Um dia destes sonhei que era feliz.
Sonhei que, eu e a Cláudia, vivíamos perto do mar - como diz a Dido (em “Life for Rent”) “I would love to live by the sea” e “live more simply” - numa casa feita de madeira. Essa casa era simples como Jampa Ling. Tinha um quintal onde plantava umas batatas, couves e umas ervas aromáticas. Colhia o que comia. Comia pouco mais do que colhia.
Nas casas em volta, também de madeira, viviam amigos que connosco partilhavam o quintal. E ao fundo ficava um braço da ria de Aveiro e umas canoas. Na garagem as bicicletas. Um alpendre e uma rede. Uma cadeira de baloiço. Muitos livros. Um pôr-do-sol.
Havia também uma casa vazia. Uma casa com quartos, uma cozinha e uma sala vazia. Nessa sala praticávamos Yoga, meditávamos ou simplesmente estávamos. Como diria o Dr. Amaral Dias (do programa da TSF, com o Dr. Carlos Magno, "Freud e Maquiavel") uma das palavras mais bonitas do português é “Espairecer”. E espairecer, ali era o mais normal. Mas, essa casa faria as vezes da Tara House em Jampa Ling, albergaria não residentes que quisessem participar em workshops, cursos ou apenas quisessem gozar o lugar.
Eu dava uns cursos de fotografia. Se no entretanto não abraçasse o yoga e decidisse tirar o curso de professor. Ou mesmo outra coisas qualquer, como Pilates ou Balance. Fazia tatuagens. Mas continuaria a trabalhar e ia na minha Vespa para o trabalho (era longe de bicicleta). Uma 50s comprada num ferro velho, recuperada e pintada de vermelho. Também, finalmente tinha tido tempo para limpar, arranjar e pintar aquela pasteleira que tenho nos arrumos. Pintava!
Tinha umas vinhas e de vez em quando fazia cerveja artesanal. Os meus amigos tinham sempre onde ficar se quisessem aparecer. Eram sempre bem vindos.
Mas como também diz a Dido, na mesma música, “I haven't ever really found a place that I call home I never stick around quite long enough to make it”. Será?
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