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* Este ano (à semelhança de anos anteriores) não mando SMSs a ninguém!
Tudo começou em 2000 com a minha ida para a Califórnia para um estágio. As Crónicas foram servindo de diário da aventura. E continuam, mesmo depois de voltar... E de voltar a sair para Inglaterra, Japão, Luxemburgo, França, Finlândia, Holanda, São Tomé, etc...
Cada aventura ou momento que me permito partilhar está aqui nas Crónicas da Califórnia.
Há cerca de um ano segui o conselho de uns amigos, uns mais próximos outros mais empreendedores. Segui porque acreditei ser capaz de fazer as coisas mudar. Acreditei em mim e acreditei que aqueles que me podiam ajudar, o fariam.
Um ano depois sinto que falhei. Mesmo com a ajuda de muitos e com toda a minha energia, não fui capaz de mudar alguns. Não fui capaz de fazer a mudança e sinto que foi um ano de esforço infrutuoso. Depois deste último ano, a única que me resta esperar é retirar desta lição algo que possa usar no futuro.
Ninguém tem culpa. Eu não tenho culpa, tu não tens culpa, ele não tem culpa… A verdade é que as coisas tinham que suceder assim, porque este não é o caminho, neste momento. Há que continuar… Mas agora quem tem que mudar sou eu! Mais uma vez…
O caminho é para a frente!
Não sei se se lembram, mas há uns meses andei a fazer um programa de yoga que incluía uma dieta de crus (crudivorista) e perdi uns 7 Kgs sem esforço, em 40 dias. Consistia num programa que incluía uma série de exercícios de yoga e uma meditação diária, e uma alimentação baseada apenas em legumes não cozinhados, ou apenas aquecidos até aos 38 graus centígrados (a temperatura do nosso corpo).
A verdade é que esse programa, embora muito complicado de completar e muito difícil de suportar em algumas fases, provou que a alimentação que fazemos não é a melhor. Ao fim de 40 dias tinha muito mais energia e uns quilos a menos. E quando acabou, e voltei à dieta normal (infelizmente pouco, do que aprendi então, incorporei na minha dieta diária) e estou com o mesmo peso que tinha antes de começar, com menos energia e dinâmica. Mas é complicado fazer o programa na sua totalidade quando se leva uma vida normal… E se come fora algumas vezes!
Mas a professora de yoga que nos (éramos 5 em Aveiro a fazer o programa, mas algumas dezenas no mundo inteiro) levou a percorrer esse caminho foi a Siri Datta. Não percam a vinda dela a Portugal… Vejam a informação no post anterior!
"Leap and the net will appear."
Ditado Zen
"The best way to predict your future is to create it."
Peter Drucker
"Almost everything comes from almost nothing."
Henri-Frédéric Amiel
"Some men see things as they are and say why - I dream things that never were and say why not."
George Bernard Shaw
Há quase um ano, fui abençoado para viver com o nome espiritual de Jai Narayan Singh, que significa: O vitorioso Leão de Deus, cuja alma é clara, pura e brilhante como a água límpida e fresca, que tem a claridade da percepção, que motiva e protege os outros, e que anda com graciosidade e coragem pela sua vida.
Jai significa: Vitória, a capacidade de ultrapassar obstáculos no caminho para o seu objectivo.
Narayan significa: Aquele cuja alma é clara, pura e brilhante como a água límpida e fresca, que tem a claridade da percepção, que motiva e protege os outros.
Singh significa: O Leão de Deus que anda com graciosidade e coragem pela sua vida. Singh é o nome que Yogi Bhajan dava a todos os homens. Ele ensinou que todos os homens têm o potencial de alcançar um grande estado de graça e coragem, de serem um grande leão-guerreiro de Deus, e ele encorajou todos os homens a manifestarem esse potencial.
Estão abertos novos horários para a prática de Kundalini Yoga, segundo os ensinamentos de Yogui Bhajan, n’O Jardim de Lótus. O professor é Jai Narayan, que para quem não sabe, sou Eu (é o meu nome espiritual e ainda não vos contei, né?).
Às 3as e 5as das 9:15 às 10:30, mas se houver outras horas que vos agrade mais, digam-me, sff.
Há algum tempo que não ia a um concerto de rock. Sinceramente, já nem me lembro do último que fui. Mas, diria que foi o Super Bock Super Rock de 2004… Não! Foi a Siouxsie em Londres, em 2005. Mas por 7 euros não podia perder um concerto, aqui em Aveiro, numa sala minúscula e num espaço que não conhecia sob este conceito. Assim, faz hoje uma semana fui ver os X-Wife no auditório do Mercado Negro.
Digamos que a sala não será muito maior que a minha sala de casa, em anfiteatro, mas infelizmente com cadeiras… Mas estou-me a adiantar! Digamos que o bilhete que comprei dizia que tinha que o trocar pelo verdadeiro no dia e no local do concerto. E por isso cheguei às 22:15 (o concerto era às 23:00) ao Mercado Negro. Mas, ninguém sabia onde e como se fazia a troca. No balcão diziam que era no auditório e no auditório mandavam-nos para o balcão. Estaria tudo bem se o balcão e ao auditório não fossem um em cada lado do estabelecimento e em andares diferentes. Mas lá consegui “trocar” o bilhete temporário, colorido e bem feito, por um papel de rifa com um carimbo dos X-Wife em vermelho… O que vale é que nos deixaram ficar com o bilhete!
Vão ver…Hoje em Coimbra, amanhã em Leiria, depois de amanhã em Tondela, e depois em Lisboa, Caldas da Rainha, Esposende, Porto, Vila Real e Braga. Vejam no site deles onde e como.
Estou a passar por uma fase da minha vida em que ponho tudo em causa. Afinal de contas o que é certo na minha vida? O Baltasar… Aconteça o que acontecer será sempre meu filho, e eu o pai dele!
Mas se mudar de profissão? Deixo de ser Engenheiro de Telecomunicações ou Programador… E se mudar de cidade? Aveiro deixa de ser a minha cidade… E se mudar de país? O português pode deixar de ser a minha língua… E se mudar…
Por isso mesmo por vezes tenho necessidade de ir até à Costa Nova, e andar na areia até muito próximo da rebentação. Para perceber porque é que ainda estou aqui! E tenho vontade de chorar quando olho para aquele mar, que todos os dias rebenta ali e não muda… Mas por outro lado, ninguém o consegue dominar!
Ontem fui até lá! E apeteceu-me tomar banho nu, mas estava muito frio e não tinha onde me limpar, se não... Aproveitei para apanhar um sol e lembrar-me que "Aconteça o que acontecer, a vida continua e o mar continuará a rebentar na praia!"
Há uns meses, como exercício prático de um livro que estava a ler, escrevi aquilo que gostaria de estar a fazer daqui a 10 anos, mas que se pode encaixar em grande parte naquilo que eu gostava de estar a fazer neste momento. Eventualmente daqui a 10 anos pensarei de outra forma, mas neste momento gostaria de estar “a gerir uma equipa de pequena ou média dimensão” com 5 a 15 elementos no total, formada por “pessoas interessantes que convivem e se entreajudam no trabalho.” Eu acredito que da convivência nasce a partilha do conhecimento, a motivação e a vontade de criar melhor.
Numa empresa, minha ou não, que tenha “boas relações com os clientes e uma boa gestão dos procedimentos de modo a que o trabalho seja realizado convenientemente e de acordo com o planeado na gestão de projectos”. Esta empresa teria “boas relações entre as hierarquias de modo que haja ‘feedback’ (favorável ou desfavorável) para que haja evolução.” Uma empresa que acredita na formação contínua como maneira de valorização e evolução dos seus funcionários.
Uma empresa que acredite que o mundo é plano e tenha clientes de vários pontos do globo e que permita contactos internacionais mais ou menos permanentes. Evolui-se muito se assim for.
Uns tempos antes (Julho de 2005) escrevi dez desejos que gostava de ver realizados (não utopias), associados aos Chakras.
No primeiro dizia que queria “um emprego estável” e que não pedia “um bom emprego, porque isso não existe”. “Ou é estável ou é bom! Claro que um emprego estável seria numa empresa que desse perspectivas de estabilidade. Uma empresa que pela sua dimensão e história me fizesse sentir seguro. Mas que ao mesmo tempo me desse segurança e condições contratuais válidas.”
No terceiro escrevi que gostaria de “ser reconhecido pelo meu trabalho e pelas minhas capacidades. Não ser apreciado porque sou um cordeiro, um ‘yes man’, mas por ser um membro do grupo que apenas pretende o melhor para todos. Ser reconhecido como alguém que gera valor acrescentado o meio onde me insiro, quer seja profissionalmente, didacticamente, no lazer ou artisticamente.”
“Claro que isto depende do meu esforço, mas esse só depende de mim e não de um desejo.”
No quinto desejei “ser mais criativo”.
No sexto escrevi que gostaria de “estudar. Fiquei feliz e entusiasmado com o curso de gestão de projectos. Acho que bem implementado o sistema de gestão pode produzir frutos valiosos.”
“Tirar um MBA ou um curso de gestão.” Que iniciei em Outubro… Mas escrevi também que “o curso de Kundalini Yoga continua nos meus planos. Mais a longo/médio prazo”, e surpreendentemente comecei-o bem mais cedo que imaginava então (Dezembro).
No sétimo escrevi que gostaria de “ser eu. Não me comparar ou ser comparado com os outros.”
Mas a primeira vez que pensei nisto foi em Maio de 2005, na eminência de ficar desempregado, escrevi aquilo que chamei de utopia: “Gostava de trabalhar numa cidade de média dimensão, perto do mar e de atitude liberal. Se não fosse perto do mar, que não diste muito deste e que seja atravessada por um rio relativamente grande.”
“Numa empresa liberal, dinâmica e de tecnologia. Uma empresa onde as pessoas fossem valorizadas pelo seu desempenho e fossem reinforçadas quando mostrassem boas práticas. Onde o modo como se veste não fosse motivo para a desvalorização pessoal.”
“Uma empresa dinâmica capaz de estimular os seus colaboradores a serem activos na procura da qualidade do seu trabalho. Onde as pessoas não sejam valorizadas pela sua antiguidade, mas sim pela sua dinâmica.”
“Uma empresa de tecnologia porque essa é a minha área de formação e porque acho que essa é uma área de grande dinâmica.”
E sobre quanto gostaria de ganhar, escrevi que “eu sou um insatisfeito por natureza, por isso por mais dinheiro que ganhe nunca será suficiente. Por outro lado não me movo por dinheiro, embora o ache compensador. Movo-me mais por pessoas, equipas, projectos e ideais.” Como dizia alguém: “aquilo que mais gostamos de fazer até o faríamos de graça”, se não houvessem contas para pagar.
Mais recentemente, em Agosto, escrevi também sobre o mesmo assunto, porque “acho que sou das poucas pessoas que pensam nisso, no universo que me rodeia. Penso que a maioria se rendeu à sua existência e desistiu de lutar pelo ‘melhor’ emprego em prol de uma vida mais pacata. Eles também têm a sua razão!”
Mais numa perspectiva de mais longo prazo, e uma vez que “o facto de dificilmente ver este desejo a ser cumprido, em Portugal, cada vez mais me motivo para abrir um negócio meu. Porém não desejaria” de o fazer numa empresa de “tecnologia, porque embora acredite que de momento Portugal tem vantagem competitiva nessa área, rapidamente seremos apanhados pelos países de leste e rapidamente ultrapassados pela China, Índia ou Brasil.” Além de que neste momento, e depois da última desilusão, cada vez menos acredito em engenheiros-gestores e acho que começo pouco a acreditar numa empresa minha nesta área.
“Eu acredito que maior e melhor recurso de Portugal é e será o bem-estar. O sol, a gastronomia, o ‘savoir vivre’ do português e é sem dúvida algo que poderemos ‘vender’ turisticamente.”
“O que me questiono é como ‘vender’ algo que é cultural?”
Provavelmente só o farei daqui a mais de 10 anos, mas penso que há mercado para receber estrangeiros e mostrar-lhes aquilo que nós fazemos e gostamos. Um dos meus sonhos é ter onde receber e saber receber… Porque isso é o que de melhor se faz em Portugal.
Resumindo: No imediato gostaria de trabalhar numa empresa estável que me desse perspectivas de evolução e me permitisse estudar. Onde pudesse exprimir a minha criatividade e onde fosse valorizado pelos meus esforços. Uma empresa com visão global, ou pelo menos internacional e de tecnologia. Onde estivesse a gerir uma equipa de pessoas interessante, com quem interagia e criasse produtos de qualidade, satisfazendo os clientes.
A mais longo prazo, uma empresa minha mas não de tecnologia, mas ligada aos contactos culturais e ao bem-estar, em Portugal.
Estarei a sonhar?