sexta-feira, outubro 21, 2005

Rang Mahal

Não há melhor comida, em qualquer parte do mundo onde já tenha estado (e considero que já estive em muito lado) , do que a comida portuguesa. A espanhola por vezes aproxima-se e a de S. Tomé, apesar de diferente, chega a ser quase tão boa. Mas a indiana é aquela que, logo a seguir à portuguesa, me faz crescer água na boca. Se calhar porque, como nasci em Moçambique, sempre houve caril e xacuti em minha casa (sabiam que se o Vasco da Gama não tivesse parado em Moçambique muito dificilmente chegaria à Índia? Sim! Não se fala disso na escola, mas os marinheiros estavam a morrer de escorbuto e deram-lhes fruta de boas vindas, o que os salvou e ele contratou um piloto indiano para o fazer chegar à Índia. Porque a costa oriental de África há muito que comercializava com os indianos.)

Isto tudo para falar de um restaurante indiano que existe aqui em Aveiro. É o terceiro restaurante indiano que abre em Aveiro e nenhum dos anteriores sobreviveu muito tempo, pelo que gostaria que este, porque a comida é melhor, tivesse melhor sorte. Chama-se Rang Mahal e é no mesmo sítio do Indo-Paquistanês, ali na rua "direita" (R. dos Combatentes da Grande Guerra), numa galeria do lado direito quem desce do Marquês para as Pontes (se tiverem o Google Earth sigam o link).

Rang Mahal

Tem um Nan muito bom, feito mesmo por eles. Tem uma série de pratos de Caril, Xacuti, Balti e Tandoori. Tem também pratos vegetarianos o que neste país é uma raridade.

O facto de dizer que tem comida italiana prende-se com o facto de à hora do almoço servirem refeições económicas e porque têm que sobreviver. Mas peçam o menu de comida indiana.

Quando querem marcar lá um jantar?

quinta-feira, outubro 20, 2005

Máquina de Passar Tempo

Ainda na senda do tempo.

Hoje nuns 5 minutos que naveguei aqui pela blogosfera, encontrei este texto que tomei a liberdade de trascrever partilhando-o convosco. Podem encontrá-lo escrito, no seu blog, por Rui Werneck de Capistrano.

Está em português do Brasil!

"MÁQUINA DE PASSAR TEMPO

Não, você não leu direito o título. Ele não queria inventar a Máquina do Tempo. A perseguida por tantos e tantos cientistas sérios ou malucos. Aquela de ir e vir no tempo. De visitar a infância ou a velhice. O que ele queria mesmo era inventar a Máquina de Passar Tempo. Só isso. Por onde começar? Que apetrechos usar? Melhor pensar. Sentou-se na melhor poltrona da casa e lá ficou. Zen. Quase nem. Sem porém. Cinco horas mais tarde, ainda estava pensando. Precisaria energia elétrica? Pneus de bicicleta, acelerador de partículas, cartas de baralho? Indeciso, pensava. Logo mais apalpou a poltrona, o tecido macio, e resolveu começar por ela. Adaptou um volante de automóvel, um dial de rádio, motor de liquidificador. Daí em diante, foi fácil. Uma cúpula de abajur, dois garfos e uma faca, uma pá de ventilador, roldanas de persiana. Ficou dois dias indeciso entre uma ou cinco cordas de violão. Decidiu por cinco. Pelos dez dias seguintes visitou ferros-velhos e catou tudo que parecia bom de usar. A família estranhou, os vizinhos balançaram a cabeça. Noite e dia ele pregava, serrava, soldava. Lógico que correu a notícia de que ele endoidara. Pirou. Está dando milho para bicicleta. Jogando queda de braço com toca-discos. Até que, num belo dia de chuva, ele abriu a casa para os curiosos.

— Vejam! Vejam! Inventei a Máquina de Passar Tempo!

Risos, muxoxos, bocas franzidas.

— Não acreditam, né? Pois, olhem: comecei a fabricá-la no dia 29 de novembro de 1993. O calendário mostra que hoje é 23 de novembro de 1994 e eu nem senti o tempo passar. Ele fez passar um ano inteiro! E o melhor vem agora: ela nem está pronta ainda! Pelos meus cálculos e estudos, acho que preciso de mais uns dez ou doze anos. Isso se eu achar todas as peças. Agora, pronta, pronta, funcionando sem nenhum barulhinho, leva ainda uns trinta anos. Aí, posso requerer patente. E revender. Mas isso, isso se eu não descobrir um jeito de modernizá-la, colocando peças tecnologicamente mais avançadas, ecologicamente corretas. Bom, aí vão mais uns cinqüenta anos. Acreditam? Não? Esperam pra ver. Esperem pra ver..."

The Time is Now

Ainda sobre o tempo.

And we gave it time
All eyes are on the clock
But time takes too much time
Please make the waiting stop

[...]

Tempted by fear
And I won't hesitate
The time is now
And I can't wait

[...]

Give up yourself unto the moment
The time is now
Give up yourself unto the moment
Let's make this moment... Last


"The Time is Now" - Moloko Ouvir excerto

segunda-feira, outubro 17, 2005

Menos um (ou mais um)

Hoje fiquei mais só.

Mais um colega, e amigo, emigrou. Já são alguns, aqueles que optaram por partir. Mais um português em Inglaterra.

Menos um para andar de bicicleta. Menos um para sair às quintas-feiras. Menos um para conversar no emprego. Menos um quadro válido em Portugal.

Eu vou ficando.

quinta-feira, outubro 13, 2005

As minhas fotos (em formato um pouco maior)

Luís,

Embora não seja actualizado há algum tempo e não tenha fotos posteriores a 2003, muitas fotos minhas estão em r u i g o n ç a l v e s - fotografia | photography.

Farol da Illa D'Es Penjats

Pretendo mudar o site e mesmo retirar algumas fotografias que acho que já lá não estão a fazer nada, para além de ocuparem espaço e distraírem os visitantes. Já ando a pensar nisso há algum tempo, mas ultimamente mais, porque além disso não estão lá as fotos todas das minhas exposções.

Illa D'Es Penjats ao Pôr-do-Sol

Fica (fiquem) atento(s) porque estou a preparar outra.

Abraço
Rui

P.S.: Boa sorte na tua nova aventura em terras de S. Majestade.

terça-feira, outubro 11, 2005

segunda-feira, outubro 10, 2005

(Ex)Citação XX

"A nossa maior glória não está em nunca cair, mas em levantarmo-nos de cada vez que caímos."
Confúcio

O Tempo

Mais um dia! Cheguei aqui há algum tempo e desde aí que tenho esperado que o tempo passe. Porque "o tempo faz com que as coisas mudem", pensei eu nessa altura. Mas o passar do tempo apenas nos faz ficar com menos tempo. Tempo esse, que pretendemos que seja para mudar aquilo que não mudámos a seu tempo.

A verdade é que nunca acreditei na história do D. Sebastião, mas como todos aqui, acredito que haverá um tempo melhor que este. Um tempo em que terei tempo para fazer aquilo a que gosto de dedicar o meu tempo. Para eu próprio ser fruto do meu tempo e quem sabe até ter algum tempo livre.

Mas o tempo não mudou nada. Se calhar "ainda não passou o tempo necessário", penso eu. "É preciso dar tempo ao tempo". A verdade é que o tempo foi passando e apenas foi me dando uma precessão de lugares comuns. O tempo é apenas tempo, porque como me diziam em miúdo, naquela ladainha, "o tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem". Ou seja, não faz mudar nada, para além do próprio tempo. E, já não tenho tempo para isso...

Afinal o que se passou neste tempo todo? Cada um gastou o tempo a fazer aquilo que o seu tempo permitia. Alguns arranjaram um passatempo, outros olharam pela janela e viram o tempo a passar. Mataram o tempo! "Porque quem trabalha não tem tempo para ganhar dinheiro" ou, mesmo, para mudar o que quer que seja.

Agora, voltou a chuva e o tempo frio. Mas a mudança não veio, como dizia aquela música festivaleira "o vento mudou e ela não voltou". É do meu tempo? Não! É do tempo dos meus pais.

Eu não gosto do tempo. Não gosto das horas, dos minutos, dos segundos... O tempo apenas nos faz esquecer, não muda nada. Se calhar, não é o tempo, mas sou eu que tenho que mudar. Será que ainda vou a tempo? É que o tempo não volta para trás...

Mas, agora, é tempo de mudar!

terça-feira, outubro 04, 2005

Palhaça: "Prioridades"

28 de Setembro, 16:30
Marta Borges, entra na linha de enchimento de chouriços com uma folha de papel na mão. Chega junto de Rodrigo Rodrigues, e diz, mostrando a folha de defeito, detectado pelos resultados dos testes aos chouriços, feitos pela equipa de qualidade.
- "Defeito 1787 confirmado. Como é de prioridade média e não vem do grupo de aceitação, não vamos para já agendar nenhuma mudança para esta semana, a menos que cheguem outros de prioridade alta. Devem-se concentrar nas encomendas em curso."

E afasta-se!

30 de Setembro, 12:39
Marta Borges, entra na linha de enchimento de chouriços. Dirige-se a Rodrigo Rodrigues, e diz:
- "O meu objectivo para o próximo pacote seria: Defeito 1787 corrigido, metade da encomenda em curso realizada e melhoria da embalagem."
Rodrigo olha para ela e, surpreso, gagueja, contendo a resposta.

Continua a trabalhar, enquanto ela se afasta. Ao que ela retorna dizendo:
- "Achas que pode ser para hoje?"