Hoje fui com a minha amiga Geni à Segurança Social.
Quando tirámos a senha de atendimento, passava um bocado das 11.30, deu para prever que iria demorar e resolvemos ir dar uma volta. Quando voltámos quase ninguém tinha sido atendido. Resolvemos sentar. As cadeiras eram tão velhas que afundámos nas almofadas, mas enfim, aquilo até está em obras!
A conversa ajudou a passar o tempo mas, a partir do meio-dia, começam a sair aos magotes de trabalhadores e a Geni começa a passar-se a dizer que às tantas não ficava lá ninguém a atender! Estavam tão poucas pessoas às espera que custava acreditar que aquilo andasse tão devagar...
Às 12.30 liga-me o Rui a dizer que ia almoçar. Eu disse-lhe que ainda estava demorado, para não esperar por mim.
A certa altura a Geni resolveu ir espreitar lá dentro...e aparentemente não estava ninguém a ser atendido. Ela reclama e lá começam lentamente a chamar alguns números. Entrámos por volta das 13.00. Naquela sala ainda se vive dos anos 60, com excepção dos computadores...muitas secretárias, quase todas vazias dada a hora de almoço, muitos papéis empilhados, cochichos e nada de sorrisos, nem de qualidade de atendimento.
A Geni queria simplesmente inscrever a empregada doméstica na Segurança Social!!! Mas resolveu perguntar se dado que era o primeiro emprego haveria lugar a descontos. A senhora, muito a custo, lá se levanta a lamentar ...que não sabia se haveria alguém àquela hora que a informasse...e fica uns 10 minutos ao telefone... entretanto eu distraia a Geni a contar-lhe baboseiras. A senhora volta, senta-se e lá diz que só as empresas têm direito a descontos nestes casos. A Geni pergunta se então podia inscrevê-la como empregada da empresa do marido! Ela lá se lamenta de novo e volta ao telefone, mais uns 10 minutos de onde volta com um papel rabiscado com as condições necessárias...Ufa...estava quase resolvido. Não fosse a Geni resolver pedir-lhe os formulários para preencher...
A senhora desaparece da sala... a Geni a ferver e eu a rir...demorou mais de 10 minutos. Juro. A Geni começava a levantar a voz...
A funcionária voltou a cheirar a café...entrega os formulários e em jeito de despedida diz à Geni uma frase inesquecível : "Que Deus e a ajude e a mim também que eu bem preciso".
Passava das 13.30. Portugal. 2005.
Sem comentários:
Enviar um comentário