fail so I won't even try
Well how can I say I'm alive

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

But if my life is for rent and I don't learn to buy
Well I deserve nothing more than I get
Cos nothing I have is truly mine

Nothing I have is truly mine,
Nothing I have is truly mine,
Nothing I have is truly mine.


"Life For Rent" - Dido Ouvir excerto

Bom fim de semana!

quinta-feira, março 18, 2004

Não há criatividade!

Por falar em ser diferente ou ser visto como freak, hoje tenho a visita de uns colegas de trabalho ingleses e portanto vesti uma camisa “diferente”. Já ouvi coisas típicas destes engenheiros cinzentos como: “Não havia lá para homem”, “Essa camisa no trabalho da minha mãe era recusada e enviada de novo para a produção”, “Que camisa gay” e “Que linda camisa".

Além disso resolvi recomeçar a usar os óculos. Há uns tempos deixei de os usar porque me davam dor de cabeça (e não mudou), mas queria ver se o problema era meu ou dos óculos. Pelos vistos tenho que ir ao oftalmologista, mas o problema não é esse é mesmo o modo como sou olhado... Não se pode mudar nada neste país que se é logo visto como freak.

É por isso que não evoluímos, não há espaço para a individualidade e diversidade e isso faz com que não haja criatividade.

quarta-feira, março 17, 2004

O freak que eu sou...

No outro dia falei de pessoas que perseguem os seus sonhos e que mudam a sua vida à procura de os realizar. Como reacção recebi algumas mensagens de pessoas que partilham da mesma opinião e que elas próprias fizeram-no no passado ou pensam fazê-lo no futuro.

Como o Mário que me escreveu: “Identifico-me com a grande parte das coisas que dizes... Porém garanto-te que o tempo passa e cada vez mais é difícil mudar de rumo... é a inércia própria da vida. Porém concordo que nunca é tarde. E porque o sonho comanda a vida, não te dou muito tempo para ires para Foz Côa.” Ou o Frederico que me telefonou para dizer que o sonho dele é escrever um livro fechado numa casa do interior. Apesar de quase toda a sua vida profissional ter sido levada a cabo fora deste país (Dinamarca, Noruega e Inglaterra) o seu sonho é voltar e ter um canto qualquer, como todo o emigrante.

Mas, há mais pessoas das quais não falei e de quem recebo exemplos todos os dias, como a Cristina, a minha professora de Yoga, que decidiu arriscar e construir o seu próprio espaço de prática cá em Aveiro, investindo muito dinheiro e acima de tudo muito tempo e suor, perseguindo um sonho (quando quiserem experimentar peçam o endereço... Vale a pena!). Tenho também o exemplo do Miguel que começou a vida investindo 1000 contos (ganhos a dar aulas em Torre de Moncorvo) numa loja de computadores que hoje é a que tem maior volume de negócio em Portugal (Chip7). Ou o Pitta que como não tinha companheiros foi para a América-latina sozinho e voltou cheio de recordações inesquecíveis.

Claro que tudo isto tem custos e no final de contas todos sonhamos com a tal casa no interior porque sonhamos com a segurança e a estabilidade. E realizar algumas destas empresas (no sentido de aventura) é precisamente saltar para o imprevisto, por mais que se pense bem nos prós e contras. Além disso, por pouco que seja é sempre preciso algum dinheiro. Ou não, dirão alguns... Pode-se sempre pedir emprestado!

Mas voltemos aos meus sonhos, porque afinal de contas eu é que criei o blog. Outro sonho é aprender mais sobre vinhos e sobretudo aprender a fazê-los. E claro, que para além de ter umas ovelhas e fazer queijo, posso sempre ter um terreno com uva e fazer vinho. Mas ainda não tenho nem o terreno e nem o know-how... (Tenho que pedir umas lições à Filipa.) Mas isto tudo porque há quem tenha dinheiro e esteja interessado em investir na produção de vinho no Douro. E eu posso ajudar, mas não a fazer vinho... Por enquanto!

Isto tudo leva-me a pensar qual é o sonho que persigo no meu trabalho actual. Tenho sérias dúvidas que os meus sonhos coincidam com os sonhos dos meus pares e acima de tudo com os dos gestores da empresa. Às vezes tenho a sensação que sou um freak e que à minha volta não encontro muitos que pensem como eu.

Senão vejamos: Não ligo a futebol; não jogo futebol, nem basquete; não compro revistas de carros e nem sei quantas rotações dá o meu jipe; pratico Yoga; venho para o trabalho de bicicleta ou a pé; não visto pullover, nem sapato de sola; tenho o cabelo comprido; tenho e gosto de tatuagens; bebo 2 litros de água por dia; leio o jornal; leio banda desenhada; oiço muita música; compro móveis no IKEA; viajo (quando posso) e de preferência para longe; só fui 2 vezes ao Algarve; faço nudismo; tenho hobbies como a fotografia ou o BTT; consigo escrever uma frase sem ter 10% de erros de português; e sei lá que mais posso dizer de diferente... E faço o mesmo trabalho que os outros, mas às vezes custa ter assunto para alguns! (quem ler a lista acima pensa mesmo que sou um freak.)

Mas o que vai mudar se eu mudar de emprego? Na área onde trabalho é assim... Já viram um engenheiro que passe horas a fio em frente a um computador e que seja normal? (isto são generalizações, claro!)

No entanto o melhor de tudo é que hoje tenho aula de japonês! Se trabalhasse em Inglaterra se calhar estava a aprender indiano ou paquistanês...

segunda-feira, março 15, 2004

Problemas de template...

Desculpem! Pelos vistos o blog passou-se um pouco por causa da falta de umas aspas no template! Lindo!

Já tá arranjado! Obrigado Frederico e João pelas dicas!

domingo, março 14, 2004

O tempo passa depressa...

4 anos estava entediado com o meu trabalho na EAI na Califórnia. Hoje continuo sem saber se a culpa é minha e sou como a Dido canta em "Life for Rent" - "I haven't ever really found a place that I call home, I never stick around quite long enough to make it" ou sou como cantava o António Variações quando dizia "Só estou bem onde não estou, só quero ir onde não vou" ou se na verdade é só uma questão de falta de oportunidade para mostrar o que realmente penso que valho e por isso mudo-me.

2 anos e meio comecei a trabalhar na NEC em Aveiro. O que é que mudou neste tempo? Serei eu que sou acelerado ou... Desta vez tomei a decisão que iria ficar mais tempo. Normalmente quando saio de uma empresa, julgo que o meu tempo ali acabou, mas depois venho a perceber que se calhar podia ter continuado mais um tempo. Há sempre coisas a aprender, mas também há limites...

uma semana um colega despediu-se. Chateou-se de vez com a história e num mês mudou de emprego e de vida. Arranjou emprego em Inglaterra e vai mudar a sua vida. Isto faz-me pensar que afinal ainda há quem tenha coragem de mudar completamente de vida. Seria eu capaz de repeti-lo, como o fiz em 1999? De certeza!

2 anos e meio ocorria um atentado terrorista em Nova York que mudou para sempre aquela cidade e a humanidade. Esta semana foi aqui ao lado. E estes atentados fazem-me pensar até que ponto vale a pena tentar a nossa sorte noutro país desenvolvido quando aqui no nosso canto ninguém nos incomoda. Mas por outro lado, até que ponto não seremos afectados desta vez? Esperemos que não...

Na mesma altura, que o Parente, a Nadeine, a gestora do meu actual projecto do lado da Inglaterra, também se despediu. Ela desistiu da vida comercial para se dedicar a um sonho de ajudar crianças órfãs e necessitadas à volta do globo. Ofereceu-se como voluntária e parte em abril numa aventura de 18 meses por diversos países (Perú, Islândia e outros) onde vai trabalhar em orfanatos. Isto sim é mudar completamente de vida e perseguir os seus sonhos. Que sonho tenho eu para perseguir?

um ano tinha chegado há pouco de São Tomé. A felicidade daquela gente, que não tem acesso a nada, colocou-me o dilema de saber até que ponto já somos nós dependentes das facilidades da vida moderna e até que ponto isso nos retirou a alegria de viver as coisas simples. Voltamos à velha história de que gostaria de ter nascido pastor e nem sequer saber o que é um cinema. É um sonho!

Mas, o meu maior sonho é deixar a civilização e fechar-me numa aldeia perto de Foz Côa (com acesso à Internet, para vos manter actualizados). Ter umas casas para alugar a turistas, um restaurante com petiscos e organizar passeios pelos cantos escondidos deste belo país (a pé, de canoa, de bicicleta e de jipe). Se calhar até ter um rebanho de ovelhas e fazer queijo.

10 anos eu e a Cláudia começávamos a namorar, num concerto dos La Frontera, nas vêsperas de mais uma semana académica. Todos os meus sonhos são para serem partilhados com ela. Aliás ela até podia dar umas aulas de Yoga aos turistas, se no entretanto se realizar outro dos nossos sonhos... Mas que vou deixar para mais tarde para vos contar.

uma hora que estou aqui a escrever...

segunda-feira, março 08, 2004

Está quase

O template está feito. Acho eu... Agora queria actualizar a página, mas desde que fui ao Japão (Dez 2003) que tenho tudo preparado e nunca tenho vontade e tempo. Não sei se vai ser hoje, esta semana ou mesmo este mês!

Eu aviso...