quinta-feira, julho 29, 2004

Casa dos Leitões

Estava aqui a limpar o meu disco e encontrei isto que há muito fiquei de vos enviar. Refere-se ao melhor leitão dos arredores de Aveiro e embora muita da mística do sítio tenha sido perdida com a remodelação da casa, o Leitão continua a ser excelente, como sempre foi.

Casa dos Leitões em Angeja


Via IP5
Aveiro - direcção Viseu. Sair para Angeja. Virar à esquerda para Angeja (à direita fica o sinal "A-seitasse Intulho"). Atravessar Angeja. Pouco depois da Igreja virar à esquerda em direcção a Aveiro (tem uma placa a dizer "Aveiro"). Quando chegar à rotunda, do lado esquerdo está a Casa dos Leitões e do lado direito está o centro de recepção da AMRia.

Via 109
Aveiro - seguir em direcção a Cacia. Atravessar Cacia. Depois da ponte sobre o Vouga virar à direita para Angeja. Quando chegar à rotunda, em frente está a Casa dos Leitões e do lado esquerdo está o centro de recepção da AMRia.

Atendendo à especificidade da comida e do local convém marcar com antecedência. O número é o 234 911 259 e peçam para falar com Sr. Agostinho.

terça-feira, julho 27, 2004

Maior que eu mesmo

Hoje senti-me magnânimo, magnífico, magnificente, grandioso, grande, imponente, majestoso. Senti-me maior que eu mesmo. Capaz de conseguir tudo. Chegar a todo o lado. E não estar em lado nenhum.

Senti que estava onde não estava, estando presente mas ausente. Senti que saí de mim e expandi as fronteiras do meu ser. Senti-me a viajar sem nunca sair do sítio.

Senti-me feliz como há muito não me sentia.

Hoje numa aula de yoga na praia da Costa Nova, numa meditação olhando o mar de olhos fechados e sentindo o vento fresco do princípio da noite no corpo seminu.

No final uma amiga perguntou-me se não me tinha sentido extraordinariamente bem, pois ela viu a minha aura em volta do meu rosto.

Ciclistas na Freita

Antes de partir na Senhora da Laje


Sábado, 24 de Julho de 2004
Senhora da Laje, Merujal.
Da esquerda para a direita: Anésio, Nuno Barbosa, Zé Manel, Armando, João Oom, Eu, Carneiro, PP, Toninho, Miki e Pedro Nuno.

segunda-feira, julho 26, 2004

Azar, inconsciência, desleixo ou muita sorte?

Por vezes é tão ténue a linha que separa o azar de uma sorte tremenda. E às vezes é tão pouco distante a fronteira que separa um momento feliz de um tremendamente desagradável.

Este fim-de-semana, o tal fim-de-semana em que ia com uns amigos andar para a Serra da Freita, vi-o por diversas vezes e na verdade acho que tive mais-sorte-que-juízo e não tive a clareza de espírito para saber destinguir um mau momento de um fim-de-semana em que tudo correu mal.

Na verdade é que fiz bastante para que tudo resultasse e tudo correu da pior maneira possível. Para a maioria nem foi assim, mas para mim e para a Cláudia foi decididamente um fim-de-semana para esquecer. Aliás esquecer era o objectivo do próprio fim-de-semana, pois queríamos estar no seio do nosso grupo de amigos, fazer o que gostamos de modo a esquecer os maus momentos que ultimamente teimam em povoar a nossa vida. Porém foi precisamente o contrário o que aconteceu. Se havia alguma coisa que poderia correr mal, essa situação aconteceu.

No sábado [24 de Julho de 2004] estava um calor tremendo, mas mesmo assim fomos andar de bicicleta. Eu fui ficando para trás a acompanhar os mais lentos, que nem sequer chegaram ao fim, mas foi o bastante para perder o meu ritmo e ficar completamente estoirado. A meio da volta caí, com tal violência, que foi muita sorte não me ter magoado mais. Tenho um tendão na perna direita que me dói, penso que devido à tensão dos pedais no momento da queda. E a perna esquerda está bastante mal tratada por ter sido a primeira parte do corpo a tocar o solo, amparar a queda e a travar-me. Em cima de pedras. A bicicleta ficou (mais uma vez) com o drop-out torto, mas mesmo assim ainda aguentou mais uma dúzia de quilómetros. Foi uma sorte não ter sido pior. Foi um azar ter caído? Ou foi desleixo ou inconsciência?

No domingo [25 de Julho de 2004] a sequência de eventos levam-me a pensar que se calhar tenho que ir à bruxa. Talvez seja a nossa percepção negativista dos eventos, que visto à luz dos últimos azares, parecem apenas mostrar que existe um padrão negativo que comanda a nossa vida. Começo a ter medo de estar com outras pessoas, pois parece que isso faz com que os que me rodeiam sofram da mesma maleita.

Foi muito mau. Talvez para os demais não tenha sido, mas para nós foi. Desde metermo-nos por estradas de terra, com 30º lá fora e à procura de um banho num rio que parecia não existir. Uma estrada infindável e becos sem saída com muros de cada lado, que me fizeram partir umas luzes traseiras do jipe numa marcha-a-trás mal controlada.

Mas o pior foi quando, para tentar apanhar uns amigos que se enganaram, fiz uma subida íngreme a puxar pelo jipe e este, por avaria da ventoinha de refrigeração do radiador, entrou em sobreaquecimento. Quando vi o ponteiro da temperatura do motor, o mundo desabou à minha volta. O motor deixou de funcionar e o capot deitava fumo por todo o lado. Esperámos o pior.

Ficámos ali parados numa estrada, no fim do mundo, à espera que arrefecesse. Felizmente tínhamos um garrafão de água no jipe. Não para apagar um eventual fogo no carro, porque temos extintor (embora comece a pensar que ele não iria funcionar), mas porque conseguimos baixar a temperatura do motor. O motor trabalhou e fizemos o resto da subida parando quantas vezes fosse preciso para esperar que o motor voltasse à temperatura normal.

Telefonámos aos 20 amigos que ficaram a almoçar em Covas do Monte, para os avisar do sucedido e voltámos a Aveiro com o coração nas mãos e um nó na garganta. Fomos tentando reagir como melhor sabíamos, mas é difícil ser-se forte quando sucessivamente somos maltratados pela vida.

Na verdade até que ponto o problema não foi gerado por nós ao não levarmos o jipe à revisão e por isso não se ter dado conta da avaria da ventoinha de refrigeração do radiador? Se calhar fomos inconscientes. Foi azar? Ou foi muita sorte o carro não ter queimado a cabeça do motor, ter colado os pistões e neste momento estar a caminho do ferro-velho? Se calhar no azar tivemos sorte (saberei na quarta quando for à revisão).

Quando chegámos a Aveiro fomos para a praia. Já estávamos mais confiantes, mas quando mergulhámos no mar... Fomos puxados pela corrente e estava a ver que de novo estávamos numa situação má! Felizmente uma onda varreu-nos o azar e levou-nos até à praia.

O dia acabou bem! Acabou com umas sardinhas numa esplanada de um restaurante na Costa Nova. Tivemos sorte em ainda servirem àquela hora e tivemos sorte porque as sardinhas estavam óptimas.

Há esperança!

terça-feira, julho 20, 2004

O homem a quem parece que aconteceu não sei quê!

Meu amigo, isto o que aconteceu foi muito simples, meu amigo.
O que aconteceu, é que eu chego aqui e sou logo confrontado com certas e determinadas situações. Ahm?
E eu digo "Atão, mas como é que é?" e os gajos "Ah! E tal!". E eu "Ah! E tal, não! Ah! E tal, não!"
Atão eu venho lá de baixo e dizem-me que não sei quê, chego cá acima afinal parece que não. Em qué que ficamos?
E os gajos "Ah! Não sei que mais e o camandro!" E eu "Maaau! Queres ver que a gente tem que se chatear!"
Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que 'tá aqui a trabalhar. Eu quero trabalhar. Ahm? E dizem-me, como eu aqui oubi, dizem-me "Ah! Não sei quê!" Mas, qué isto? Qué isto?
Isto não se faz. Porque sou um gajo que dou-me bem com toda a gente. Sim senhor! Dou-me bem! Por mim 'tá tudo bem! E fazem-me isto!
E há gajos que andam praí e fazem trinta por uma linha e depois passa tudo incólume. Qué coisa que não percebo.
É que eu assim deixo de bir aqui, vou fazer a minha bida para outros sítios. Sítios onde inclusivamente malta me diz "Eh! Pá! E tal! Sim senhor!"
E é para lá que eu bou. Deixo de bir aqui. Pá! Ahm?
Porque quando eu vejo que há aí palhaços, pá, que falam, falam, falam, falam, falam, falam, pá, e não os bejo a fazer nada, pá, fico chateado. Com certeza que fico chateado, pá!
'Tá a perceber?
Tss! Eh!

de Gato Fedorento.

Se ainda não viram esperem, pois um dia irá parar à vossa caixa do correio.

segunda-feira, julho 19, 2004

Fim-de-semana

Este fim-de-semana [24 e 25 de Julho de 2004] todos os caminhos vão dar à Serra da Freita. Os meus e de mais uma série de maluquinhos que tiraram o fim-de-semana para se aventurarem numa volta de BTT na Serra da Freita.

Vem gente de todo o lado, desde Arcos de Valdevez até Lisboa (estiveram para vir do Alentejo) e de Espinho a Aveiro. É a maior concentração na Serra da Arada deste género desde que há memória na cabeça das pessoas que lá vão estar. E vão estar mais de 20.

A ideia surgiu da fervilhante cabeça de Anésio, um rapaz sempre pronto para dar cabo do corpinho. A ideia era juntar uma meia-dúzia de pessoas para dar uma volta de BTT e acampar no meio do mato (Sim! Selvagem!). Isto saído da cabeça de um tipo que o mais próximo que teve de acampar foi aquela vez que se perdeu com o Carneiro em Monfortinho e esteve para dormir num carro abandonado (felizmente foi salvo pela polícia espanhola) ou daquela vez que se perdeu no Gerês com a Geni e esteve para dormir num abrigo de pastores (felizmente foi salvo pela GNR e o Carneiro).

A ideia começou a crescer e juntando o útil ao agradável decidiu se estender a aventura a quem não quer ou não pode andar de BTT. Assim de repente, arranjou-se uma solução mais cómoda que acampar no meio do mato e optou-se por marcar a noite no Parque de Campismo da Fraguinha (de que já vos falei há umas semanas). E de repente estamos 21 pessoas, mais de metade para andar de BTT.

Freita-Arada

A volta começa, no sábado [24 de Julho de 2004] na Sra. da Lage, quem chega a Merujal, vindo de Chão de Ave em direcção à Frecha da Mizarela, na Serra da Freita. Alguns 25 ou 30 quilómetros depois, passando por Adaufe, Tebilhão, Cabreiros e Minas das Chãs, e depois de algumas horas em cima da bicicleta a levar porrada do terreno agreste da serra, chegamos à Fraguinha onde nos espera uma churrascada com carne arouquesa. (Ver percurso a verde na figura em cima.)

No dia seguinte [domingo, 25 de Julho de 2004] a ideia é fazer uma pequena caminhada para queimar o ácido lácteo das pernas e ir almoçar à Escola Primária de Covas do Monte, que foi transformada em restaurante pela Associação dos Amigos da aldeia. Ainda não está confirmado, mas espera-se um belo cabrito.

Ainda há tempo para visitar Drave e a Aldeia da Pena, por onde possivelmente os demais foliões (detesto esta palavra, soa a bêbados), que não andaram de bicicleta, já terão passado no sábado. E para voltar passa-se o Portal do Inferno!

Eu depois conto-vos como foi.

(Eu disse que quem não levar câmara-de-ar e furar pode me comprar uma. A primeira custa 20,00€ e a segunda 50,00€. Elas custaram-me 3,50€ este fim-de-semana. Espero não as ter que gastar todas eu mesmo.)

Palhaça: "É da Vodafone"

O telefone toca, na SEC, no escritório do Sr. Joel Fagundes – o director.
- Sr. Joel, é da Vodafone. – diz a telefonista.
- Ok! Prauntus, pode passar!
- Estou sim? Boa tarde, gostaria de falar com o Sr. Director da SEC, se faz favor!
- SIM! SOU EU MESMO! - grita Joel Fagundes para o alta-voz do seu telefone fixo de secretária - Que quer?
- Exmo Sr., daqui fala da Vodafone e desejávamos falar com V. Exa. no sentido de lhe propor um contrato empresarial para a rede móvel da sua empresa.
- CUMO DIZ?
- Gostaríamos de saber se a empresa que dirige está interessada em celebrar um contrato para a rede de telefones móvel com a Vodafone. - repete a pobre vendedora do outro lado da linha.
- Oooh, miinha senhoora! Eu não estou interessado em nenhum contrato com a Bodafone!
- Gostaríamos de lhe...
- Oh! Minha senhora, já lhe disse que não estou interessado em nada da Bodafone. Aqui só há rede da TWA!

I got e-mail...

Gmail

Já algum tempo que tenho, mas nem tenho usado muito, mas quem quiser um que me diga para ruigo.net@gmail.com.

É o mail da moda com 1Gb (sim! UM giga) de espaço. A filosofia é nunca apagar e-mails.

Nunca a pagar!

domingo, julho 18, 2004

As minhas férias, este ano!

O que se ganha em ir para o Algarve de férias? O que se ganha em ir para a Rep. Dominicana, Cuba, Brasil, Cabo Verde ou S. Tomé e não se sair do resort? Para quê gastar uma soma de dinheiro, por vezes, tão grande na procura de uns momentos de paz e em plena fuga do nosso quotidiano quando depois somos prendados com apenas sol, água do mar e luxos que não vamos poder sustentar no resto do ano? Eu compreendo que as férias se desejam como sendo uma quebra com a normal rotina, mas valerá a pena sacrificar o resto do ano em prol de umas (por vezes apenas uma) semanas de luxo? Ou será que não podemos usufruir de sol e praia mais tempo durante o ano, quando somos um país com tanta costa e tanto sol?

Chateau Rochers-Sevigne

Por sinal, eu e a Cláudia, temos tido o hábito, nos últimos anos, de fugir ao calor no Verão e fugir ao frio no Inverno. Por isso fomos à Finlândia em Agosto de 2001, França, Bélgica e Holanda em Agosto de 2002, Pirinéus em Agosto de 2003. Porém também fomos a Ibiza em Junho de 2001 e Barcelona em Agosto de 2003, à procura de calor. E também fomos na passagem de ano de 2002 a S. Tomé à procura de calor. Afinal o padrão tem falhas.

Um barco a flutuar em Ibiza

Para mim ir de férias é realmente quebrar com o quotidiano. Mas para quebrar o quotidiano existem mais 48 fins-de-semana durante o ano. E nesses é possível apanhar muito sol e fazer muita praia. Prova disso é este ano, em que já fiz mais praia do que nos anos anteriores e sem sair de Aveiro (é bom viver perto do mar, nesta altura do ano).

Para mim férias não é fechar-me num resort e tentar esquecer que tenho uma vida miserável o resto do ano. Para mim férias é embeber-me numa cultura estranha e ser obrigado a esquecer-me que a minha vida não é perfeita o resto do ano. Fechar-me num resort apenas iria potenciar o facto de que me estava a querer enganar e voltar iria ser muito mais doloroso. Se me "cansar" nas férias provavelmente venho, de volta ao trabalho, muito mais satisfeito e cheio de ideias novas.

Pescar ao Pôr-do-Sol em Kolovesi

Mas, não escondo que gosto d'"il dolce far niente". Quem não gosta? Mas isso tem que ser compensado com experiências novas, que não existem no Algarve ou num resort paradisíaco onde a cultura local é moldada em função dos gostos dos turistas. Acho que podia ir para uma ilha deserta, não fazer nada durante uma semana. Mas isso só por si era uma experiência, que não sendo cultural, era de certeza uma grande experiência pessoal. Como naquele vez que passámos apenas um dia e meio isolados do mundo, no Parque Natural Kolovesi na Finlândia, onde remámos algumas horas para acampar longe. Quando retornamos à civilização a ânsia de falar com alguém fez com que conseguíssemos comunicar com uns alemães, metade em alemão, e falar sobre o Rali dos Mil Lagos, do qual nada percebíamos.

Acho que, nós portugueses, estamos a ficar muito como os americanos, que como não têm férias quase nenhumas, quando têm uns dias de folga estoiram somas avultadas de dinheiro para esquecerem que são uns desgraçados. Ou como os ingleses que como têm um tempo desgraçado voam para um dado lugar, onde só há ingleses, para gozar uns dias de sol, mas embebidos na cultura de casa. Ou sejam saem de casa, mas ficam em casa. Não é assim na Rep. Dominicana, Brasil, Cuba, Cabo Verde ou S. Tomé para a maioria dos portugueses?

Guerreiros de La Pedrera

Podíamos ser como os holandeses que à primeira oportunidade fogem do seu país (embora nós não tenhamos tantas razões como eles para o fazer) e estão em toda a parte do mundo a conversar na língua local, a comer a comida local e a "ser" um local.

Um sorriso de S. Tomé

Mas, voltando às nossas férias, este ano por razões que me são alheias ainda não sei quando e para onde vamos. Mas o Algarve, Rep. Dominicana e Cabo Verde está fora das nossas ideias. S. Tomé podia ser, mas não me gosto de repetir, porque o mundo é demasiado grande para o pouco tempo que cá andamos para o explorar e viver. Cuba é um destino há muito sonhado, porque permite (como todos os outros se houver vontade) a embeber-se numa cultura alheia e ao mesmo tempo desfrutar o não-fazer-nada. Mas está caro...

A última ideia é voar até Veneza, onde temos um amigo que nos dá guarida - o Luca - e daí, via Trieste, passar à Eslovénia e fazer a costa da Croácia. Há espaço para descansar e "cansar".

Vamos a ver. Espero que esta semana já saiba novidades da minha própria vida, que como dizia o meu professor António Rui Borges, deixei de controlar a partir do momento que comecei a trabalhar. A trabalhar por conta de outrem.

Em breve saberão e se calhar até apanham com o relato...

sexta-feira, julho 16, 2004

Palhaça: Enquadramento e algumas Personagens

Há uns tempos que ando a pensar num guião para uma série cómica de TV para o segundo canal, depois das 4h da manhã. Uma coisa simples baseada em pormenores engraçados da vida profissional de um grupo de funcionários de uma fábrica de chouriços – SEC – Sociedade de Enchimento de Chouriços. Nesta fábrica entram porcos e saem chouriços. Moem-se os porcos e enchem-se os chouriços.

A fábrica fica na Palhaça (Aveiro) e esse seria o nome da série – Palhaça.

Já pensei nalgumas personagens! Ah! E claro que esta série é ficção e qualquer semelhança entre ela e a realidade é pura coincidência.

Joel Fagundes – O director. É catequista, mas todos os dias ao almoço bebe bastante "sangue de Cristo" e um escocês, pelo que já se sabe que de tarde convém não lhe dirigir a palavra. O mesmo se passa nas primeiras horas do dia. É frequente passar pelas pessoas e nem sequer as ver, preocupado com os problemas dele, que só ele entende e só ele cria. E foge deles como o diabo da cruz e por todos os meios tenta os passar para os outros ou adiá-los até que passem ao esquecimento.
Dirige ao pessoal mensagens com passagens da bíblia e é frequente falar "em coisas" e em "aqueles assuntos" que ninguém percebe bem o que são.
Fala sempre aos berros e usa o calão para se sentir ao nível dos empregados, mas como é normal não consegue. Nem consegue sequer usar o calão!

Ambrósio Graciano – O sub-director. Põe uma gravata especialmente para fazer comunicações aos empregados, mas corre a tirá-la assim que acaba a reunião. Arranja sempre um desculpa para tudo, mesmo para aquilo que não precisa dela.
Tem umas piadas "engraçadas" que roçam o cinismo e acima de tudo acha que já é adulto e sabe gerir empresas.
Pela manhã cumprimenta toda a gente com um "Bom Dia, Senhor"... Pensa-se que é dirigido a Jesus!

Alípio Borralho – O chefe da equipa de enchimento. Parece um tradicional guarda da GNR, com o sotaque lá de "xima" e com as faces rosadas. Nasceu numa pequena aldeia de Trás-os-Montes e foi viver para a grande cidade, mas vai a casa da mãe todos os fins-de-semana para lavar a roupa e trazer a comida pronta para a semana toda. Tem quase 40 anos.
Não sabe cozinhar e acha que todos os homens são como ele. Não sabe o que come até a comida estar na mesa. Não se sabe porque trabalha numa fábrica de chouriços porque nem sabe para que servem.
Não confia em ninguém, nem na própria sombra. Esta tem que lhe reportar onde anda quando não aparece em locais escuros.
Gosta dos seus sapatos de sola de pele, mas às vezes usa sandálias... Com meia! Felizmente preta!
Não sabe o significado da palavra "desodorizante" e é normal cheirar a estrugido. Não se sabe de onde vem o cheiro, pois não cozinha!

Rodrigo Rodrigues – Um "anormal" funcionário. Usa piercings e tatuagens. Enche chouriços o dia todo.

quinta-feira, julho 08, 2004

Hayao Miyazaki

Quando há dias escrevi aqui sobre o Conan O Rapaz do Futuro não falei do seu realizador - Hayao Miyazaki. Nem (falha minha) falei da sua última longa metragem de animação "Sen to Chihiro no kamikakushi" (O desaparecimento misterioso de Chihiro e Sen), mas mais conhecida por "Viagem de Chihiro" ou "Spirited Away" e que ganhou o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Berlim de 2002 e o Óscar de Melhor Longa-Metragem de Animação.

Hayao Miyazaki

Do realizador, para além do nome e de que foi o autor/realizador do Conan O Rapaz do Futuro e do Viagem de Chihiro, só sei que foi também o realizador do filme "A Princesa Mononoke". Ah! E que é japonês... Mas a minha professora de japonês disse que ele realizou, também, uma série passada na cidade do Porto. Tenho que saber qual...

Sen to Chihiro no kamikakushi

Acerca do filme Viagem de Chihiro, que vi há uns meses, graças ao empréstimo do DVD por parte do meu colega Correia, só posso dizer que é uma história muito bonita de uma menina chamada Chihiro (óbvio) que se perde num Spa para espíritos, que fica para além de um túnel, em que os pais se metem à procura do caminho para a sua casa nova (Tunnel no mukou wa fushigi no machi deshita - Para lá do túnel estava a cidade misteriosa).

Como se pode ver é uma história de ficção tipicamente japonesa. Uma história que era suposto não existir porque a intenção de Hayao Miyazaki era abandonar a realização de animes depois d'"A Princesa Mononoke". Mas, inspirou-se na mal-humorada filha de um amigo e decidiu fazer A Viagem de Chihiro quando percebeu que as raparigas japonesas, ao contrário dos rapazes, não tinham uma heroína de personalidade marcante na qual se pudessem rever. Chihiro é uma personagem de espírito forte, decidida (por vezes chata) e que corre atrás das soluções para seus problemas, foi criada para servir de modelo às raparigas japonesas, inspirando-as a lutar pelos seus ideais de maneira mais activa. Isto para uma sociedade ainda mais machista que a nossa...

Andei a vasculhar a Internet e é surpreendente a quantidade de informação que se arranja sobre o filme e até sobre o realizador. E uma das que mais gostei foi uma curiosidade que diz que a cena (do filme) da limpeza do espírito do rio é baseada num acontecimento real na vida de Hayao Miyazaki onde uma certa vez, o realizador ajudou a limpar um rio e, entre outras coisas, retirou uma bicicleta de lá. Esta cena é uma das mais impressionantes do filme (para além das características normais destes animes como pessoas a empanturrar-se com comida; porcos; e personagens a voar) e conta como um espírito de um rio, mal cheiroso, asqueroso e porco recorre aos serviços do Spa para fazer uma limpeza. A Chihiro, que no entretanto já se chama Sen (já explico) e que está a trabalhar no Spa (também já explico) fica como responsável do banho do espírito e consegue limpá-lo ao ponto de retirar uma bicicleta que está cravada no espírito. Vocês não imaginam a quantidade de porcaria que sai do rio (é fácil de compreender depois de ter estado no Japão e de viver em Aveiro) e no final a Sen (Chihiro) recebe uma recompensa, do espírito, pelo excelente trabalho.

Sen to Chihiro no kamikakushi

Pronto, falta explicar porque a Chihiro passa a Sen. Pois bem, na imagem em cima do filme, está escrito o nome do filme em Japonês "Sen to Chihiro no kamikakushi", o primeiro símbolo (kanji) é o "Sen" que quer dizer mil (número 1000), mas aqui é um nome, o segundo símbolo (hiragana) é "to" que quer dizer "com" ou "e", o terceiro e quarto conjugados (ambos kanji) quer dizer "Chihiro" que é um nome, o quinto símbolo (hiragana) é "no" que quer dizer "de", de possessão e os três últimos símbolos (dois kanji e um hiragana) é "kamikakushi" que quer dizer desaparecimento misterioso. Ou seja, traduzindo à letra dá "Sen e Chihiro do desaparecimento misterioso" o que quer dizer "O desaparecimento misterioso de Sen e Chihiro". Isto tudo para explicar que o primeiro símbolo de Chihiro é Sen e quando esta é aprisionada no domínio dos espíritos pela dona do Spa, esta última dá-lhe um novo nome soprando o último símbolo do seu nome original. Sendo humana, ficando aprisionada no mundo dos espíritos onde é conhecida por Sen, tem que trabalhar no Spa. Porquê? Vejam o filme!

No entretanto, o meu amigo Frederico tem disponibilizado à razão de um episódio por dia, a série completa de Conan O Rapaz do Futuro em formato AVI com compressão DivX. Já fiz download de três episódios e já há quem fique fora das horas normais de trabalho para ver a sequela. Já há quem tenha comprado os três primeiros DVDs oficiais (a segunda série de três DVDs só sai em Outubro). Hoje deve vir o episódio 4!

domingo, julho 04, 2004

Ganhámos perdendo

Perdemos na final com a Grécia! Parabéns à Grécia!

UEFA Euro 2004 Portugal

Parabéns a Portugal! O campeonato correu bem, dentro e fora dos relvados! Estamos todos de parabéns. Fico feliz porque oiço buzinas e foguetes que comemoram o Euro 2004. Viva Portugal! Viva a Europa!

Amanhã acordaremos para a difícil realidade da vida normal. Acordaremos para o facto de que vivemos uma crise política e vivemos sem um primeiro-ministro. Vivemos sem uma oposição credível.

Mas sabemos que somos capazes de realizar um evento como o Euro 2004, mesmo com mudanças políticas a meio e mesmo com crises políticas lá para o fim.

Venham os Olímpicos.

Códigos de Barras

Acho que todos nós já fomos a farmácias. Eu já fui variadíssimas vezes, mas ontem, quando lá estive uma vez mais, felizmente ou infelizmente, dei comigo a pensar como a indústria farmacêutica ao fim de tantos anos ainda não facilitou a vida aos funcionários das farmácias.

U-L250

Quando vamos a uma farmácia e levamos uma receita médica, passamos sempre pelo mesmo ritual de ter que ver o funcionário a usar um x-acto e cortar o código de barras da caixa do medicamento e colá-lo com fita-cola nas costas da (mal)dita receita. E cola um código de barras por cada caixa de medicamento comparticipado pelo ministério da saúde. Imaginem o que sofre um funcionário da farmácia por cada dia de trabalho. Imaginem o que sofre a nossa qualidade de vida pela quantidade de plástico e cola usado para fazer o x-acto e a fita-cola.

Não seria mais fácil às farmacêuticas fazer umas caixas de medicamentos em que os códigos de barras seriam descartáveis? E auto-colantes? Assim o funcionário só tinha que descartar o código de barras e colá-lo na traseira da receita médica sem recurso a um x-acto e fita-cola.

Eu sei que isto insurge contra os profissionais da indústria produtora de x-actos e fita-cola, mas é um apelo dos profissionais das farmácias e dos utentes do ministério da saúde que têm que suportar o ritual do habitual no acesso às farmácias.

Viva os códigos de barras descartáveis e auto-colantes nas caixas de medicamentos.

sexta-feira, julho 02, 2004

StoryPeople

Quando vivi na Califórnia (há quatro anos), em Corte Madera, em frente à minha casa, do outro lado da Avenida Tamalpais havia (há) um centro comercial. Era um sítio agradável, um centro comercial a céu aberto, cheio de gente bonita e de lugares agradáveis. As esplanadas naquela zona são difíceis de encontrar e o centro comercial estava povoado delas.

Mas sempre que passava o Good Guys à entrada, parava na galeria de arte para apreciar umas "esculturas" que estavam penduradas na parede. Eram (são) feitas de madeira velha, partida ou mal cortada e pintada de cores berrantes. Tinham por vezes arames e bocados de chapa encontrados e reciclados. Mas todos eles eram diferentes e todos eles tinham uma história escrita.

Eram (são) muito caros. Demasiado até, para quem estava a estagiar numa das zonas mais caras da Califórnia e recebia menos de metade do ordenado do secretário do escritório era mesmo proibitivo. Mas não pagava nada por sonhar em ter um...

Nunca comprei nenhum, mas de vez em quando vou lá, leio uma história e fico a deslumbrar os StoryPeople. Nessa altura recordo, com saudade, Corte Madera e os momentos felizes que por lá vivi.

Simple Mind - StoryPeople

Deixo-vos com uma das histórias, chamada Simple Mind:
My grandmother used to say life was so much easier when you were simple minded. It's taken me almost my whole life to understand what she meant.