terça-feira, junho 26, 2007

Sonhos de África

Não costumo lembrar-me muito dos meus sonhos, mas domingo de madrugada consegui recordar com exactidão o que tinha sonhado durante a noite. E estava tão nítido que temo que tenha alguma mensagem subliminar que ainda não consegui interpretar. Alguém aí me ajuda a interpretá-lo?

Viajava com um grupo de pessoas, amigos eventualmente, onde se incluía a Cláudia e o Baltasar. Ele ainda era pequeno, mas penso que já andava. Viajávamos em dois ou três jipes, ao longo da costa oeste de África, de Sul para Norte. Teríamos eventualmente ido de barco até algures na Mauritânia e subíamos até Marrocos, o nosso destino final, antes de voltarmos à península Ibérica.

A cena passa-se algures na Argélia, muito próximo da fronteira com Marrocos. No sul da Argélia, depois de nos termos perdido na nossa rota e falharmos a fronteira com Marrocos, encontrámos uma pequena cidade argelina. Lembro-me claramente das cores castanhas das casas e as ruas estreitas, que suponho são típicas naquele região do mundo, uma vez que nunca lá estive.

Obviamente houve algum burburinho à chegada destes ocidentais de jipe. Era fim de tarde e cheirava a deserto. Nós estávamos cansados e imundos, depois de alguns dias no deserto. E procurámos um sítio onde pernoitar ou indicações para chegar a outro local (não sei bem), mas éramos rodeados pela população local que nos queria vender algo e que não nos deixava avançar na nossa procura. Queríamos sair dali mas cada vez aglomerava-se mais gente à nossa volta, tornando a tarefa cada vez mais difícil. Lembro-me claramente de tentar salvaguardar a Cláudia, que trazia o Baltasar ao colo, da horda de locais. Mas com a confusão separámo-nos…

Até que a dada altura, quando tentava fugir da população e re-encontrar o resto dos companheiros de viagem, com quem estavam a Cláudia e o Baltasar, apareceram um grupo de negros, uns quatro ou cinco, altos e magros, mas robustos. Não eram locais, pois os locais não eram tão negros e tão altos. E a roupa era mesmo diferente.

Durante uns metros seguiram-me, acelerando o passo e intimidando-me. Até que me dirigiram a palavra, em francês (sim, lembro-me!) e disseram ser Senegaleses (quer acreditem quer não, eu achava que o Senegal era bem mais a sul e nem imaginava que fazia fronteira com a Mauritânia, mas a verdade é que ambos os nomes dos países estavam no meu sonho).

Parei e ameaçaram-me. Não tinham armas, mas um deles avançou na minha direcção com a intenção de me bater. Agarrou-me nos colarinhos e perguntou-me se eu estava a candidatar-me a presidente e se estava ali para fazer campanha eleitoral. Os outros ficaram atrás a ver, mas nenhum deles tinha mesmo intenção de fazer mal, mas apenas intimidar a mando do presidente da câmara municipal local (segundo eles me disseram).

E não me lembro de mais nada, pois acho que a seguir acordei com o Baltasar. Mas fiquei com estas imagens vivas na minha cabeça. E o mais impressionante é que me lembro das casas, do cheiro, da poeira do deserto, das cores do pôr-do-sol, de ser na Argélia, de ter viajado para a Mauritânia e de os tipos serem Senegaleses e de falarem francês. Como se realmente lá tivesse estado…

3 comentários:

mulato disse...

a Afrgélia está um pouco longe da costa atlântica...
mesmo assim é um sonho bonito!

eheheh!

mulato disse...

Argélia, queria eu dizer!

Susana G Santos disse...

Em sonho, estiveste lá de certeza. E, quem sabe, se nalgum outro momento?... :)
A nossa mente é extraordinária e regista tudo, mesmo quando tu achas que não. Na verdade já viste inúmeras fotos, filmes, documentários e inúmeras vezes o mapa de África. Graças a este post, descobri este blog que talvez seja interessante (ainda n li quase nada): http://www.africanidades.blogger.com.br/