quinta-feira, maio 17, 2007

Construções na Areia

Em 1982, de férias na praia de Esmoriz (eu estava de férias, mas os meus pais trabalhavam lá) concorri ao Concurso de Construções na Areia, do Diário de Notícias.

Na altura a praia de Esmoriz ainda existia com bastante areia, o que me permitia ir experimentando algumas construções que a imaginação, de um miúdo de 12 anos, permitia. Idealizei uma cena tranquila com um pontão de madeira, um barco a remos e um mar calmo. E ia fazendo aquela construção de um lugar idílico, treinando para o grande dia do concurso.

Eu não queria ganhar! Queria apenas o segundo, ou terceiro prémio, que me dava direito a uma série de livros dos Cinco, os Sete e afins, escritos pela Enid Blyton. O primeiro prémio era uma bicicleta e como não sabia andar (que irónico, né?) não o desejava. Além disso os livros faziam-me mais felizes... Faziam-me sonhar!

Um dia estava eu a construir os meus sonhos em areia e o meu irmão destruiu todo o trabalho a que eu tinha dedicado o meu carinho. É triste quando aqueles que nos são próximo são os primeiros a destruir os nossos sonhos, mesmo que construídos em areia, numa praia que já não existe.

Ah! E ganhei a bicicleta... O que também me deixou um bocado triste! Mas aprendi uma coisa: que quando desejamos muito algo, podemos ganhar mais ainda.

Toca e foge...

Em provocação ao senhor Anónimo que deixou um comentário ao meu post "Porra pá!", ele também a provocar, deixo este pequena história:

Quando era miúdo saia muito cedo de casa. Entrava às 8:30 ou 9:00 da manhã e por isso saía por volta das 7:30, para apanhar a camioneta que me à escola. A minha mãe dava-me 5 escudos (0,025€) para o bilhete. Como o bilhete custava 4 escudos (0,02€) eu gastava o outro escudo em rebuçados e cromos para a minha caderneta de futebolistas ou personagens de desenho animado (da RTP, a única emissora na altura).

Quando saia no fim das aulas, vinha a pé para casa da minha avó. Vinha pelos campos e pelos caminhos que de manhã percorria de camioneta. A comer os rebuçados e a tocar às campainhas das casas por onde passava. Tocava e corria, fugindo com os meus amigos, dos donos das casas, que muitas vezes nos insultava.

Quando comecei a crescer comecei a deixar de tocar às campainhas! E de fugir...

quinta-feira, maio 10, 2007

Será que leram o meu blog?

Há uns minutos recebi uma chamada...
- "Hello? Is this Mister Rui Gonçalves?"
- "Ye... Yes!!" - gaguejei surpreso.
E a conversa continuou para o normal assunto se eu não estaria interessado em trabalhar em Inglaterra e blah, blah, blah!

Eu pergunto-me se terão visto o meu último post?

segunda-feira, maio 07, 2007

Porra pá!

Hoje estou naqueles dias em que me apetecia mandar este país às urtigas. Eu sei que temos qualidade de vida, sabemos comer e viver, mas ando ma passar com a falta de visão, falta de objectivos e falta de ambição que as empresas portuguesas e os portugueses têm.

Eu sei que trabalhamos para viver, ao contrário dos americanos que vivem para trabalhar, mas esta falta de vontade (que é o que parece, por vezes) dos portugueses em querer pôr este país no mapa entristece-me e deixa-me sem vontade de continuar. Eu sei que não estou aqui para lutar sozinho contra uma cultura, mas apetecia-me lutar por alguma coisa (não contra) e não consigo.

O melhor é ir apanhar um pouco de sol para me lembrar porque é que ainda estou aqui!