quinta-feira, dezembro 23, 2004

Feliz Natal e um Bom Ano Novo...

Viva,

Nestes últimos momentos deste ano que termina assiste-me a vontade de vos desejar um Feliz Natal e um Bom Ano Novo! Não sei porquê...

Cumprimentos
Rui

terça-feira, dezembro 21, 2004

: : : 1-big-O [v4.0]

Hoje o José Pacheco Pereira no seu blog Abrupto usou uma fotografia minha de nome "Porta da Traição" tirada em Castelo Rodrigo. A alusão dele tem a ver com outras traições, mas esta porta já serviu para fugas semelhantes.

Porta da Traição

Pena que o tenha feito sem fazer alusão à origem da fotografia. Não é Sr. Pacheco Pereira?

(N.R. 1: A referência a este post foi posta depois da publicação do mesmo.)

(N.R. 2: Depois de colocada a referência a este post o Sr. Pacheco Pereira resolveu retirá-la, assim como à fotografia, numa atitude sem explicação. Enviei um e-mail para que voltasse a colocar a fotografia no seu blog sem que houvesse a necessidade de qualquer referência. Não houve qualquer tipo de resposta e a fotografia não foi recolocada no Abrupto. Atitudes destas só mostram que afinal os políticos são todos iguais e que nem só aquele de quem o Sr. Pacheco Pereira fala tanto ultimamente sofre de graves amuos. "Quem tem telhados de vidro...")

(N.R. 3: Ler o post.)

"Já não me lembra de te ver!"

O meu Avô Zé Carneiro

Há três semanas numa visita que fiz a casa dos meus avós maternos, o meu Avô, que não reconhecia a minha mãe desde Abril, passou o tempo todo a olhar para mim a tentar reconhecer-me e quando me despedi disse-me "Mané, já não me lembra de te ver!". Eu disse-lhe "Adeus Avô!" porque naquele momento senti que me estava a despedir dele pela última vez. Senti que provavelmente nunca o voltaria a ver com vida e senti que ele sabia disso.

Sábado estava a sair de Almendra, a terra dele, e a chegar a Castelo Melhor, a terra do pai dele, e meu bisavô, quando a minha mãe e a minha irmã me telefonaram. Não consegui falar com elas, mas soube logo o que se passava. No sopé do monte de S. Gabriel, o arcanjo anunciante, recebi a notícia que o meu Avô José Caetano Carneiro nos tinha deixado.

Aos 95 anos de idade e consciente até quase ao fim da sua vida mostrou ser um homem rijo e um exemplo. Jamais me esquecerei das instruções para dar de comer aos coelhos, que eu cumpria escrupulosamente, quando ele ia no Verão para Almendra. Jamais me esquecerei do modo como, já depois dos 90, fazia calar toda a sala cheia de netos, filhos, genros e noras, quando queria ver a televisão. Era de um feitio decidido!

Parte 16 anos depois do meu Avô José Maria, do qual nunca tive a oportunidade de me despedir.

"Adeus Avô!"

sábado, dezembro 11, 2004

Nostalgia

Há coisas que as pessoas não compreendem se não viverem. E a verdade é que pouca gente compreende porque é que eu sinto saudades da Califórnia e não sinto a mesma coisa do Reino Unido. É difícil de explicar que dois países que invadiram o Iraque e criaram um conflito a nível global possam criar emoções tão diferentes. As pessoas conhecem melhor a Inglaterra e como não conhecem, criam uma má imagem dos Estados Unidos.

Mas a Califórnia não é O Estados Unidos, como o Minho não é O Portugal. Londres não é A Inglaterra como Lisboa não é O Portugal.

Hoje senti saudades daquele estado, dos Estados Unidos, 5 vezes maior que Portugal, que fica lá do outro lado do Mundo. 8 horas de diferença. Mas não foi da Califórnia que tive saudades. Não foi de Los Angeles ou San Diego. Nem San Anselmo ou Sacramemto! Não! Foi de San Francisco, Mill Valley, Sausalito e Corte Madera... É difícil esquecer estes nomes! Tamalpais! Meadowsweet! Golden Gate! 101!

Não consigo explicar! Não quero explicar!

Deixem-me ficar...

terça-feira, dezembro 07, 2004

Vespertino, Vespa e Viperino

Acabou o Vespertino, ando de Vespa e está tudo menos Viperino!

Será que é sol de pouca dura ou tenho a sensação que estou a ser manipulado? Na verdade o que era veneno deixou de ser, mas até que ponto uma víbora perde o prazer de ser venenosa?

O que vale a Vespa também tem um ferrão!!!

Sê Um GNR

Tens 18 anos e a 4ª Classe
És um jovem ambicioso
vem ser um GNR

Procuras aventura e emoção
Uma farda e um boné
vem ser um GNR

GNR, eu quero ser
GNR, eu quero ser, GNR
Vem ser um gordo da GNR

Vitor Rua Ouvir excerto


Hoje acordei com esta na cabeça... O que hei-de fazer?

segunda-feira, dezembro 06, 2004

O Cinzas afinal é uma Cinzas

Descobrimos o sexo do gato: afinal o gato é uma gata!!

De Luka a Cinzas de gato a gata, vão passando assim os dias e o Natal aproxima-se!

A Vida do(a) Cinzas - Primeira semana

Sim! O(a) gato(a) mudou de nome. Depois de apenas dois dias, apenas, com o nome de Luka, ficou Cinzas. É mais carinhoso... Mas menos pessoal, como se deseja num gato, um ser individualista. Condiz com o seu pelo de rato.

O seu pelo de rato que levou um banho e que quase traumatizava o bicho para o resto da vida. Mais tarde fui desaconselhado a voltar a fazê-lo até que faça quatro ou seis meses (as versões variam). Mas ficou muito cheiroso, apesar de ainda ter pulgas. Uma pulga preta passeava no seu belo pelo branco do pescoço ainda há uns dias. Mas em breve vai ao veterinário para uma desparasitação completa (interna e externa). Nessa altura o sexo do animal espera-se que seja revelado.

No fim-de-semana aguentou a sua primeira viagem, na sua nova caixa de viagem. Daqui até Foz Côa!!! Para lá ia assustado, mas logo adormeceu ao colo da Cláudia e ficou calmamente no carro enquanto jantámos em Celorico da Beira. Para cá dormiu a viagem toda. Só não gosta do trepidar do carro nos buracos e no paralelepípedo. Mas já não mia com ar de desesperado.

Porém foi muito mimado no fim-de-semana. Percebeu que se dormisse debaixo dos lençóis estava muito mais quente (estava mesmo frio lá para cima). O problema é que os ciclos de sono do gato são inferiores aos dos humanos e acontece que queria brincar quando nós queríamos dormir. Foi um festival!!!

Já é parte da casa!!!

terça-feira, novembro 30, 2004

A vida de Luka - Dia 2

O gato(a) miou muito durante a noite. Cada vez que se ouvia um barulho ele(a) miava. Mas não eram só saudades da mãe! Era fome... De manhã comeu quase uma lata de Whiskas!

Cagou mais vezes do que comeu. Deve ser nervoso! Mas foi sempre cagar e mijar à caixa que a Cláudia lhe fez, com uns polímeros que repelem os odores. Eu estou responsável por remover a caca para o lixo! Um trabalho nojento, mas necessário para a qualidade de vida de todos os habitantes da casa.

Já não mia e já brinca. Dormiu a tarde toda nas almofadas da sala e no colo da Cláudia. Eu sou um dono desnaturado, nem consgui estar ainda cinco minutos com ele(a) e ainda por cima foi para lhe cortar as unhas.

O Presidente da República finalmente dissolveu o Parlamento e deverá convocar eleições legislativas antecipadas para Fevereiro de 2005. Viva a democracia! É bom ver que as instituições democráticas ainda funcionam!

Os hinos dos partidos vão misturar-se com as músicas de Natal! O Pai Natal não vota!

segunda-feira, novembro 29, 2004

A(o) Luka

Calou-se! Até amanhã!

O(a) Luka

Está a miar outra vez...

A vida de Luka - Dia 1

Hoje passámos a ser três cá em casa. Adoptámos um gato (que ainda não sabemos se é gata). Ainda não temos nome para ele(a) mas por agora fica Luka.

O coitado do bicho foi arrancado à mãe numa tenra idade e vai passar a sua primeira noite, em nossa casa, a miar.

Já se calou...

quinta-feira, novembro 25, 2004

O que interessa o que eu acho?

Sabem o que eu acho? O D. Sebastião já não volta! Também ele emigrou...

O Vespertino de Reading : : : O Fim (Obrigado)!

Viva,

A direcção d'O Vespertino de Reading lamenta informar os seus leitores habituais e ocasionais que a publicação se vê obrigada a fechar a sua redacção por falta de matéria publicável. Com a deslocação do corpo editorial, para Aveiro, deixou de ser coerente manter o nome da publicação. Assim, é com alguma tristeza que faz saber que esta será a última crónica d'O Vespertino de Reading.

Porém o director d'O Vespertino de Reading gostaria de aproveitar este momento para agradecer aos seguintes particulares, individualidades e organizações todo o apoio dado de modo a tornar possível a edição deste (a)periódico durante os últimos três meses e meio.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao Frederico Costa que sem o seu apoio, empenho e esforço, esta aventura por terras de Sua Majestade não teria sido possível. Além disso, como leitor, incentivou sempre a publicação deste vespertino. A sua casa esteve sempre aberta e serviu de abrigo quando o apartamento da West Street deixou de ser a nossa residência em Reading. Obrigado também à Gisela por nos ter recebido e aturado. E ao Muffley que fez com que em breve exista, também, um gato em minha casa.

A todos os que no DED/NEC Portugal e na NEC Technologies (UK) que permitiram e tudo fizeram para que a estadia no Reino Unido tenha acontecido e decorrido sem grandes sobressaltos.

À Cláudia por me ter incentivado a empreender em mais esta aventura e me ter acompanhado. Aos meus pais por me permitirem ser aquilo que eu escolhi ser e que sou hoje. Aos meus sogros por me apoiarem e suportarem.

Ao Paulo, Edgar e Miguel que nos emprestaram uns metros quadrados de alcatifa em Brixton durante uma série de fins-de-semana sem nunca pôr qualquer tipo problemas e sempre de braços abertos. Espero que os ovos moles e o vinho vos saiba tão bem como a mim me soube o calor e silêncio da vossa sala. Obrigado pelas festas e almoços entre amigos. Para eles também o meu obrigado!

Ao Miguel Braga, mesmo que por vezes prefira dormir a atender o telefone, mas que foi sempre uma alma amiga num mundo que nos é sempre estranho. Um sonhador nato que faz com que o mundo avance. Obrigado pela bela aventura inolvidável de dormir num museu em Londres.

Ao Miguel Monteiro pelas experiências turísticas que doutra maneira jamais iria experimentar, como andar de riquexó por Soho. Obrigado por me mostrares que sermos nós próprios é mais importante que qualquer outra coisa na vida. E que as barreiras são para se derrubarem

Ao Pedro Soares e à Ana pelo excelente casamento e pela oportunidade de voltar a estar com uma enorme quantidade de amigos ao mesmo tempo. Obrigado a eles também!

Ao David Gaukrodger e à Sairung, ao Luís e à Cátia, ao Parente e à Fátima, ao Ken e à Sue, ao Luís Alves e, ao Miguel Mira da Silva, pela companhia em magníficas noites em volta de uma mesa para um copo ou uma refeição.

À Cristina por ser a nossa Guru e nos incentivar a procurar o nosso caminho no yoga sem nos colocar barreiras. Obrigado à Elena, Deidre e Mary pelas excelentes aulas de yoga que fizemos, semana após semana, e que me levaram a ter uma melhor consciência de mim. Obrigado à Veronika também.

Obrigado ao Desmond que nos recebeu em Jampa Ling de coração aberto.

Ao PP que com o empréstimo da sua Vespa fez com que o meu retorno fosse mais fácil.

A todos os que me escreveram durante este tempo e que de alguma maneira tentei homenagear na primeira página d'O Vespertino de Reading (se me esqueci de alguém peço desculpa). Obrigado por me fazerem perceber que não estava só a escrever para mim. Espero que tenham aprendido, também, alguma coisa com as crónicas.

A todos os leitores que (ainda) lêem esta frase, pois se escrever faz bem, na verdade se ninguém lesse não havia razão para escrever, também.

Ao Adolfo Lúxuria Canibal por me ter dado um autógrafo, no aeroporto, quando retornava a Inglaterra em Outubro.

Obrigado!

segunda-feira, novembro 08, 2004

Sonhos

Fernando Pessoa escreveu "Deus quer, o homem sonha, a obra nasce" e se "Deus está dentro de ti" como se diz em todas as religiões, só depende de nós a criação da obra.

Será por isso que as obras em Portugal demoram tanto a ser feitas? Porque não depende só de nós ou porque não sonhamos!?

Eu sonho, mas a maioria das vezes fico frustrado porque os meus sonhos nunca se realizam. Não sonho coisas grandes, mas mesmo as mais pequenas acabam por raramente se realizar. É mau sonhar!?

António Gedeão escreveu "... sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança".

terça-feira, novembro 02, 2004

Novíssima Cartilha Ilustrada

Este sábado, dia 06 de Novembro, em Coimbra, no Café Santa Cruz, pelas 18h00, é lançada a Novíssima Cartilha Ilustrada, cujos textos são do Rodrigo, um velho lobo do mar.

Novíssima Cartilha Ilustrada - Mandem Cartilhas para as ilhas!

A apresentação é feita pelo Rui Zink. Se eu pudesse não faltava!

sexta-feira, outubro 29, 2004

Yogi Bhajan

Yogi Bhajan

Líder espiritual dos Sikhs, comparável ao Papa João Paulo II para os Católicos, ou o Dalai Lama para os Budistas, mas acima de tudo o impulsionador da expansão do Kundalini Yoga and Meditation no mundo inteiro, até aí, uma prática secreta na Índia. Não procurou arranjar alunos, mas criar professores, para que a obra fique para além da sua vida.

Nos anos 60 viajou para o ocidente onde entrou em contacto com a comunidade hippie. Percebeu que o estado de hiper-consciência que estes tentavam atingir com o uso das drogas poderia ser atingido com a prática de Kundalini Yoga, sem perda de identidade e faculdades. Criou a filosofia e a fundação 3HO (healthy, happy, holy).

Como dizem na sua religião, deixou o seu corpo físico a 6 de Outubro. Fica a frase em (Ex)Citação VIII.

John Peel

John Peel


Apesar de ser inglês, começou a fazer rádio nos Estados Unidos. Voltou a inglaterra em 1967 e desde aí ninguém, que é alguém, no mundo da música deixou de gravar uma Peel Session. Talvez o nosso António Sérgio não fosse niguém se não fosse o John Peel.

Morreu esta passada segunda-feira.

Compro

Vespa 50s

Vespa 50s

É um sonho de juventude. Agora que perdi uns quilos e acho que já tenho noção de como não voltar a engordar, posso pensar em ser um bocadinho mais livre. A bicicleta é um excelente meio de transporte, mas a motorizada pode levar-me mais longe. Uma não inviabiliza a outra.

Aceito propostas. Não precisa de ser vermelha, pelo contrário.

quarta-feira, outubro 27, 2004

(Ex)Citação VIII

"If you miss me when I am gone, you have not understood a word I said."
Yogi Bhajan

terça-feira, outubro 12, 2004

A caixa do Yoga

a caixa do Yoga


Para os papás, tios e tias babados apreciarem aqui está a foto da mais recente criação do núcleo:
A caixa!!
eheheh
Bjoka
Cris

(Ex)Citação VII

"Doubting everything and believing everything are two equally convenient solutions that guard us from having to think."
Henri Poincaré

terça-feira, outubro 05, 2004

Papoila Procria...

A Papoila procria com o Senhor Carne. Que heresia tão bonita!!!

Parabéns Papoila!
Parabéns Senhor Carne!

Palhaça: "Dia de aumentos"

Dia de comunicação de aumentos na Sociedade de Enchimento de Chouriços (SEC). Uma pequena e escura sala de reuniões, sem janelas para o exterior. No centro da sala uma mesa ocupando quase todo o espaço disponível. Na cabeceira da mesa está sentado Alípio Borralho, o chefe da equipa de enchimento. À sua frente está um molho de papéis, um por cada empregado. Cada papel tem descrito o aumento de ordenado que o empregado irá gozar este ano.
Chega a vez de Rodrigo Rodrigues ser chamado, para saber o quanto foi aumentado e quanto valeu o seu esforço de encher chouriços no ano que passou. É a primeira vez que é aumentado desde que começou a encher chouriços na SEC.
Entra na sala e senta-se na cabeceira contrária de Alípio Borralho. Este começa:
– “Rodrigo, obrigado pelo seu esforço no ano que passou. A empresa sente a necessidade de o compensar por esse esforço que despendeu para o bem estar e bom funcionamento da companhia e pela sua consolidação como empresa líder de enchimento de chouriços em Portugal e no mundo.
Os olhos de Rodrigo começam a brilhar e esboça um sorriso. Alípio continua:
– “O seu esforço e a sua dedicação são indispensáveis para a moral e bom funcionamento da linha de enchimento de chouriços. Sei como sacrificou a sua vida particular em momentos difíceis para a empresa, quando entregas de chouriços eram prioritárias e fez horas extraordinárias, sem que houvesse a promessa de compensação.
Os olhos de Rodrigo brilham e o sorriso quase se estende de orelha a orelha. Alípio continua:
– “Por estas e outras razões este é o seu aumento.” – diz fazendo chegar o papel com seu nome até Rodrigo, na outra ponta da mesa.
Rodrigo olha para o papel. O sobrolho levanta, o sorriso desaparece e o brilho no olhar passa a desconcertação. A garganta seca e ele engole em seco. O aumento foi de 0.5%!?... Rodrigo sai da sala como se ainda duvidasse da verdade daquele momento.

Chega a vez de Isulina Pereira, a secretária, ser chamada. Há 3 anos que trabalha na SEC. De novo, entra no ambiente carregado da sala e é o momento de saber quanto foi aumentada, desta vez. Senta-se, algo nervosa, na outra ponta da mesa de Alípio e este começa:
– “Isulina, obrigado pelo seu esforço no ano que passou. A empresa sente a necessidade de a compensar por esse esforço que despendeu para o bem estar e bom funcionamento da companhia e pela sua consolidação como empresa líder de enchimento de chouriços em Portugal e no mundo.
Isulina, um pouco tensa, não reage e só pensa “Vamos lá! Despacha-te com o discurso.” Alípio continua:
– “O seu esforço e a sua dedicação são indispensáveis para a moral e bom funcionamento da empresa. Sei como sacrificou a sua vida particular em momentos difíceis para a empresa, quando haviam prioridades e fez horas extraordinárias, sem que houvesse a promessa de compensação.” – e continua – “Por estas e outras razões este é o seu aumento.” – diz empurrando, com o indicador esquerdo, o papel até à outra ponta da mesa, onde estava Isulina.
Esta, sem olhar para o papel, dobra-o em quatro e guarda-o no bolso de trás das calças. Alípio surpreendido pergunta:
– “Não vai ver quanto foi aumentada?
– “Prefiro rir-me sozinha!” – diz Isulina.

(Ex)Citação VI

"I was born tomorrow
today I live
yesterday killed me
"

(escrito num banco de jardim em Hampstead Heath, Londres)

sexta-feira, outubro 01, 2004

O Vespertino de Reading : : : Lançamento

O Vespertino de Reading


A equipa editorial d'O Vespertino de Reading tem o prazer de o convidar para o lançamento oficial do dito jornal, hoje, sexta-feira 1 de Outubro de 2004, pelas 22:00. O evento terá efeito no The Horn em Reading e contará com a presença de individualidades vindas de diversos países europeus e responsáveis por variadíssimas instituições do sector cultural e editorial.

Para quem não se pode deslocar ao evento, podem sempre consultar a edição electrónica em http://www.ruigo.net/sf/.

Agradecemos a confirmação da sua presença até hoje às 14:00 BST.

sexta-feira, setembro 24, 2004

Yes!

Eu sei que isto não interessa nada, mas ontem fomos a um chinês comer noodles (de arroz, daqueles mais fininhos, sim, desses) e eu comi com os pauzinhos!!!YES! YEAH!
Brigado pela lição, Ruizito. Senti-me na maior. Ehehehe...

segunda-feira, setembro 20, 2004

Portugal ao espelho

Às vezes, sem contar, por milésimos de segundo, passamos num espelho ou vidro e vemos um reflexo que só depois percebemos que é o nosso. Sorrimos com a situação. Às vezes não!
No sábado à noite, no "Cantinho de Portugal", em plena Londres, vi o país ao espelho. Demorei um bocadinho a tomar consciência... Somos kitch, uma série cómica, desarrumada, bem disposta mas preguiçosa, melancólica...não sei explicar...mas vi Portugal ao espelho e sorri!!!

quarta-feira, setembro 15, 2004

Pormenores

Cheguei ontem... e o meu Ruizinho é mais magro que na minha imaginação! E sempre lindo. A expressão do olhar quando o vi era familiar. Parecia um puto que se quer agarrar mas a nós mas está com medo da reacção (eu às vezes sou uma bruxa má!).
Depois, ele foi pagar o parque na máquina e eu fiquei ali a guardar a mala e a olhar. Sempre muita, muita gente a passar. A vida não parava, estava aquela luz de fim de tarde e os carros com as luzinhas vermelhas fizeram-me sorrir.
Gosto de guardar as sensações destes pequenos momentos que não interessam nada e fazem a vida tão especial.

segunda-feira, setembro 13, 2004

(Ex)Citação V

"Experience is not what happens to you. It is what you do with what happens to you"
Aldous Huxley

(escrito a giz num placar em Neal's Yard em Londres)

quarta-feira, setembro 08, 2004

Um sonho

Um dia destes sonhei que era feliz.

Sonhei que, eu e a Cláudia, vivíamos perto do mar - como diz a Dido (em “Life for Rent”) “I would love to live by the sea” e “live more simply” - numa casa feita de madeira. Essa casa era simples como Jampa Ling. Tinha um quintal onde plantava umas batatas, couves e umas ervas aromáticas. Colhia o que comia. Comia pouco mais do que colhia.

Nas casas em volta, também de madeira, viviam amigos que connosco partilhavam o quintal. E ao fundo ficava um braço da ria de Aveiro e umas canoas. Na garagem as bicicletas. Um alpendre e uma rede. Uma cadeira de baloiço. Muitos livros. Um pôr-do-sol.

Havia também uma casa vazia. Uma casa com quartos, uma cozinha e uma sala vazia. Nessa sala praticávamos Yoga, meditávamos ou simplesmente estávamos. Como diria o Dr. Amaral Dias (do programa da TSF, com o Dr. Carlos Magno, "Freud e Maquiavel") uma das palavras mais bonitas do português é “Espairecer”. E espairecer, ali era o mais normal. Mas, essa casa faria as vezes da Tara House em Jampa Ling, albergaria não residentes que quisessem participar em workshops, cursos ou apenas quisessem gozar o lugar.

Eu dava uns cursos de fotografia. Se no entretanto não abraçasse o yoga e decidisse tirar o curso de professor. Ou mesmo outra coisas qualquer, como Pilates ou Balance. Fazia tatuagens. Mas continuaria a trabalhar e ia na minha Vespa para o trabalho (era longe de bicicleta). Uma 50s comprada num ferro velho, recuperada e pintada de vermelho. Também, finalmente tinha tido tempo para limpar, arranjar e pintar aquela pasteleira que tenho nos arrumos. Pintava!

Tinha umas vinhas e de vez em quando fazia cerveja artesanal. Os meus amigos tinham sempre onde ficar se quisessem aparecer. Eram sempre bem vindos.

Mas como também diz a Dido, na mesma música, “I haven't ever really found a place that I call home I never stick around quite long enough to make it”. Será?

sexta-feira, setembro 03, 2004

Friday Night Fever

Bem vindo sejas Long Paranoia (LP). Luís Pitta para os amigos, o do bichinho das viagens. Bem vindo ao clube do blog.

Sexta à noite, em princípio de mês, na terra dos bifes. Já não tenho pachorra para aturar isto. Estes gajos emborracham-se como teenagers. Hoje eram os anos do Freddy e bebi umas pints (e uns licores marados que me deram for free). Amanhã há BBQ em casa do Freddy com o Parente e a Fátima.

A Cláudia conseguiu a licença e vem para a semana.

Eu vou dormir (está um alarme, lá fora, a tocar desde as 6h).

quinta-feira, setembro 02, 2004

O bicho mordeu-me!

O bicho mordeu-me!
Parte 1

Pois é, fui mordido quando era pequenino pelo bicho das viagens.
Não sei o que me faz viajar tanto, só pode ser o bicho...
Só sei que gosto.
Gosto e viajo muito.
Viajo acompanhado ou sozinho, isso não importa.
Viajo mais sozinho, por falta de companhia no inicio, agora por prazer mesmo.
Viajo primeiro dentro da minha cabeça, a seguir dou por mim a 10 mil quilómetros de casa.
Não tenho saudades da minha terra natal.
Lá fora sinto-me tão bem como "cá dentro".
"Cá dentro" tudo parece ficar em sintonia.
O cansaço físico provoca um descanso mental.
A mente, essa, precisa de descansar, o corpo, esse, pode andar dorido, isso não é importante.
Sou uma pessoa diferente depois de uma viagem. Não deixo de ser eu, mas diferente: "Same, same but different", percebem? E é tão bom. Tão bom que a expressão verbal é somente uma pálida imagem do que realmente sinto. Sentir e verbalizar o que se sente é tão, tão diferente. O verbo é redutor, o sentir é resplandecente. Mas até descobrirmos outra forma de comunicar o que sentimos, ficamos pelo aviso e pelo lamento.
(...)


quarta-feira, setembro 01, 2004

(Ex)Citação IV

"Is it better to try and fail, then to never try at all and spend the rest of your life wandering what would've happened if you had?"
Ted McKeever

(de "A Life Less Empty" - uma história em banda desenhada do Matrix)

LP-&-3P Tours Lda. - Dia 33 e 34

Viva lindos!!!

[Dia 33] - 30 Agosto 2004 - Londres

Londres de novo!!!
Foi um dia longo: 7 da manhã Colombo. 10 da manhã Abi Dhabi. 5 da tarde Londres.
Jet Leg a dar-me cabo do físico!!!
Hotelzinho 55 Libras com todas as comodidades mas do tamanho de uma caixa de fósforos. Só o dobro do preço do melhor hotel de 5 estrelas que ficamos em Kitulgala (ver mail anterior)!!! Estamos em Londres LP. Acorda!!!


[Dia 34] - 31 Agosto 2004 - Londres

Lisboa!
Já chegámos?

Onde estamos? Que cidadezinha simpática...
O gajo do taxi até fala Português! Euros!
Caril. Preciso de uma arrufada de caril. O meu corpo está carente de caril... Depressa!!!

Vou dormir. Já não digo nada de jeito e amanhã, podem não acreditar, mas trabalho!!!

Abraços a TODOS,
"LP & 3P - The curry lovers!!!"

LP-&-3P Tours Lda. - Dia 23 e 31

[Dia 23] - 20 Agosto - Ella (Hill country)
Viva a todos,

Continuo com ligações lentas e caras!!!
a vida em Ella passa-se devagarinho.
Os atrasos dos comboios medem-se em quartos de dias!
As vistas de montanha são deslumbrantes.

Ella fica na zona do interior montanhoso do Sri Lanka.

[...]; Eu por cá já começo a ressentir do arroz e do caril. Estou a ficar um pouco cansado da porra do caril em tudo. Ontem deram-me uma bebida gaseificada com gengibre e caril. [...]

Por agora é montanha, depois logo se vai ver.

Love,
LP e 3P, The Adventurous Manbo Company Inc.!


[Dia 31] - 28/Ago/2004 - Colombo again!!!

Innnnterneeeeeeeeeeeeeeeeeeeet yyyyeesssssssssssssss
Até que enfim!!!
Estamos de novo ligados ao mundo inter-galáctico... da comunicação etheriana.
Já estávamos com saudades de umas tecladas valentes.

Colombo. Again e sempre, raios!
De regresso a uma das capitais mais desinteressantes que tivemos o (des)prazer de conhecer.
Bem, também nem tudo é assim tão mau. Estivemos no Gallery Cafe (http://www.worldsbestbars.com/city/Colombo/) que é um espaço óptimo para uma cerveja de gengibre e um momento de relaxe no meio desta cidade marada.

Relatos da viagem existem sempre muitos: a maioria com alguma piada. Seria muito interessante se conseguíssemos manter o diário de ferias actualizado, pois é tão fácil esquecer a maioria das peripécias, não é, viajantes: [...]?

O super difícil Rafting (3P), melhor dizendo o mini rafting de introdução à introdução ao Rafting (LP) deu para assustar muito (3P), lavar as costas (LP), e meter muito medo (3P), de dar uma soneira (LP), de ver bichos enormes do tipo lagarto pré-histórico (3P), lagartixas do tipo geko gigante (LP, ok tinha mais de 1 metro). OK. foi um raftingzinho animado que durou 45 minutos!!! com direito a 6 rápidos de classe 2, 2+ dificílimos (3P) quase parecidos com o Apurimac River (Peru, Classe 5) (LP). O LP fala fala e é muito forte, mas no outro dia andou ao berros no quarto por causa de uma baratinha que lhe subiu pela perna acima. Pois pois a baratinha tinha quase 2 centímeeeetros (LP) e voava e quando morreu fez um estrondo do tipo CRRRRAAAAKKKKK. e saiu um liquido verde corrosivo que furou o chão da guest house - palavra de LP acagaçado.

E daquela vez no outro dia que fomos a farmácia pedir uma pomada para aliviar as dores das picadas dos mosquitos! Saímos de lá todos satisfeitos com uma belíssima pomada para as hemorróidas!!! Juro-vos que é verdade, não bebemos nem fumamos nada antes!

Verdade seja dita já nem temos uma coisa nem outra! (na verdade das segundas nunca chegamos a ter, apesar da porra do picante omnipresente na porra da vida destes indígenas...!!!)

Diarreias: Só 2 ou três vezes (por semana). Mentira!!! Aconteceu mas pouquinhas vezes mais ao LP do que à 3P.

Febres: Somente o caguinchas do LP é que teve no outro dia um ligeiro aquecimento - 38 Graus Centígrados à sombra. Fomos ao hospital (mais parecia uma barraca das feiras, com um tipo lavadinho e simpático a receitar paracetamol aqui ao LP, num pequeno papel que mais parecia higiénico. Verdade seja dita que após 12 horas fiquei mesmo sem febre (LP). Boa onda!

Prisão de ventre: Falem com a 3P. Isso é o departamento dela. Agarradinha!!!

Escorbuto: Ainda não!!! Uffa!

Vómitos: Nada! Só mesmo nojo (3P). LP dá-me um kleenex para limpar os meus dedinhos... Obrigada. Apanhamos cada uma (LP)!!

Transportes públicos: INVARIAVELMENTE cheios. E cheios quer dizer que não sobra espaço para colocar sequer a sandália que a Asia consagrou [...], no chão. Um pézinho vai no ar o outro vai mal pousado, o braço esquerdo agarra-se ao banco da frente, o bracinho direito estica-se para chegar à m*rda do varão que está alto comó caraças, entre os 2 braços conseguimos ter uns 4 ou 5 Srilanqueses agachados a cheirar a catinga local (a diferença está somente na quantidade de caril que comem... Huummm que cheirinho!!). Com licença e se faz favor, não se usam. Fucangar e passar à frente é prato do dia. Sorrisos desdentados também é comum: é isso que os vai safando. Viva o Sri Lanka. Gandas malucos!!!

Vamos hoje divertir-nos à grande na nossa ultima noite em Colombo. Vai ser de gritos!!! AAAAAAAAAAAAAAAAAaaahhhhhmanhã contamos!!!

Por falar em amanhã: Vamos para Negombo, depois de amanha será Londres... depois não sabemos, talvez Bangladesh! Já que o dollar sobe o bangla... OK. sei que é velha mas apeteceu-me!!

Love,
"LP & 3P - The Dream Company, Inc."

domingo, agosto 29, 2004

Tou a morrer de sono!

Mas temos que passar o tempo enquanto nao ta na hora do bus!
Os ingleses sao o povo mais deslavado da Europa... ate os irlandeses, que na maioria sao uns pacovios, sao mais bonitos! As mulheres inglesas ainda se arranjam, mas sao todas iguais. Loiras e com tudo o que podem a mostra...e sempre ao ataque, qq caramelo serve.

Ja disse que as ovelhas na Irlanda sao loucas? (RG - Ja' mulher!) Correm muito e param no meio da estrada!

E que aqui faz mto frio. Em Agosto parece Inverno...ando roxinha de frio!!! (RG) Nunca vi tal coisa, nem na Finlandia. Como e' que estes Irlandeses escolheram ficar e' que ainda nao percebi. Nao foi pelas gajas de certeza. So' se foi pelas ovelhas!

E que comem tudo com batatas (potatoes, potatos...). (RG) Hoje vi tres homens que deviam de comer com batatas! Aos empurroes!

E que a quantidade de turistas e impressionante. E Portugal e tao lindo, carago!!!

(RG) Dublin e' grande, mas nao e' grande merda! Como cidade monumental vale menos que a Guarda, num dia de chuva. `A excepcao do Trinity College isto so' tem pubs e muitos drogaditos! Ah! Tem um rio... Mas tambe'm isso e' mais que normal na Irlanda, com o que chove so' nao ha rios no mar.

Mas nao pensem que nao gostamos de Dublin. Come-se e bebe-se mto bem. Mmo. E optima para tirar um fds de farra! (RG) Eu gostei muito da onda de party que emana pela cidade toda, nao admira que os Pogues tenham nascido por aqui. Ah! Os U2 nao andam por ca'... Mas a Madonna esteve ca' hoje...

Os U2 aparecem nos livros sobre a Irlanda! Sao um monumento!Ehehe Junto com as ovelhas! (RG) E a chuva! E percebi o que quer dizer o verde da bandeira... O laranja e' que nao sei, mas deve ser da cor da cerveja. O branco e' o ce'u num bom dia.

AS estradas num pais em franca recuperacao economica e que deixam mto a desejar... eu sei que nao e preciso autoestradas aos magotes como ai, mas isto e francamente gozar com a cara dos turistas. (RG) A IP5 aqui e' um luxo! E a A1 e' um sonho!

sexta-feira, agosto 27, 2004

Sri Lanka vs Irlanda

(CF) Querido Carne: estamos de ferias na Irlanda! Quem esta no Sri Lanka (ah, inveja!!!) e o Luis Pitta, cujas cronicas o Rui tem publicado aqui.

Ao contrario do Sri Lanka aqui chove todos os dias e so de vez em qd aparece o sol. As praias sao lindas, mas a agua e fria. Os Irlandeses tem lindos sorrisos!

(RG) Finalmente percebi porque a Guinness e' tao espessa. Se assim nao fosse quem e' que a bebia no inverno que existe aqui quase o ano todo. Os Irlandeses so' por si sao doidos por quererem viver aqui, apesar de ser muito bonito, compreendo porque emigram tanto. Mas estamos a gostar...

(CF) Nunca mais vou encarar a chuva da mesma forma!

(RG) Como e' que o pai's com tanto mar come tao pouco peixe? Como e' que um pai's com tanta chuva nao tem um guarda-chuva gigante? Como e' que um pai's de tao mau tempo vive a sua vida em pubs? Esta ultima e' fa'cil, mas a verdade e' que eles vivem nos pubs e no's quando chove ficamos em casa. Mas se chovesse tanto como aqui... Nao havia lenha que chegasse para as lareiras.

Obrigado a todos pelos parabe'ns!

(CF) A paisagem aqui no sul e muito parecida com os Acores! Mas em vez de vacas ha ovelhas. Tem a cabeca e as patas pretas e sao loucas como os Irlandeses... andam no meio da estrada e desatam a correr sem agua vai!!

sábado, agosto 21, 2004

Rotundas, Carros e Obras...

(Desculpem, mas vai sem acentos e com erros)

Estes britanicos sao uns malucos maiores que o presidente da camara de S. Joao da Madeira. Ha' rotundas em todo o lado. Por outro lado isto parece o Porto aquando da Capital da Cultura. Esta' tudo em obras. E ainda por cima tudo e' como Lisboa, carros em todo o lado.

Isto no Reino Unido, porque agora aqui na Irlanda respira-se muito mais um sentimento parecido com o portugues. E' carros em todas as faixa, buzinas e muita confusao. Viva a Irlanda.

Ah! Ainda nao choveu, mas fala-se espanhol em todo o lado. E italiano... e holandes.
E agora PORTUGUES!

quarta-feira, agosto 18, 2004

LP-&-3P Tours Lda. - Dia 10 e 16

[Dia 10] - 7/Agosto – Kandy
Estamos em Kandy. Cidade no centro do Sri Lanka a 500m de altura [n.r.: Altitude].
É calminha e ontem ao chegarmos estávamos a ver que não conseguíamos arranjar dormida. É que as guesthouse fecham cedo e a cadeado!
Finalmente saímos de Colombo, a cidade do fumo de escape e dos edifícios desinteressantes.
Após alguma pesquisa à procura de carro para alugar, acabámos por ir parar à AVIS. O mister lá da agência foi bem simpático pois ajudou-nos a tratar da licença que eles exigem aos estrangeiros para conduzir aqui.
A 3P fez a sua estreia na chamada condução alucinante Srilankesa. Para já guia-se do lado errado da estrada como em Inglaterra, depois a buzina é um dos instrumentos mais importantes que temos dentro do carro. Aliás estamos a pensar em comprar mais umas buzinas para garantir a máxima segurança na condução... ih ih ih hi hi ih.
Fizemos 115 Kms de Colombo até Kandy e demoramos umas 3 horas ou mais. A estrada está cheia de peões de um lado e condutores assassinos do outro. Os autocarros de passageiros são os mais perigosos. Deve ser por isso que tem as buzinas mais fortes!
Ao menos o ar condicionado funciona sem problemas, o que torna a viagem um pouco menos stressante...
Para já parece-nos que esta zona central tem muita cultura e é bem mais relaxante. Vamos continuar pelas plantações de chá', de canela e pelas paisagens de montanha.
Comprámos agora mesmo 2 t-shirts que nos custaram os olhos da cara, quase 2 euros cada! Mas tinha de ser pois estamos com pouca roupa fresca.

Primeiras impressões do Sri Lanka:
Positivo:
- Povo simpático, afável e com bom entendimento da língua inglesa.
- Não são muito melgas (LP). Que ideia (3P).
- Alimentação muito boa (com excelentes condimentos) e barata.
- Transportes públicos muito baratos. Mas nojentos (3P).
- A variedade de diferentes verdes das paisagens, que só' agora começámos a ver.
Negativo:
- São nojentos (3P): comem com as mãos e arrotam bem alto.
- Estão sempre a olhar para mim (3P). Quase nunca olham para mim (LP) com excepção da Guest House em Colombo que eram só' meninas de Colégio.
- A humidade que nos cola a roupa ao corpo (apesar de ser suportável).
- Estão sempre com pressa, não sabem o que é uma fila.
- Colombo: Cidade desinteressante e com um transito caótico, embora haja pior!


[Dia 16] - 13 Agosto 2004 - De regresso a Kandy
Olá Pessoal pensavam que tínhamos desaparecido!!??
Nãããããããoooooo...
Andámos perdidos pelos montes e cidades antigas (séc. 1 a 12).
Pois não, não pois não foi desta que nos perdemos!!
Mas a nossa opinião sobre o povo é a mesma:

Estes Srilankeses são loucos!
Mas extremamente simpáticos, tolerantes e afáveis.
Sorriem com os poucos dentes que costumam ter na cara...
Mas não deixam de ser LOUCOS...
Porquê?
1) Conduzem alucinadamente mas com simpatia, ou seja, quase que nos matam mas avisam primeiro!
Bem mas isso já sabiam, não é?
Sobre a velocidade máxima 72KM/h ela é bem teórica! Na prática conseguimos fazer medias altíssimas de 40 Km/h. Ou seja quaisquer 3 horas e meia servem para percorrer 100 km.
A estrada tem pouco mais que a largura de 1 carro, as camionetas, camiões e os tuk tuk (três rodinhas para os amigos) são mais do que muitos. Buracos e pessoas a andar na berma são o normal. Parece que estamos a jogar o space invaders. Lembram-se?
2) a 3P já guia à moda do Sri Lanka, vejam lá que até fomos mandados parar por uma brigada de trânsito com RADAR!
Sim esses radares sofisticados do tipo pistola "star trek". Adivinhem a quantos kms por hora ia a 3P?
SSSSsssssseeeesssseennntttta e ttttrrrrreeeessss kilometros por hora, essa maluca!!!
Estava em transgressão, pois claro!!
O limite era mesmo de 50 Km/h. Podem não acreditar mas o policia ficou tão surpreso quanto espantado ao ver uma mulher ao volante. Aqui as mulheres não conduzem mesmo! Pior: uma mulher com cabelo esquisito (loiro) e de olhos estranhos (azul).
Ele ficou tão boquiaberto que não teve reacção nenhuma e mandou-nos seguir caminho, mas devagarinho e sem os médios acessos!!!!
Sim porque é a própria polícia a estranhar esta medida adicional de segurança.

Passemos agora à fauna do País: Ao longo destes dias temos visto de tudo a passar à nossa frente... mesmo à frente...
À NOSSA FRENTE MESMO, percebem? Ali a 1 metro de nós...
Cães é mato, vacas e bois nem falar, gazelas algumas mas elefantes não é costume vermos assim a atravessar a rua na maior da descontracção (pudera com aquele porte atlético também eu andava descontraído), iguanas de 2 metros, esquilos, ratos, raposas...
No sector das aves a variedade é enorme. [...]

Acabamos de fazer o triângulo cultural (depois explicamos a ideia), o que quer dizer uma grande parte do centro norte do Sri Lanka.
Até conseguimos meter uma prainha pelo meio, porque cultura de mais faz mal! Fomos até Trincomalee, cidade do Nordeste Srilankes, maioritariamente Indu de religião, Tamil de raça.
A 3P está com um bronze fenomenal e eu para além do bronze estou cheio de bexigas das mordidelas dos filhos da **ta dos mosquitos que parecem ter uma boca maior que o normal, e um apetite voraz por carne ocidental. No outro dia eram tantos atrás de mim que tive de me refugiar no mar a 16 metros de profundidade. foi um mergulho interessante pela vida marinha, algum coral mole embora a visibilidade tenha sido fraca. 30 USD para os estrangeiros. Not so bad!

Mas tudo isto não pode passar sem compras. O LP bem que tenta guardar o dinheiro, mas eu sei muito bem onde ele o guarda, e zás vai de surripiar umas rupias cá' para myself. Temos comprados tecidos, sarons (saias para homem), camisinhas (não essas seus malandros) feitas em batik (pintura típica da Indonésia [...]). E' tudo bastante em conta, mas chegaram a pedir-nos 2000 Rupias por uma camisa e trouxemo-la por 550 Rp.
O processo de regateio é divertido mas temos de ser intolerantes pois eles tem a escola toda.

Agora vamos para o Hotel, temos de descansar, pois a viagem foi longa (45Km) e o rabo está dorido das voltas de bicicleta que demos ontem em Polonaruwa.

Beijos, abraços,
"LP-&-3P Tours Lda."

(Ex)Citação III

"If you understand who you are and respect yourself, you will not see criticism as a problem but as an opportunity to become a better person. When you feel inadequate or imperfect, the criticism is threatening and makes you feel that you have to defend yourself. When you are secure - not perfect, but secure - you can listen to the criticism and consider its value."
Dr. Bernie Siegel

terça-feira, agosto 17, 2004

Afinal, sou racista!

Quando vi um "ajuntamento" de judeus no fim-de-semana a minha primeira reacção foi pedir ao Rui para voltar para trás que queria ver outra vez...parecia uma criança, juro!!! Mas depois cada vez que via mais uns não me continha e chamava-lhes cabrões e fdp. Ainda estou estupefacta com as minhas reacções!
Mas o pior foi mesmo dar de caras com umas árabes todas de preto, tudo tapado incluindo as mãos e só uma frincha nos olhos...fiquei e ainda estou em choque. Como mulher...depois de séculos de sofrimento, dói-me. E novamente dou comigo a chamar-lhes nomes.

sexta-feira, agosto 13, 2004

(Ex)Citação II

"Gifted leadership occurs when heart and head - feeling and thought - meet. These are the two winds that allow a leader to soar."
Daniel Goleman

terça-feira, agosto 10, 2004

O blog é de todos! O blog é de todos!

Vida de dondoca - 1as impressões

"England has a beautiful countryside"…pois…mas vai-se na Estrada e o que se vê são árvores e mais árvores. Um muro verde. Eh! Isto está a começar bem.

Lindas casinhas de tijolo! Aos montes...umas maiores, outras mais quenitas. Mas todas simplesmente IGUAIS!
Já estou a imaginar-me a chegar a casa de alguém pela primeira vez e dizer: Linda casinha, ãh!? E desatar a rir.

O nosso apartamento é bem no centro. Tenho tudo qt é loja por aqui. Livraria de um lado, virgin megastore do outro, "american nails" e cabeleireiro em frente. E nas ruas aqui à volta lojas de roupa de todo o tipo, "department stores" e ainda dois centros comerciais. O sonho de qq mulher que queira arrasar com os cartões de crédito.

Confirma-se. A inglesas gostam mesmo de mini saias e são basicamente umas foleiras! Mas as mais velhas são muito maternais. Já me trataram umas duas ou três vezes por "love" e "honey". Gostei. Ainda não estou ambientada e é acolhedor.

A televisão tem tantos canais que na ânsia de ver tudo o que há faço zap, zap, zap e não consegui ver nada mais de 5 minutos!

Passo a vida a dizer a toda a gente que Aveiro é muito húmido e que por isso a temp não pode subir muito senão fica insuportável. Mas isto aqui é bem pior. Desde que cheguei que tenho a roupa colada ao corpo e durmo sem nada a tapar-me. Impensável, né?

sábado, agosto 07, 2004

: : : 1-big-O [v3.0]

Em Agosto de 2000 a Gilda Bettencourt, que trabalhava no ICEP de São Francisco pediu-me para a ajudar numa tradução. Recebi $50 pelo trabalho e há umas semanas recebi a cópia do catálogo que ajudei a traduzir.

Southern Exposure

É um catálogo de uma exposição que ocorreu em 5 galerias - uma em São Francisco, EUA, outra em Toronto, Canadá, outra em Christchurch, na Nova Zelândia, outra em Lisboa - Galeria Zé dos Bois - e outra em Taipei na China. A exposição chamava-se "Sister Spaces" e teve lugar de 8 de Setembro a 28 de Outubro de 2000.

Portuguese Translation Gilda Bettencourt with Rui Gonçalves, Rita Silvério Machado, Nuno Moura and Mónica Ferreira Pinto

A mim calhou-me a tradução relativa à galeria YYZ Artists’ Outlet em Toronto, Canadá, começada pela Gilda e que eu corrigi.

"Eram arrivistas impertinentes nos anos 70 e 80, cheios até a borda com iconoclasmo criativo, irreverência, e comunalismo anárquico. Forneceram um ponto de partida para uma geração de artistas que não queriam vender as suas obras e muito menos queriam estabelecer uma conversa de jantar interessante com coleccionadores aborrecidos e milionários. Mas hoje, muitos dos espaços geridos por artistas estão a tornar-se nos sentinelas grisalhos duma alternativa institucionalizada. Presos a comissões e a enfrentar responsabilidades administrativas consideráveis, os espaços dirigidos por artistas têm de trabalhar mais que nunca para manter as suas concessões, e a sua reputação de inovadores está a ser posta em causa por uma série de galerias comerciais e salas privadas que têm vindo a emergir.

Quando a YYZ Artists’ Outlet foi fundada em 1979, uma primeira fornada de espaços alternativos em Toronto encontrava-se numa fase de autodestruição devido ao arruinar de interesses colectivos, ao aumento de responsabilidades burocráticas e administrativas, à crítica governamental, e a um mal-estar teórico em geral (leia-se: pós-modernismo) – a excepção digna de nota é A Space, que ainda hoje está em operação. Os fundadores, da YYZ, foram um grupo de graduados da escola de arte, que não tinham outra ambição sem ser a de criar um espaço onde podiam mostrar as suas obras. Como afirma Kim Todd, a primeira gerente da YYZ, “Não queremos adoptar a história de ninguém.”

Os fundadores da YYZ nunca redigiram um mandato, nem definição da missão, nem se declaram opositores a qualquer instituição rival. Eram simplesmente algo mais, qualquer coisa que surgiu de um longo desejo por algo que ainda não existia. Ser “alternativo” implica manter uma relação ou estar em diálogo com uma outra entidade mais convencional, mas, no Canadá, nunca houve uma grande tradição de institucionalização artística para que o alternativo pudesse ser construído em oposição, como aconteceu nos Estados Unidos e na Europa.

O mandato corrente da YYZ é uma formação posterior, por assim dizer, criado para esboçar explicitamente as paixões, compromissos, e actividades. A galeria dedica-se a três áreas de programação – as artes visuais, as artes temporais, e a publicação – os quais estão sujeitos à mudança. A programação das artes temporais foram introduzidas para o inventário de exibições em 1987 para acomodar e encorajar o número crescente de artistas que trabalhava em cinema, vídeo, ou na representação. Em discussões recentes entre os membros do conselho discute-se a manutenção de uma distinção entre as artes visuais e temporais, numa altura em que cada vez mais os artista criam obras multidisciplinares. Em 1998, a YYZ publicou a sua primeira colecção de escritos de crítica, como consequência de uma série de conferências muito bem sucedidas e de debates, por si produzidos. A secção de publicações, YYZ Books, agora bem estabelecida, mantém o compromisso adoptado pela galeria em discursar.

Dentro do seu ensaio para o catálogo do décimo aniversário da galeria, Decalog, Barbara Fischer descreveu a YYZ como uma organização que “navegou numa rota rizomática, valendo-se das energias e dos interesses de uma comunidade baseada em Toronto.” Os membros do conselho, com quem tenho mantido contacto durante os anos, são da mesma opinião: mostrar obras da arte, as quais acham provocantes, será sempre a prioridade. A estrutura do conselho convocatório garante que o conceito do termo “provocante” nunca será estática.

Susan Kealey, uma artista, escritora, e participante há muito tempo na cultura dirigida pelos artistas, entrou no conselho da YYZ em 1989. Em 1999, concluiu num artigo da revista Fuse: “Parece inútil discutir se os CDPAs [Centros Dirigidos Pelos Artistas] continuam alternativos, porque é claro que se tornaram instituições, apesar da programação se distinguir da dos museus e galerias públicas. Mas os CDPA ainda conseguem exercer a diferença – simplesmente porque são dirigidos por artistas.”

Kealey tem razão ao afirmar que, num contexto canadiano, a discussão “alternativa” acerca dos espaços dirigidos por artistas é agora irrelevante. Alternativo tem definitivamente servido como um adjectivo útil, como uma espécie de símbolo de estenografia que se refere a uma história particular ou a assinalar um género de envolvimento com a arte que difere da moda corrente. Kealey também tem razão em reconhecer que os espaços dirigidos por artistas – pelo menos em Toronto – já são instituições. A pergunta mais interessante de hoje, na minha opinião, não é “Será que os espaços dirigidos por artistas são alternativos?”, mas “Será que as instituições podem ser relevantes?” O desafio é claro, e é um dos que a YYZ enfrenta directamente. A galeria pode mostrar, e mostra, as obras que seriam censurados na maioria dos museus e galerias públicas. Como instituições, a YYZ pode conceder um certo “selo de homologação” aos artistas e às suas obras, uma legitimidade que de outra maneira poderia eludi-los por muitos anos. A YYZ ainda paga, aos artistas, os honorários mais altos de todas as galerias alternativas no Canadá (por um exposição individual um artista recebe $1,200 canadianos), pondo a par as artes temporais com as artes visuais, e os artistas seniores com aqueles que neste momento estão emergir.

Nos dias de hoje, e face à diminuição dos fundos governamentais, os espaços “alternativos” de Toronto – ainda que não pretendam o rótulo – tendem a ser galerias comerciais do tipo “faça você mesmo” e com orçamentos limitados. Os artistas estão se a lançar nesta dança de comercialismo, com talvez o mesmo idealismo engenhoso que marcou a formação dos primeiros espaços dirigidos por artistas há vinte anos atrás. Porém, este movimento não impede a existência continuada dos espaços alternativos. Iniciativas dirigidos pelos artistas que recebem doações de fundos públicos continuam a ser necessários para a sobrevivência e vitalidade da cultura canadiana em todas as suas variações e permutações. A YYZ agora tem 21 anos de história para sobrepujar e para assegurar. O conselho e o pessoal da galeria acreditam que é importante reconhecer esta história da arte que programamos, dos livros que publicamos, e dos eventos que organizamos.

Espaços dirigidos por artistas atraem pessoas com uma paixão pela arte contemporânea e com um compromisso teimoso com o discurso crítico. Num mundo em que tudo está demasiado cínico, tímido, e niilista, isso será tudo o que de “alternativo” alguém poderia esperar.
Eram arrivistas impertinentes nos anos 70 e 80, cheios até a borda com iconoclasmo criativo, irreverência, e comunalismo anárquico. Forneceram um ponto de partida para uma geração de artistas que não queriam vender as suas obras e muito menos queriam estabelecer uma conversa de jantar interessante com coleccionadores aborrecidos e milionários. Mas hoje, muitos dos espaços geridos por artistas estão a tornar-se nos sentinelas grisalhos duma alternativa institucionalizada. Presos a comissões e a enfrentar responsabilidades administrativas consideráveis, os espaços dirigidos por artistas têm de trabalhar mais que nunca para manter as suas concessões, e a sua reputação de inovadores está a ser posta em causa por uma série de galerias comerciais e salas privadas que têm vindo a emergir.

Quando a YYZ Artists’ Outlet foi fundada em 1979, uma primeira fornada de espaços alternativos em Toronto encontrava-se numa fase de autodestruição devido ao arruinar de interesses colectivos, ao aumento de responsabilidades burocráticas e administrativas, à crítica governamental, e a um mal-estar teórico em geral (leia-se: pós-modernismo) – a excepção digna de nota é A Space, que ainda hoje está em operação. Os fundadores, da YYZ, foram um grupo de graduados da escola de arte, que não tinham outra ambição sem ser a de criar um espaço onde podiam mostrar as suas obras. Como afirma Kim Todd, a primeira gerente da YYZ, “Não queremos adoptar a história de ninguém.”

Os fundadores da YYZ nunca redigiram um mandato, nem definição da missão, nem se declaram opositores a qualquer instituição rival. Eram simplesmente algo mais, qualquer coisa que surgiu de um longo desejo por algo que ainda não existia. Ser “alternativo” implica manter uma relação ou estar em diálogo com uma outra entidade mais convencional, mas, no Canadá, nunca houve uma grande tradição de institucionalização artística para que o alternativo pudesse ser construído em oposição, como aconteceu nos Estados Unidos e na Europa.

O mandato corrente da YYZ é uma formação posterior, por assim dizer, criado para esboçar explicitamente as paixões, compromissos, e actividades. A galeria dedica-se a três áreas de programação – as artes visuais, as artes temporais, e a publicação – os quais estão sujeitos à mudança. A programação das artes temporais foram introduzidas para o inventário de exibições em 1987 para acomodar e encorajar o número crescente de artistas que trabalhava em cinema, vídeo, ou na representação. Em discussões recentes entre os membros do conselho discute-se a manutenção de uma distinção entre as artes visuais e temporais, numa altura em que cada vez mais os artista criam obras multidisciplinares. Em 1998, a YYZ publicou a sua primeira colecção de escritos de crítica, como consequência de uma série de conferências muito bem sucedidas e de debates, por si produzidos. A secção de publicações, YYZ Books, agora bem estabelecida, mantém o compromisso adoptado pela galeria em discursar.

Dentro do seu ensaio para o catálogo do décimo aniversário da galeria, Decalog, Barbara Fischer descreveu a YYZ como uma organização que “navegou numa rota rizomática, valendo-se das energias e dos interesses de uma comunidade baseada em Toronto.” Os membros do conselho, com quem tenho mantido contacto durante os anos, são da mesma opinião: mostrar obras da arte, as quais acham provocantes, será sempre a prioridade. A estrutura do conselho convocatório garante que o conceito do termo “provocante” nunca será estática.

Susan Kealey, uma artista, escritora, e participante há muito tempo na cultura dirigida pelos artistas, entrou no conselho da YYZ em 1989. Em 1999, concluiu num artigo da revista Fuse: “Parece inútil discutir se os CDPAs [Centros Dirigidos Pelos Artistas] continuam alternativos, porque é claro que se tornaram instituições, apesar da programação se distinguir da dos museus e galerias públicas. Mas os CDPA ainda conseguem exercer a diferença – simplesmente porque são dirigidos por artistas.”

Kealey tem razão ao afirmar que, num contexto canadiano, a discussão “alternativa” acerca dos espaços dirigidos por artistas é agora irrelevante. Alternativo tem definitivamente servido como um adjectivo útil, como uma espécie de símbolo de estenografia que se refere a uma história particular ou a assinalar um género de envolvimento com a arte que difere da moda corrente. Kealey também tem razão em reconhecer que os espaços dirigidos por artistas – pelo menos em Toronto – já são instituições. A pergunta mais interessante de hoje, na minha opinião, não é “Será que os espaços dirigidos por artistas são alternativos?”, mas “Será que as instituições podem ser relevantes?” O desafio é claro, e é um dos que a YYZ enfrenta directamente. A galeria pode mostrar, e mostra, as obras que seriam censurados na maioria dos museus e galerias públicas. Como instituições, a YYZ pode conceder um certo “selo de homologação” aos artistas e às suas obras, uma legitimidade que de outra maneira poderia eludi-los por muitos anos. A YYZ ainda paga, aos artistas, os honorários mais altos de todas as galerias alternativas no Canadá (por um exposição individual um artista recebe $1,200 canadianos), pondo a par as artes temporais com as artes visuais, e os artistas seniores com aqueles que neste momento estão emergir.

Nos dias de hoje, e face à diminuição dos fundos governamentais, os espaços “alternativos” de Toronto – ainda que não pretendam o rótulo – tendem a ser galerias comerciais do tipo “faça você mesmo” e com orçamentos limitados. Os artistas estão se a lançar nesta dança de comercialismo, com talvez o mesmo idealismo engenhoso que marcou a formação dos primeiros espaços dirigidos por artistas há vinte anos atrás. Porém, este movimento não impede a existência continuada dos espaços alternativos. Iniciativas dirigidos pelos artistas que recebem doações de fundos públicos continuam a ser necessários para a sobrevivência e vitalidade da cultura canadiana em todas as suas variações e permutações. A YYZ agora tem 21 anos de história para sobrepujar e para assegurar. O conselho e o pessoal da galeria acreditam que é importante reconhecer esta história da arte que programamos, dos livros que publicamos, e dos eventos que organizamos.

Espaços dirigidos por artistas atraem pessoas com uma paixão pela arte contemporânea e com um compromisso teimoso com o discurso crítico. Num mundo em que tudo está demasiado cínico, tímido, e niilista, isso será tudo o que de “alternativo” alguém poderia esperar.
"

Autógrafos I - Manuel João Vieira

Nas Presidenciais de 2001 houve um candidato sui generis, que talvez pouca gente se lembre dele por causa desse episódio, talvez ainda menos gente saiba da sua faceta de pintor no Grupo Homeostético, mas lembram-se dele porque é o inconfundível vocalista dos Ena Pá 2000 e d'Os Irmãos Catita.

Vieira a Presidente!

Mas na campanha dessas eleições de Janeiro de 2001, o meu amigo Pedro "de Setúbal" Figueiredo comendo uma bucha ao balcão, em Lisboa, deparou-se com o Manuel João Lello Marmelo e pediu-lhe um autógrafo para mim. No seu cartão pessoal que não mostro aqui por razões de publicidade.

Para o Lóló do Candidato Manuel João Lelo Minsk Vieira até à Vitória Final!

Encontrei-o hoje a arrumar um saco velho e fica aqui para a posteridade.

sexta-feira, agosto 06, 2004

Last day in...

Ainda não comecei a fazer a mala. Comprei-a ontem, num Bazar Chinês. Só me tenho preocupado com as coisas que não dependem de mim ou que me comprometi com outros a fazer. A mala faço-a amanhã nas calmas. Vai sempre faltar alguma coisa.

Esta é possivelmente a aventura mais fácil de todas. Ir para Inglaterra 3 meses é tão mais fácil se comparado com 9 meses nos Estados Unidos, 3 semanas no Japão ou 1 semana em São Tomé. Inglaterra é Europa, mesmo que eles continuem a achar que não, mesmo que lá tenhamos que usar outra moeda, conduzir do lado "errado" ou beber cerveja quente. Inglaterra é a nação europeia cuja história mais uniu a Portugal, pelas boas ou más razões. As descobertas se calhar nunca teriam acontecido se o Infante D. Henrique (e a ínclita geração) não tivesse tido uma educação britânica, coisa que temos agradecer à inglesa D. Filipa de Lencastre (Lencaster).

Na Inglaterra fala-se inglês (possivelmente o meu segundo idioma), gostam de futebol e cerveja. Mas do que eu vou mais sentir saudades é de um bom peixe (incluindo o bacalhau), dos chouriços e do vinho. Eu sei o que passei nos Estados Unidos... Mas desta vez estou muito mais perto de casa.

Por isso ontem fui jantar um belo peixe ao novo restaurante do meu roteiro gastronómico. A "Cantina-Bar da Lota", no edifício da Lota de Aveiro, na Gafanha da Nazaré. Recomenda-se!

... na Cantina

Levei uns amigos comigo, para que me recorde deles felizes. Não que vá embora por muito tempo, mas porque é sempre bom estar com amigos. E porque assim é, hoje fui almoçar um belo arroz de pato aos "2 Duques" (aqui em Aveiro e que também se recomenda), com os meus colegas de trabalho. Com tanto almoço e jantar "de despedida" ainda acabo a não caber no avião ou a pagar excesso de peso na bagagem.

Mas voltando à aventura, que na verdade pouco tem de aventura, pois tenho apartamento, carro e roupa lavada, mas que de empresa tem apenas o facto de mudar de um dia para outro de uma cidade à beira mar, recheada de praias de areia branca e muito sol para uma cidade que em tempos foi agrícola e que hoje é dedicada à industria tecnológica, no interior de Inglaterra, onde o sol nem sempre gosta de aparecer.

Mas fico com saudades. Irónico que quando fui ontem ao tatuador emendar a minha tatuagem, a música que tocava era um tema dos anos 80, do Philip Oakey e Giorgio Moroder, chamado "Together in Electric Dreams":

"We'll always be together
However far it seems
We'll always be together
Together in Electric Dreams
"

quinta-feira, agosto 05, 2004

Henri Cartier-Bresson

Henri Cartier-Bresson

Uma homenagem ao melhor fotógrafo do século passado - Henri Cartier-Bresson - morto na segunda-feira, mas só ontem é que se soube. Fundador da agência Magnum, morreu aos 95 anos de velhice.

Viajou a vida toda, por toda a parte e deixou um registo inigualável do mundo do século XX.

terça-feira, agosto 03, 2004

LP-&-3P Tours Lda. - Dia 0 a 5

LP e 3P


[Dia Zero] Afinal há dia Zero!
A mochila está pronta.
Ficou bem mais pequena do que eu esperava.


[Dia 1] YYEEEEeeeeeeeeeeeeessssssssssssssssss
Sentir o peso da mochila nos ombros.
O cheiro da aventura no ar.
Voo atrasado 30 minutos. Ninguém dá por isso.
BA [n.r.: British Airways] até deu-nos sandes aquecidas no microondas!!! uaua
Cheeeeeeeeeeeeeeeegggaaaaaaamossssssssssss!!!!
Temperatura amena. T-shirt is enough!!
Compramos um one day travel card e já visitámos: Convent Garden, Picadilly Circus, Soho, China Town.
Jantámos umas lasanhas e as cervejas custaram mais do que a comida!!! Boa onda. O barzinho estava animado mas à 1H20 era fim de festa para eles e início para nós!!! OK! Amanhã apanhamos a pedalada ou seja começamos a beber mais cedo!!!


[Dia 2] 30 Jul - Londres
IIIIuuuuuuuuuuuuu
Já entrámos na corrida desenfreada às agências de viagens.
Má altura dizem eles, mas nós não acreditamos nisso.
LP [n.r.: Luís Pitta] aplica-se à tarefa árdua de pesquisar e procurar os melhores deals para as viagens.
3P [n.r.: Paula Vidinhas] dedica-se aos museus e ao turismo.
Destinos na calha: Sydney, Bangkok, Hong-Kong, Delhi, Bali e Auckland.
Loja 1: Thomas Cook - A mulher era lenta e parda.
Passemos para a loja 2: bla bla
Loja 3: ble ble
...
Loja 324: Melhor! Melhor porque já não oiço nada com o cansaço!!!
Preços para Sydney: 720 Libras com taxas!! É alto!
Preços para Bankok: 620 Libras com 2 noites em Hotel de Luxo incluídas!!! Bem. Mesmo assim e' caro! E Thailand já conhecemos...
Londres é muito caro mas a 3P diverte-se à brava a gastar dinheiro do meu cartão de crédito!!
Ainda bem que trouxe 3 cartões desses, quando um secar temos ainda mais 2!!!! Valeu Galera!!!
Nepal Surgiu por 450 Libras com taxas. Estamos a ponderar.
Isto promete...


[Dia 3] 31 Jul - Sábado em Londres é bom....
É bom para:
- Gastar dinheiro
- Ver museus atolhados de turistas
- Andar milhas a pé e pagar 750 Escudos por 2 cafézinhos expressos!!!
Mas também é bom para procurar voos na:
- Trailfinders e na TravelBag, por sinal com espectaculares lojas aqui ao vivo e em directo.
Hoje de manhã enquanto a 3P curtia museus desenfreadamente aqui o je palmilhava a South Kensington St. e a Trailfinders deu-me as seguintes dicas e preços:
Pequim: 600 Libras. Pareceu-nos bem. Acho que vamos para a China!!!
Corremos a livraria para ler um pouco do Lonely Planet China!!!!


[Dia 3] 31 Jul - Parte 2 - Londres
Delhi: Custa só 560 Libras!!!
Afinal vamos para a India!
Yyyyesssss
opsssss

Esperem...

parece-me

que

a

3P

está

a

entrar

em

PÂAAAAAAAAAAnniiiCCCCCCCCOOOO

Porquê, perguntam vocês!!!!
Está com medo de ir para a Índia. Diz que não gosta de ver meninos aleijados e mal nutridos a puxarem pelas mangas da sua T-shirt. Incomoda-a e diz não estar psicologicamente preparada.
Bem!!! Não é grave, vamos a correr à livraria ler um pouco sobre a Índia.


[Dia 3] 31 Jul / Parte 3 - Sabem onde estamos?
Estamos em Londres!!!!
Trá lá lá lá LÁ
Afinal decidimos ficar o mês de Agosto em Londres!
A 3P está a adorar....
Não tenho hipótese de escolha: Tenho de adorar também.
Estou a aDORAR!!! Adoro Londres. UUUUUindo!!!!!
Londres é UUUUilndu (não bebo mais hoje).


[Dia 4] - Londres.. Caro!!! ui ui ui
Domingo em Londres é sempre muito bom.
Dormir até à uma da tarde. (perdemos o pequeno-almoço, incluído na diária do nosso "fabuloso" hotel)
Corremos para agência de viagens e zássss reservámos 2 bilhetes para

Sydney!


[Dia 5] - 2 de Agosto - Londres - Ainda!!!
UUUUUiiiiiiiiiiiiiii
Londres continua no mesmo lugar a sugar-nos até à medula óssea. Acho que já gastámos o equivalente a 95 dias no BANgladesh!!!
Por falar em Bangladesh:
ANULAMOS AS NOSSAS RESERVAS PARA A AUSTRÁLIA, fizemos outra para o Nepal que entretanto também já anulámos e agora acabámos de comprar 2 passagens sabem para onde?

Pois vamos mesmo para Faro!!!! Grandes promoções tem estes tipos para o Algarve. Achámos que seria uma boa ideia e pronto....
YEESSSSSS
Vais ser a loucura total.


[Dia 5] - 2 Agosto - Londres - Parte 243
Londres,
A 3P afinal não gostou da ideia de irmos para Faro!!!
- Não sei porquê?
- Olha olha um voo barato para Colombo!
- Onde fica Colombo, pergunto eu?
- Ali mesmo no finzinho da Índia, uma ilha em forma de gota de água.
- Parece-me bem, digo eu em grego arcaico.
- Passa-me ai o VISA que trato já de fazer a compra de 2 bilhetes!!!
Zás trás pás
Bilhetes comprados e assunto finalmente arrumado...
Digam todos comigo: "IIIIIIIIIIIIIIuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu"
Todas as nossas energias apontam agora para a ilha em forma de gota d'água.
- Corre corre LP vamos à livraria comprar o Lonely Planet Sri Lanka.
- Yes!! Grande ideia 3P.
Amanhã vamos apanhar um aviaozinho da Gulf Air para Abu Dhabi e depois daí até Colombo. Só chegamos no dia seguinte por volta das 7 da manhã.


[n.r.: Aguardam-se novidades da Ilha de Colombo no Sri Lanka. Mas não fico surpreendido se vierem das Falkland.]

segunda-feira, agosto 02, 2004

Palhaça: Dogmas da Gestão

Justiça
- "Estamos atentos a esses problemas!" - Esquece isso.
- "O teu problema não foi esquecido." - É melhor esqueceres mesmo.
- "As coisas demoram o seu tempo." - Espera mais dois anos e pode ser que haja novidades.
- "A empresa não se vai esquecer de ti." - Omite isso da tua memória!
- "Depois eles vêm cá pôr os ovos." - Depois eles vêm cá deixar o fundo das panelas.
- "Só ficamos com o fundo das panelas." - Eles escolhem e nós ficamos com os restos dos trabalhos.


Omnisciência
- "Afina daqui, afina dali." - Não sei o que se deve fazer!
- "Pica por cima, pica por baixo." - Idem
- "Este é o roadmap!" - Estamos todos perdidos e não sabemos o que fazer.
- "Estás a ver a Barra? Não é para aí!" - Vês para que serve o roadmap?
- "Ajuda-me a gerir isto." - Estou perdido! Decide tu e diz-me o que decidiste e eu fico com os louros!
- "Ajudem-me a afinar isto!" - Já não sei o que fazer...
- "Mas tu não achas que..." - Não interessa o que achas, tens é que concordar com o que estou a dizer.
- "Tem que haver uma receita para isto!" - Tu és um robot e tens que trabalhar como tal.
- "Entram batatas... saem chouriças" - Tens que seguir a receita.
- "Baralhas e voltas a dar!" - Faças o que fizeres há sempre maneira de te confundir.
- "Já somos adultos! Já sabemos gerir empresas!" – O meu umbigo está enorme.
- "Isto começou por ser uma chafarica..." - Nada mudou!
- "Isso são más influências!" – Já não ouves o que digo, já não fazes o que mando! Não reportas!
- "Posso falar contigo?" - Para lá de não fazer nada e liga-me um bocadinho se não eu choro!


Bondade
- "Mas nós podemos, e devemos,..." - Mas nós podemos e vocês devem...
- "Isto é uma missão." - Pretendemos que trabalhes 14h por dia, 6 dias por semana, sem qualquer tipo de compensação ou regalias.
- "Criar Sinergias!" - Tu trabalhas e nós recebemos.
- "Não digas a empresa, diz nós." - Se tiveres sucesso temos todos, se te lixares lixas-te sozinho.
- "Quero que sejas o meu braço direito!" - Preciso de um tipo que faça aquilo que eu não quero fazer.
- "É só 20% do trabalho." - Dos 200% que espero de ti.
- "A empresa está a crescer." - Não contratamos ninguém, mas há mais trabalho, pelo que tens que trabalhar mais.
- "O fulano vai receber uma pipa de massa." - Arranjámos uma maneira de compensar o fulano, de maneira que a empresa não pague mais impostos e que estes sejam deduzidos no impostos do fulano.
- "O bónus vem disfarçado no aumento." - Boa! És um lindo cordeiro.
- "Não sei se tenho enquadramento para te pagar essas horas extras." - Trabalha! Trabalha! Trabalha! Que eu não te pago um centavo, escravo.
- "Eisselente" - Obrigado, otário!
- "Obrigado, fulano!" - Esta é a minha forma de te compensar pelo teu esforço extra! Os aumentos vem a caminho...
- "Queria agradecer em nome da equipa." – Um Obrigado paga tudo.
- "Temos vindo a trabalhar no sentido de tornar possível. - Não mexemos uma palha, mas tudo aconteceu e teremos que aceitá-lo como tal.


Omnipresença
- "Manda com o meu conhecimento." - Eu tenho que saber tudo o que se passa.
- "Por favor envolve-me nisso." - Andas a esconder-me informação. Faz o favor de me manter a par.
- "Vocês não reportam." - Vocês não me dizem tudo o que fazem.
- "Tens alguns infeeds para me dar?" – Eu sei que sabes coisas que julgas que eu não sei mas devia de saber, mas que já soube por outros?
- "É preciso balizar o trabalho." - Eu não sei nada disto, mas vocês têm que ir buscar a informação a algum lado.
- "É uma questão de a gente perceber." - Estudem! Escrevam documentos! Que eu não tenho tempo para os ler!
- "Tu és os nossos olhos e mãos lá..." - Trabalha para que eu possa ter os louros!!


Omnipotência
- "Não espantes a caça." - Cala-te! Que eu quero que estes gajos vão para onde não querem ir!"
- "Fazes porque eu digo para fazeres!" - Faz o que eu digo não faças o que eu faço.
- "Não!!! Tu vais para a Cazaquistão e para o Burkina Faso..." - Seguimos para bingo.
- "Tenho que mostrar que sou mau senão vocês pensam que eu sou mole!" - Para pensar que eu sou mole já chega a minha mulher.
- "Estás feliz?" - Se não estiveres, azar!
- "Estas informações serão tratadas confidencialmente." - Estás marcado!


Espiritualidade
- "Aqui na Palhaça não há melhor." - Fecha os olhos, a Palhaça é o limite do teu horizonte, estás hipnotizado...
- "Eu quero que vocês trabalhem bem, não que trabalhem muito." - Eu quero é que vocês se f****!

domingo, agosto 01, 2004

O Vespertino de Reading

Há cerca de três meses, sabendo que eu estava disposto a fazê-lo, o Freddy propôs ao Team Leader dele, que em vez de contratarem alguém temporariamente propusessem o meu destacamento por três meses para trabalhar em Inglaterra.

Reino Unido e Republica da Irlanda

Numa história revestida de contornos que só lembra o conto de Hans Christian Andersen "A Roupa Nova do Rei", a diabólica aventura de quem tenta adiar um processo que se encontra já em movimento, só prova que o umbigo nem sempre é o melhor sítio para se olhar quando se está no mundo dos negócios internacionais. Sharks patrol these waters, Sharks patrol these waters - Morphine.

Reading e Londres

Assim, há cerca de uma semana e meia, num processo em muito semelhante ao ultimato de Janeiro de 1890, conhecido como Ultimato do Mapa Cor-de-rosa, os ingleses arrumaram com todas as indecisões e levaram a deles avante. A deles e a minha, porque a ultima palavra era sempre a minha. Porém contrariaram as decisões dos portugueses em adiar o processo até Outubro.

Reading

De um momento para o outro e depois de quase três meses de negociações (à minha margem) sou confrontado em poucas horas com a decisão de abdicar das minhas (e da Cláudia) férias de Verão e fazer um destacamento com partida quase imediata para o Reino Unido. Para tal teria um apartamento à minha espera, um carro alugado e uma viagem mensal para vir a casa, para além de umas justas ajudas de custo diárias. Este era o meu preço!

NEC Technologies UK Ltd, Level 3 Imperium, Imperial Way Reading, Berkshire RG2 0TD, UK

O apartamento tem cozinha apesar de eu "não saber cozinhar" e as viagens, que eram para serem semanais, devem-se ao facto "da minhas esposa ser professora, não termos filhos e ela precisar do meu apoio". Mas, só seria possível começar o destacamento em Setembro porque "tenho constrangimentos pessoais" provavelmente "inultrapassáveis". "O Rei Vai Nu, O Rei Vai Nu!"

O Vespertino de Reading

Pois bem! A partir de dia 9 de Agosto de 2004 estarei destacado por um período de 3 meses (extensível a 6 meses) na NEC Technologies UK Ltd, em Reading (que apesar de se escrever da mesma maneira que "reading", o imperativo do verbo ler, lê-se "Réding" – vai-se lá entender estes britânicos).

Não fiquem surpresos se começarem a chegar crónicas d'O Vespertino de Reading pela vossa caixa de correio electrónico adentro. Se ainda não estão inscritos na mailing list inscrevam-se aqui. O blog continuará a servir os seus intuitos mas as Crónicas passarão à margem, apenas sendo enviadas por correio electrónico e colocadas online, com algum atraso, no meu site .

Keep in touch! Cheers!

quinta-feira, julho 29, 2004

Casa dos Leitões

Estava aqui a limpar o meu disco e encontrei isto que há muito fiquei de vos enviar. Refere-se ao melhor leitão dos arredores de Aveiro e embora muita da mística do sítio tenha sido perdida com a remodelação da casa, o Leitão continua a ser excelente, como sempre foi.

Casa dos Leitões em Angeja


Via IP5
Aveiro - direcção Viseu. Sair para Angeja. Virar à esquerda para Angeja (à direita fica o sinal "A-seitasse Intulho"). Atravessar Angeja. Pouco depois da Igreja virar à esquerda em direcção a Aveiro (tem uma placa a dizer "Aveiro"). Quando chegar à rotunda, do lado esquerdo está a Casa dos Leitões e do lado direito está o centro de recepção da AMRia.

Via 109
Aveiro - seguir em direcção a Cacia. Atravessar Cacia. Depois da ponte sobre o Vouga virar à direita para Angeja. Quando chegar à rotunda, em frente está a Casa dos Leitões e do lado esquerdo está o centro de recepção da AMRia.

Atendendo à especificidade da comida e do local convém marcar com antecedência. O número é o 234 911 259 e peçam para falar com Sr. Agostinho.

terça-feira, julho 27, 2004

Maior que eu mesmo

Hoje senti-me magnânimo, magnífico, magnificente, grandioso, grande, imponente, majestoso. Senti-me maior que eu mesmo. Capaz de conseguir tudo. Chegar a todo o lado. E não estar em lado nenhum.

Senti que estava onde não estava, estando presente mas ausente. Senti que saí de mim e expandi as fronteiras do meu ser. Senti-me a viajar sem nunca sair do sítio.

Senti-me feliz como há muito não me sentia.

Hoje numa aula de yoga na praia da Costa Nova, numa meditação olhando o mar de olhos fechados e sentindo o vento fresco do princípio da noite no corpo seminu.

No final uma amiga perguntou-me se não me tinha sentido extraordinariamente bem, pois ela viu a minha aura em volta do meu rosto.

Ciclistas na Freita

Antes de partir na Senhora da Laje


Sábado, 24 de Julho de 2004
Senhora da Laje, Merujal.
Da esquerda para a direita: Anésio, Nuno Barbosa, Zé Manel, Armando, João Oom, Eu, Carneiro, PP, Toninho, Miki e Pedro Nuno.

segunda-feira, julho 26, 2004

Azar, inconsciência, desleixo ou muita sorte?

Por vezes é tão ténue a linha que separa o azar de uma sorte tremenda. E às vezes é tão pouco distante a fronteira que separa um momento feliz de um tremendamente desagradável.

Este fim-de-semana, o tal fim-de-semana em que ia com uns amigos andar para a Serra da Freita, vi-o por diversas vezes e na verdade acho que tive mais-sorte-que-juízo e não tive a clareza de espírito para saber destinguir um mau momento de um fim-de-semana em que tudo correu mal.

Na verdade é que fiz bastante para que tudo resultasse e tudo correu da pior maneira possível. Para a maioria nem foi assim, mas para mim e para a Cláudia foi decididamente um fim-de-semana para esquecer. Aliás esquecer era o objectivo do próprio fim-de-semana, pois queríamos estar no seio do nosso grupo de amigos, fazer o que gostamos de modo a esquecer os maus momentos que ultimamente teimam em povoar a nossa vida. Porém foi precisamente o contrário o que aconteceu. Se havia alguma coisa que poderia correr mal, essa situação aconteceu.

No sábado [24 de Julho de 2004] estava um calor tremendo, mas mesmo assim fomos andar de bicicleta. Eu fui ficando para trás a acompanhar os mais lentos, que nem sequer chegaram ao fim, mas foi o bastante para perder o meu ritmo e ficar completamente estoirado. A meio da volta caí, com tal violência, que foi muita sorte não me ter magoado mais. Tenho um tendão na perna direita que me dói, penso que devido à tensão dos pedais no momento da queda. E a perna esquerda está bastante mal tratada por ter sido a primeira parte do corpo a tocar o solo, amparar a queda e a travar-me. Em cima de pedras. A bicicleta ficou (mais uma vez) com o drop-out torto, mas mesmo assim ainda aguentou mais uma dúzia de quilómetros. Foi uma sorte não ter sido pior. Foi um azar ter caído? Ou foi desleixo ou inconsciência?

No domingo [25 de Julho de 2004] a sequência de eventos levam-me a pensar que se calhar tenho que ir à bruxa. Talvez seja a nossa percepção negativista dos eventos, que visto à luz dos últimos azares, parecem apenas mostrar que existe um padrão negativo que comanda a nossa vida. Começo a ter medo de estar com outras pessoas, pois parece que isso faz com que os que me rodeiam sofram da mesma maleita.

Foi muito mau. Talvez para os demais não tenha sido, mas para nós foi. Desde metermo-nos por estradas de terra, com 30º lá fora e à procura de um banho num rio que parecia não existir. Uma estrada infindável e becos sem saída com muros de cada lado, que me fizeram partir umas luzes traseiras do jipe numa marcha-a-trás mal controlada.

Mas o pior foi quando, para tentar apanhar uns amigos que se enganaram, fiz uma subida íngreme a puxar pelo jipe e este, por avaria da ventoinha de refrigeração do radiador, entrou em sobreaquecimento. Quando vi o ponteiro da temperatura do motor, o mundo desabou à minha volta. O motor deixou de funcionar e o capot deitava fumo por todo o lado. Esperámos o pior.

Ficámos ali parados numa estrada, no fim do mundo, à espera que arrefecesse. Felizmente tínhamos um garrafão de água no jipe. Não para apagar um eventual fogo no carro, porque temos extintor (embora comece a pensar que ele não iria funcionar), mas porque conseguimos baixar a temperatura do motor. O motor trabalhou e fizemos o resto da subida parando quantas vezes fosse preciso para esperar que o motor voltasse à temperatura normal.

Telefonámos aos 20 amigos que ficaram a almoçar em Covas do Monte, para os avisar do sucedido e voltámos a Aveiro com o coração nas mãos e um nó na garganta. Fomos tentando reagir como melhor sabíamos, mas é difícil ser-se forte quando sucessivamente somos maltratados pela vida.

Na verdade até que ponto o problema não foi gerado por nós ao não levarmos o jipe à revisão e por isso não se ter dado conta da avaria da ventoinha de refrigeração do radiador? Se calhar fomos inconscientes. Foi azar? Ou foi muita sorte o carro não ter queimado a cabeça do motor, ter colado os pistões e neste momento estar a caminho do ferro-velho? Se calhar no azar tivemos sorte (saberei na quarta quando for à revisão).

Quando chegámos a Aveiro fomos para a praia. Já estávamos mais confiantes, mas quando mergulhámos no mar... Fomos puxados pela corrente e estava a ver que de novo estávamos numa situação má! Felizmente uma onda varreu-nos o azar e levou-nos até à praia.

O dia acabou bem! Acabou com umas sardinhas numa esplanada de um restaurante na Costa Nova. Tivemos sorte em ainda servirem àquela hora e tivemos sorte porque as sardinhas estavam óptimas.

Há esperança!

terça-feira, julho 20, 2004

O homem a quem parece que aconteceu não sei quê!

Meu amigo, isto o que aconteceu foi muito simples, meu amigo.
O que aconteceu, é que eu chego aqui e sou logo confrontado com certas e determinadas situações. Ahm?
E eu digo "Atão, mas como é que é?" e os gajos "Ah! E tal!". E eu "Ah! E tal, não! Ah! E tal, não!"
Atão eu venho lá de baixo e dizem-me que não sei quê, chego cá acima afinal parece que não. Em qué que ficamos?
E os gajos "Ah! Não sei que mais e o camandro!" E eu "Maaau! Queres ver que a gente tem que se chatear!"
Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que 'tá aqui a trabalhar. Eu quero trabalhar. Ahm? E dizem-me, como eu aqui oubi, dizem-me "Ah! Não sei quê!" Mas, qué isto? Qué isto?
Isto não se faz. Porque sou um gajo que dou-me bem com toda a gente. Sim senhor! Dou-me bem! Por mim 'tá tudo bem! E fazem-me isto!
E há gajos que andam praí e fazem trinta por uma linha e depois passa tudo incólume. Qué coisa que não percebo.
É que eu assim deixo de bir aqui, vou fazer a minha bida para outros sítios. Sítios onde inclusivamente malta me diz "Eh! Pá! E tal! Sim senhor!"
E é para lá que eu bou. Deixo de bir aqui. Pá! Ahm?
Porque quando eu vejo que há aí palhaços, pá, que falam, falam, falam, falam, falam, falam, pá, e não os bejo a fazer nada, pá, fico chateado. Com certeza que fico chateado, pá!
'Tá a perceber?
Tss! Eh!

de Gato Fedorento.

Se ainda não viram esperem, pois um dia irá parar à vossa caixa do correio.

segunda-feira, julho 19, 2004

Fim-de-semana

Este fim-de-semana [24 e 25 de Julho de 2004] todos os caminhos vão dar à Serra da Freita. Os meus e de mais uma série de maluquinhos que tiraram o fim-de-semana para se aventurarem numa volta de BTT na Serra da Freita.

Vem gente de todo o lado, desde Arcos de Valdevez até Lisboa (estiveram para vir do Alentejo) e de Espinho a Aveiro. É a maior concentração na Serra da Arada deste género desde que há memória na cabeça das pessoas que lá vão estar. E vão estar mais de 20.

A ideia surgiu da fervilhante cabeça de Anésio, um rapaz sempre pronto para dar cabo do corpinho. A ideia era juntar uma meia-dúzia de pessoas para dar uma volta de BTT e acampar no meio do mato (Sim! Selvagem!). Isto saído da cabeça de um tipo que o mais próximo que teve de acampar foi aquela vez que se perdeu com o Carneiro em Monfortinho e esteve para dormir num carro abandonado (felizmente foi salvo pela polícia espanhola) ou daquela vez que se perdeu no Gerês com a Geni e esteve para dormir num abrigo de pastores (felizmente foi salvo pela GNR e o Carneiro).

A ideia começou a crescer e juntando o útil ao agradável decidiu se estender a aventura a quem não quer ou não pode andar de BTT. Assim de repente, arranjou-se uma solução mais cómoda que acampar no meio do mato e optou-se por marcar a noite no Parque de Campismo da Fraguinha (de que já vos falei há umas semanas). E de repente estamos 21 pessoas, mais de metade para andar de BTT.

Freita-Arada

A volta começa, no sábado [24 de Julho de 2004] na Sra. da Lage, quem chega a Merujal, vindo de Chão de Ave em direcção à Frecha da Mizarela, na Serra da Freita. Alguns 25 ou 30 quilómetros depois, passando por Adaufe, Tebilhão, Cabreiros e Minas das Chãs, e depois de algumas horas em cima da bicicleta a levar porrada do terreno agreste da serra, chegamos à Fraguinha onde nos espera uma churrascada com carne arouquesa. (Ver percurso a verde na figura em cima.)

No dia seguinte [domingo, 25 de Julho de 2004] a ideia é fazer uma pequena caminhada para queimar o ácido lácteo das pernas e ir almoçar à Escola Primária de Covas do Monte, que foi transformada em restaurante pela Associação dos Amigos da aldeia. Ainda não está confirmado, mas espera-se um belo cabrito.

Ainda há tempo para visitar Drave e a Aldeia da Pena, por onde possivelmente os demais foliões (detesto esta palavra, soa a bêbados), que não andaram de bicicleta, já terão passado no sábado. E para voltar passa-se o Portal do Inferno!

Eu depois conto-vos como foi.

(Eu disse que quem não levar câmara-de-ar e furar pode me comprar uma. A primeira custa 20,00€ e a segunda 50,00€. Elas custaram-me 3,50€ este fim-de-semana. Espero não as ter que gastar todas eu mesmo.)

Palhaça: "É da Vodafone"

O telefone toca, na SEC, no escritório do Sr. Joel Fagundes – o director.
- Sr. Joel, é da Vodafone. – diz a telefonista.
- Ok! Prauntus, pode passar!
- Estou sim? Boa tarde, gostaria de falar com o Sr. Director da SEC, se faz favor!
- SIM! SOU EU MESMO! - grita Joel Fagundes para o alta-voz do seu telefone fixo de secretária - Que quer?
- Exmo Sr., daqui fala da Vodafone e desejávamos falar com V. Exa. no sentido de lhe propor um contrato empresarial para a rede móvel da sua empresa.
- CUMO DIZ?
- Gostaríamos de saber se a empresa que dirige está interessada em celebrar um contrato para a rede de telefones móvel com a Vodafone. - repete a pobre vendedora do outro lado da linha.
- Oooh, miinha senhoora! Eu não estou interessado em nenhum contrato com a Bodafone!
- Gostaríamos de lhe...
- Oh! Minha senhora, já lhe disse que não estou interessado em nada da Bodafone. Aqui só há rede da TWA!

I got e-mail...

Gmail

Já algum tempo que tenho, mas nem tenho usado muito, mas quem quiser um que me diga para ruigo.net@gmail.com.

É o mail da moda com 1Gb (sim! UM giga) de espaço. A filosofia é nunca apagar e-mails.

Nunca a pagar!

domingo, julho 18, 2004

As minhas férias, este ano!

O que se ganha em ir para o Algarve de férias? O que se ganha em ir para a Rep. Dominicana, Cuba, Brasil, Cabo Verde ou S. Tomé e não se sair do resort? Para quê gastar uma soma de dinheiro, por vezes, tão grande na procura de uns momentos de paz e em plena fuga do nosso quotidiano quando depois somos prendados com apenas sol, água do mar e luxos que não vamos poder sustentar no resto do ano? Eu compreendo que as férias se desejam como sendo uma quebra com a normal rotina, mas valerá a pena sacrificar o resto do ano em prol de umas (por vezes apenas uma) semanas de luxo? Ou será que não podemos usufruir de sol e praia mais tempo durante o ano, quando somos um país com tanta costa e tanto sol?

Chateau Rochers-Sevigne

Por sinal, eu e a Cláudia, temos tido o hábito, nos últimos anos, de fugir ao calor no Verão e fugir ao frio no Inverno. Por isso fomos à Finlândia em Agosto de 2001, França, Bélgica e Holanda em Agosto de 2002, Pirinéus em Agosto de 2003. Porém também fomos a Ibiza em Junho de 2001 e Barcelona em Agosto de 2003, à procura de calor. E também fomos na passagem de ano de 2002 a S. Tomé à procura de calor. Afinal o padrão tem falhas.

Um barco a flutuar em Ibiza

Para mim ir de férias é realmente quebrar com o quotidiano. Mas para quebrar o quotidiano existem mais 48 fins-de-semana durante o ano. E nesses é possível apanhar muito sol e fazer muita praia. Prova disso é este ano, em que já fiz mais praia do que nos anos anteriores e sem sair de Aveiro (é bom viver perto do mar, nesta altura do ano).

Para mim férias não é fechar-me num resort e tentar esquecer que tenho uma vida miserável o resto do ano. Para mim férias é embeber-me numa cultura estranha e ser obrigado a esquecer-me que a minha vida não é perfeita o resto do ano. Fechar-me num resort apenas iria potenciar o facto de que me estava a querer enganar e voltar iria ser muito mais doloroso. Se me "cansar" nas férias provavelmente venho, de volta ao trabalho, muito mais satisfeito e cheio de ideias novas.

Pescar ao Pôr-do-Sol em Kolovesi

Mas, não escondo que gosto d'"il dolce far niente". Quem não gosta? Mas isso tem que ser compensado com experiências novas, que não existem no Algarve ou num resort paradisíaco onde a cultura local é moldada em função dos gostos dos turistas. Acho que podia ir para uma ilha deserta, não fazer nada durante uma semana. Mas isso só por si era uma experiência, que não sendo cultural, era de certeza uma grande experiência pessoal. Como naquele vez que passámos apenas um dia e meio isolados do mundo, no Parque Natural Kolovesi na Finlândia, onde remámos algumas horas para acampar longe. Quando retornamos à civilização a ânsia de falar com alguém fez com que conseguíssemos comunicar com uns alemães, metade em alemão, e falar sobre o Rali dos Mil Lagos, do qual nada percebíamos.

Acho que, nós portugueses, estamos a ficar muito como os americanos, que como não têm férias quase nenhumas, quando têm uns dias de folga estoiram somas avultadas de dinheiro para esquecerem que são uns desgraçados. Ou como os ingleses que como têm um tempo desgraçado voam para um dado lugar, onde só há ingleses, para gozar uns dias de sol, mas embebidos na cultura de casa. Ou sejam saem de casa, mas ficam em casa. Não é assim na Rep. Dominicana, Brasil, Cuba, Cabo Verde ou S. Tomé para a maioria dos portugueses?

Guerreiros de La Pedrera

Podíamos ser como os holandeses que à primeira oportunidade fogem do seu país (embora nós não tenhamos tantas razões como eles para o fazer) e estão em toda a parte do mundo a conversar na língua local, a comer a comida local e a "ser" um local.

Um sorriso de S. Tomé

Mas, voltando às nossas férias, este ano por razões que me são alheias ainda não sei quando e para onde vamos. Mas o Algarve, Rep. Dominicana e Cabo Verde está fora das nossas ideias. S. Tomé podia ser, mas não me gosto de repetir, porque o mundo é demasiado grande para o pouco tempo que cá andamos para o explorar e viver. Cuba é um destino há muito sonhado, porque permite (como todos os outros se houver vontade) a embeber-se numa cultura alheia e ao mesmo tempo desfrutar o não-fazer-nada. Mas está caro...

A última ideia é voar até Veneza, onde temos um amigo que nos dá guarida - o Luca - e daí, via Trieste, passar à Eslovénia e fazer a costa da Croácia. Há espaço para descansar e "cansar".

Vamos a ver. Espero que esta semana já saiba novidades da minha própria vida, que como dizia o meu professor António Rui Borges, deixei de controlar a partir do momento que comecei a trabalhar. A trabalhar por conta de outrem.

Em breve saberão e se calhar até apanham com o relato...