Em 1982, de férias na praia de Esmoriz (eu estava de férias, mas os meus pais trabalhavam lá) concorri ao Concurso de Construções na Areia, do Diário de Notícias.
Na altura a praia de Esmoriz ainda existia com bastante areia, o que me permitia ir experimentando algumas construções que a imaginação, de um miúdo de 12 anos, permitia. Idealizei uma cena tranquila com um pontão de madeira, um barco a remos e um mar calmo. E ia fazendo aquela construção de um lugar idílico, treinando para o grande dia do concurso.
Eu não queria ganhar! Queria apenas o segundo, ou terceiro prémio, que me dava direito a uma série de livros dos Cinco, os Sete e afins, escritos pela Enid Blyton. O primeiro prémio era uma bicicleta e como não sabia andar (que irónico, né?) não o desejava. Além disso os livros faziam-me mais felizes... Faziam-me sonhar!
Um dia estava eu a construir os meus sonhos em areia e o meu irmão destruiu todo o trabalho a que eu tinha dedicado o meu carinho. É triste quando aqueles que nos são próximo são os primeiros a destruir os nossos sonhos, mesmo que construídos em areia, numa praia que já não existe.
Ah! E ganhei a bicicleta... O que também me deixou um bocado triste! Mas aprendi uma coisa: que quando desejamos muito algo, podemos ganhar mais ainda.
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