Às vezes esqueço-me como se fala diferente de zona para zona de Portugal. E, mesmo com pequenas distâncias a nos separar, é sempre fácil encontrar enormes diferenças na maneira como as pessoas falam.
Ontem, fui jantar a casa de uns amigos a Esmoriz. Mas antes fui fazer uns quilómetros de BTT. Ao retornar a casa, tomámos, eu e o meu amigo, o caminho sobre o passadiço de madeira nas dunas da praia de Esmoriz. Já estava muito escuro!
Ao longe via-se uma luz verde, que com a proximidade se foi transformando numa máscara de Carnaval. Uma máscara do Homem-Aranha num miúdo de pouco mais 3 ou 4 anos.
Quando passámos pelo Homem-Aranha, que estava acompanhado por uma mulher, cumprimentámos:
- "Olá Homem-Aranha!"
Ao que o miúdo ficou parado a olhar para dois adultos vestidos de calções de lycra e casaco amarelo, em cima de duas bicicletas, provavelmente a pensar se aquela seria o nosso disfarce.
Tivemos que desmontar para descer umas escadas muito íngremes e fomos apanhados pelo Homem-Aranha, quando a sua acompanhante dizia:
- "Oh, Tomás anda embora".
E eu disse:
- "Mas afinal chamaste Tomás ou és o Homem-Aranha?"
E o Tomás acanhado parou e nem respondeu… Mas a acompanhante disse:
- "É o Homem-Aranha, mas é um homem-aranha murcãum".
E fomos embora a pensar o que é que a senhora queria dizer com aquilo… E a rir!
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