quarta-feira, junho 30, 2004

'Tamos na final!

Sabem o que vos digo? Que se lixe quem vai ser o próximo primeiro-ministro... Que se lixe se há eleições ou se o presidente decide nomear outro!

do Publico

'Tamos na final...

segunda-feira, junho 28, 2004

Bolas com Creme

Quem ouve a Antena 3 de manhã conhece o Bubu das Bolas com Creme. Descobri hoje que o Bubu é o Rui Almeida que fez o estágio do programa Contacto (3) em Nova York, na mesma altura que eu estive em São Francisco.

Eu já desconfiava há algum tempo, mas hoje ao ouvi-lo tive quase a certeza, pelo que fui ao site e confirmei-o. É mesmo típico dele e sempre achei que ele tinha bastante jeito para imitações, como sempre demonstrou nos jantares do Estoril Sol. Ele disse-me, na última vez que tivemos juntos, que estava a fazer o que sempre gostava e que fazia vozes em desenhos animados e coisas do género. Podia ter dito que era o "Bolas com Creme".

Lá em casa somos fãs! Oiçam... Antes das 9h e das 10h na Antena 3.

Contacto 3 no Solverde em Espinho

Esta é a foto dos estagiários do Contacto 3 que estiveram presentes no encontro no Hotel Solverde em Espinho há cerca de um ano. O Bubu é o que está de cócoras do lado esquerdo e eu estou no centro lá atrás. Ele é o tipo que leva um cachaço do Alvim no anúncio de TV da Antena 3.

domingo, junho 27, 2004

O resto do fim-de-semana!

Deixo-vos com uma foto que traduz como se passou no resto do meu fim-de-semana! As nossas sobrinhas Carolina e Margarida fazem dos tios uns verdadeiros gatos-sapatos.

Eu, Carol e Marga


Mas nós gostamos!!!

Um "novo" paraíso em Portugal

Impressionante como tão perto de casa se consegue estar tão longe.

O barulho dos "batráquios" e o silêncio do monte fazem com que a sensação de distância se torne mais acentuada. chegámos tarde mas a simpatia da Ana e dos demais fez com que a longa e sinuosa estrada ficasse esquecida. Além disso a vista da cadeia infindável de cumes montanhosos moldado pelo nevoeiro e salientados pelas cores do pôr-do-sol faziam com que aquela estreita estrada que parecia infindável, nos (a mim e à Cláudia) parecesse muito agradável. Pena que a vontade de chegar e o medo de estarmos perdidos nos tenha turvado o raciocínio e não tenhamos parado para tirar uma fotografia.

"A Grécia ganhou", foi nos dito à entrada. Ali isso pouco interessava, mas depois da Espanha, Itália, Alemanha e Inglaterra, chegava a vez da França voltar a casa. Cada vez mais este Europeu está mais complicado para quem gosta de prognósticos no início do jogo (o João Pinto é que tinha razão).

Jantámos um porco assado em vinho, um género de Chanfana. Tivemos sorte porque estava lá um grupo de visitantes (barulhentos) que tinham encomendado jantar e sobrou para nós, porque normalmente só com marcação.

Mas estávamos prevenidos com fogão e comida, não se fosse dar o caso de estarmos no fim do mundo. E estávamos! Há uns dois anos levei o Jesse à aldeia da Pena e ao S. Macário. Ele sempre disse que aquilo era o fim do mundo e aquela era a aldeia mais pequena em que tinha estado. A Pena fica ali perto (embora não me atrevesse a lá ir àquela hora) e o monte de S. Macário é ainda mais perto.

Ali? Pois! Ainda não disse do que é que falo e onde é. Falo do Parque de Campismo Natural da Fraguinha no Maciço da Gralheira, ali entre a Serra da Arada, Freita e S. Macário. Um sítio único e que aconselho vivamente a quem gosta de se perder no meio da natureza. Mas convém marcar porque a lotação é limitada a 30 pessoas. Quando combinamos um acampamento dos leitores das Crónicas?

Recepção do Parque de Campismo

Custou-nos partir na manhã de sábado [26 de Junho de 2004], porque só aí é que nos apercebemos da dimensão de serras e lugares que desconhecemos aqui a cerca de uma hora de viagem da casa. Vimos o Portal do Inferno (só lá estando se entende a origem do nome) e a aldeia deserta de Drave. Vimos a Pena, S. Macário e passámos em Covas do Monte, onde parámos para comer uma sandes no restaurante da Associação dos Amigos de Covas do Monte. Ficámos com o contacto para voltar e provar o Cabrito no forno.

Sim! Porque voltarei! Muitas vezes.

quinta-feira, junho 24, 2004

Mirai Shounen Conan

No final dos anos 70, principio dos anos 80, havia uma série de desenhos animados japoneses que arrumavam a Heidi e o Marco na prateleira das histórias infantis, e colocava os meus interesses um degrau acima. Com pouco mais de 10 anos, a minha imaginação procurava estímulos mais fortes do que a história de uma rapariga que vivia com o Avô nos Alpes ou a de um pobre rapaz que onde chegava já a mãe de lá tinha partido. "Conan, O Rapaz do Futuro" foi uma lufada de ar fresco no panorama anime da, então, única estação de televisão portuguesa.

Mirai Shounen ConanConan, O Rapaz do Futuro

"Religiosamente"*, semana a semana, via os episódios à espera de saber como o Conan, a sua amada Lana e o seu amigo Gimsy, derrotavam o capitão do submarino Barracuda. Os gritos de "Laaanaaaa" e "Conaaaaan" ainda estão presentes na cabeça de muitos amigos. E os saltos de cinco andares e ficar agarrado à asa de um avião com os dedos dos pés são pormenores inesquecíveis. Ainda me lembro de achar de extremo realismo quando o Gimsy vai urinar e sofre um arrepio típico, que para um miúdo era normal.

Conan, O Rapaz do Futuro

Isto tudo porque saiu em DVD a série completa em dois packs de 3 DVDs cada. Eu faço anos em Agosto, já sabem o que me podem oferecer...

No entretanto vejam este site e descarreguem o genérico. Até me vieram as lágrimas aos olhos.

* Este termo foi baseado na declaração do Freddy sobre o Conan e que dizia que "foi uma das poucas séries de animação que segui religiosamente...". Gostei e copiei! Fica aqui a devida homenagem ao autor.

quarta-feira, junho 23, 2004

Lost in Translation

Este blog está a ficar um bocado deprimente. Ou contestatário, conforme queiram-no ver.

A Cláudia disse-me que ando de novo numa fase em que me custa ir trabalhar. Tem razão! O Miguel mandou-me um SMS a dizer "Os obstáculos parecerão maiores ou menores consoante você for maior ou menor" (Orison Swett Marden). E também tem razão. Na verdade custa-me voltar ao trabalho todos os dias e ver como uma oportunidade dada a Portugal está a ser perdida, todos os dias, em prol da manutenção do poder de alguns. Ou por falta de visão de outros.

Hoje quando acordei e, como de costume, o dia começou com uma deslocação à sanita mais próxima. Agarrei o primeiro livro da prateleira do corredor e agarrei o guia da American Express sobre São Francisco. Abri o livro ao calha e abri-o nas páginas sobre o Golden Gate Park. Quando comecei a ler a parte sobre o jardim Japonês vieram-me lágrimas aos olhos e tive que fechar o livro.

Talvez ande deprimido, não o escondo, mas na verdade sinto-me fechado na minha própria vida. A minha vida está a prazo e eu estou preso por uma série de constrangimentos que não me permitem saber onde exactamente estou na minha vida. Não sei se estou bem ou mal, não sei se devo ficar ou se deva partir, não sei se vou ou se hei-de voltar. (Voltar, volto sempre!)

Temple Gate, Japanese Tea Garden, Golden Gate Park

Mas na verdade o facto de olhar para o meu passado não me vai resolver o meu futuro. Ao olhar o jardim japonês em São Francisco, e que me recorda dois momentos agradáveis da minha vida, não me vai fazer sair do, que como diriam os U2, "You've got stuck in a moment and you can't get out of it". Mas é apenas um momento...

Lost in Translation

Neste momento oiço a banda sonora do filme da Sofia Coppola "Lost in Translation". É bom ouvir os sons de Tokyo e recordar os momentos cómicos e divertidos de lá ter estado, porque os maus momentos já os esqueci. É extraordinário como temos a capacidade de apagar da nossa memória os maus momentos (talvez excepto os traumas). Mas o mais extraordinário é sentir que, como os personagens do filme, num ambiente "hostil" se conseguem divertir e chegam a ter vontade de ficarem "stuck in that moment", eu todos os dias me divirto com os meus colegas e todos os dias sei que continuar aqui é melhor para mim.

Mas a vida é curta e até que ponto não me estou a acomodar e não seria mais feliz noutro lugar ou a fazer outras coisas. Sim! Porque o meu futuro não é fazer software, pelo menos não em Portugal. Portugal é um país muito pequeno para uma empresa de desenvolvimento de software sobreviver, ou se o fizer, dá mais trabalho que dinheiro. Vejam o famoso relatório Porter, encomendado pelo governo de Cavaco Silva, e que apontava como clusters representativos o automóvel, calçado, malhas e produtos de madeira (na indústria), o vinho (agricultura) e o turismo (serviços). Leram software?

Pois! Há quem diga que o relatório Porter está errado e continue a acreditar que nós somos mais baratos a fazer software e que podemos ser o Silicon Valley da Europa. Essas pessoas que vão ver onde está o Silicon Valley.

Eu acredito que o meu futuro vai estar ligado ao turismo sustentável, provavelmente ligado à produção de vinho (porque não!?) e a alternativas de qualidade que façam a diferença aos turismos de massa. Os meus conhecimentos de software claro que me vão ajudar, principalmente no planeamento. Mas isso é a longo prazo! A curto prazo pode ser que vá passar uns tempos a Inglaterra ou mesmo ao Japão. Aprende-se muito e eu aqui, hoje, não aprendo muito. Pelo contrário, desaprendo.

Em breve vos comunicarei, quando sair deste "moment I am stuck in"...

Mais uma da imprensa espanhola...

"Le doy la razón al presidente, hace meses Zapatero dijo que todos los españoles que estuviesen fuera volverían a España antes del 30 de junio."

terça-feira, junho 22, 2004

Claustrofobia

Não sei se leram o 1984 do George Orwell (eu nunca li), mas sabem a história do Big Brother (não do programa, mas da origem do seu nome). E se calhar não se lembram, mas há vinte anos (precisamente no ano em que decorre o livro de George Orwell) havia uma música de um tipo que se intitulava Rockwell e contava com a participação do Michael Jackson, que cantava no refrão "I always feel like somebody's watching me / Who's playing tricks on me / I always feel like somebody's watching me / I can't enjoy my tea!.

Se calhar o mundo era melhor se as pessoas fizessem o seu trabalho em vez de andarem a vigiar o que os outros fazem.

segunda-feira, junho 21, 2004

Uma faca nas costas!

Há uns anos trabalhei numa empresa comercial (cujo nome não vou dizer, mas que podem ver no meu Curriculum Vitae), numa altura que decidi que podia ser bom experimentar outras áreas de trabalho para além das Telecomunicações.

Foi uma boa má experiência. Boa, porque todas as experiências são boas, quando delas sabemos extrair ilações para não voltarmos a cometer os mesmos erros duas vezes. Má, porque empresas familiares e que resistem em se modernizar acumulam vícios contra os quais é difícil combater só.

Mas foi também uma boa experiência porque conheci muita gente, algumas delas com quem ainda convivo e outras com quem não convivo mas que gostaria, mas simplesmente custa-me lá voltar e encarar outras pessoas com quem não gostei de conviver. Mas sei que deixei lá algumas amizades.

O que mais me custou foi ver que as pessoas que mais tinham a ganhar com a modernização da empresa e que mais tinham a ganhar em se dedicarem à mesma, eram precisamente aquelas que menos queria saber de problemas e consecutivamente adiavam as decisões. E ainda me chocou mais ver que esses eram da minha geração e eram pessoas com formação académica.

Custou-me sentir só, sem o apoio da direcção, sem responsabilidades definidas ou adquiridas e a lutar contra uma cultura enraizada em que o all-mighty patrão dá ordens e os serventes cumprem, mesmo sabendo que essas seriam prejudiciais à empresa e iam contra as expectativas de todos os empregados. E onde estes todos os dias tentam "apunhalar" o colega pelas costas, pois só assim conseguem subir na hierarquia.

Quatro anos depois sinto que estou a reviver uma experiência semelhante.

É pena que em pleno séc. XXI pessoas formadas e a trabalhar em áreas tecnológicas de ponta ainda pensem em gerir recursos humanos da mesma forma que o dono da mercearia ao lado de minha casa. É pena que com estas maneiras de gerir recursos humanos o país não avance e que mais tarde sejamos todos "empregados públicos". É pena que empresas com capacidade de serem inovadoras e maiores, se sintam bem na mediocridade, se isso implicar a manutenção dos poderes adquiridos.

Prezo muito pessoas que são capazes de delegar responsabilidades e confiar nos seus empregados em cumprir as suas tarefas convenientemente. Dar é poder exigir! Se não se der não se podem pedir responsabilidades. É por isso que a minha experiência nos Estados Unidos foi uma boa experiência, porque mal cheguei foram me dadas responsabilidades. Ainda não sabiam dizer o meu nome e já estava na outra costa do país a representar a empresa em exposições.

Aqui, em Portugal, continuamos a viver como na mercearia do Sr. Ribeiro.

domingo, junho 20, 2004

Escusam de mandar a roupa para lavar...

Há dias, um jornal espanhol, tinha como manchete as palavras da senhora da limpeza do hotel, onde os seus jornalistas estavam hospedados - "Escusam de mandar a roupa para lavar, que segunda já estão em casa"!

Eu não queria que fosse verdade, mas este é um mundo cão e, ou éramos nós, ou eles!

Gooooooooooooooooooolooooooooooooo!

É golo! É golo! É golo!

Há quase uma semana...

Já não escrevo há uns dias! Há quase uma semana... Desculpem, mas não me tem apetecido escrever! Não se tem passado nada de novo e que me faça escrever. Além disso ando demasiado ocupado com o Euro, praia e amigos, para estar a dispensar muito do meu escasso tempo para escrever. Não que vocês não mereçam, mas eu mereço gozar a minha vida....

Ontem a cidade de Aveiro estava de laranja. Um mar laranja invadiu a cidade desde sexta, dia em que saí para jantar em forma de despedida da minha professora de japonês, a Kiyo-san. Na quinta estive a ver a França empatar, na Costa Nova,
depois de sair da praia às 20:15, onde até mergulhei pouco antes. Estava muito bom.

Mas hoje o importante é a selecção ganhar. Eu volto a escrever lá para o fim do jogo, se tudo correr bem!

segunda-feira, junho 14, 2004

Valmitão

Podia ser Vale Meão! Ou Vomitão! Mas não, é Valmitão!
Estou à espera do convite. The West is the Best!

Sim! Sei onde fica...

Uma visita à Capital

Carneiro, desculpa não ter dito nada, mas estava à espera de gozar mais a capital. E acredita que houve muita gente a quem não liguei, porque sabia que não iria ter tempo para estar com todos.

Desculpem-me! Mas eu volto em breve e fico uma semana... Para poder ir beber um copo ao Bairro Alto com todos os meus amigos. Acho que se beber um copo com cada um acabarei completamente bêbado!

Não pensei que pudesse ter saudades de Lisboa, mas na verdade, e apesar de não desejar lá viver, eu gosto muito da cidade. Gosto de ambientes urbanos, porque são uma boa fuga para quem vive na "província", no campo. Da mesma maneira que os habitantes das cidades fogem delas, quando podem, e se refugiam no campo, nós provincianos gostamos de visitar a cidade à procura de sensações, lugares e pessoas que de outra maneira não podemos usufruir.

E Lisboa tem uma dimensão apreciável. Tem uma cultura urbana, tolerante e diversificada que não se encontra em mais nenhum lugar em Portugal e só por isso vale a pena ser visitada. A diversidade de escolhas e ofertas em termos de compras é inigualavelmente grande para a dimensão do nosso pequeno país. Adorei perder-me nos ambientes da loja da Yorn do Chiado e nem sequer tive tempo para entrar no Bairro Alto, mas de certeza teria gostado ainda mais.

Os seres que povoavam o Super Bock Super Rock eram sem dúvida muito urbanos. Mesmo aqueles seres que no verão irão estar na "província", na Zambujeira do Mar ou em Paredes de Coura, para os demais festivais, ali eram verdadeiramente urbanos e portavam-se como verdadeiros seres da cidade. Porque se tratava de um festival de cidade (aliás o último em que me apanham... Prefiro os da "província").

Ah! E há o acesso à cultura... O Porto pode ter uma dimensão já grande e Aveiro até que recebe muitas obras culturais, mas não há oferta como em Lisboa.

Só que para se viver condignamente em Lisboa é preciso ter-se paciência e algum dinheiro. Eu prefiro a calma da "província"... Mas de passear na cidade!

Ai vens a Lisboa e não me telefonas, meu chouriço!!!...

Hades ir longe, hades!...
Estive toda a semana à espera de um telefonema (de parte do Anésio) a cause do festival e népias! Este chouriço vem pa ("para" em lisboeta) cá e não diz nada!... Como é que este país há-de ir prá frente?...

Havemos, todavia, de falar aí de uns dias em Valmitão. O auditório deste Blog já ouviu falar em Valmitão?... Pois é, têm de sair mais!...

domingo, junho 13, 2004

Lisboa, amigos, Pixies, futebol, praia e eleições

Este fim-de-semana prolongado foi curto para tanta coisa. Um verdadeiro fim-de-semana de acontecimentos em catadupa que culminam num domingo descansado e repousante. Por isso vos escrevo hoje.

Tudo começou na noite de quarta-feira [09 de Junho de 2004], véspera de feriado. Depois da minha aula de japonês e da reunião da Cláudia, depois de arrumar as coisas no saco, rumámos à capital, onde chegámos já por volta da uma da manhã. Estava um calor...

O dia de Portugal [10 de Junho de 2004] foi passado a descobrir o que a capital do nosso belo país tem para oferecer a um par de turistas sedentos de ver coisas bonitas. Aliás não éramos os únicos. Pelo contrário, Lisboa estava cheia de estrangeiros à procura de sítios bonitos, com sombra e onde houvesse uma bebida fresca. Por momentos tive a sensação de que estava noutro país... Aquela Lisboa é outro país!

Felizmente era feriado e estava calor (não tão felizmente), pelo que a maioria dos alfacinhas rumaram para as praias deixando a cidade à mercê de quem gosta de a visitar. E nós gostámos! Eu gosto muito de Lisboa! Acho uma cidade bonita e cheia de luz. Tem montes de coisas típicas das cidades mediterrânicas mas já cheira a atlântico. É uma cidade que em nada fica atrás de muitas por onde já passei. E se visito as outras no estrangeiro, porque não visitar esta que aqui está ao lado e onde aliás falam a mesma língua que eu.

Bem! Falam a mesma língua, mas com um sotaque diferente e com um vocabulário esquisito. Como ao pequeno-almoço nos Restauradores, que peço um Pastel de Carne e o homem pergunta-me se é um croquete que eu quero. Mas pelo menos já sabem o que é um fino. Qualquer dia já sabem dizer "tio" e "treze" ("tiú" e "treuze" em alfancês) como deve ser.

Subimos ao Castelo de S. Jorge por Alfama e depois de desfrutarmos a vista almoçámos umas sardinhas (as primeiras do ano) enquanto por ali se preparava o arraial de S. António. Apareceu o PP e a Sílvia que nos acompanharam na descida de volta à Pr. da Figueira, antes de partirem à sua vida. Nós rumámos ao Chiado e daí ao Bairro Alto, mas nem parámos, pois tinha combinado com a Mariana no Cais do Sodré. Uma longa caminhada sob um calor que puxava a umas cervejas.

Já não ia ao centro de Lisboa há alguns anos. Acho que desde que a Geni se casou e fui com ela, à embaixada de França, por causa do visto dela para ir à Lua-de-mel a Bora Bora. Há 5 anos! E já não via a Mariana desde que voltei dos Estados Unidos, há quase 4 anos. Foi um fim-de-semana de voltar a recordar e reencontrar lugares e pessoas de que gosto muito. Como o PP e a Sílvia. Como o João, o Zé, o Gonçalo, o Pedro, o Pitta, o Nuno e o Daniel que encontrei no Super Bock Super Rock, na noite de sexta-feira [11 de Junho de 2004].

Acho que retornei à minha juventude ao percorrer as ruas do Chiado. Quando ia para a Reboleira, para casa da minha avó e em vez de ir para Carcavelos, para a praia, usava o bilhete de comboio para ir para o Chiado comprar discos de vinil. Na velha Valentim de Carvalho (agora transformada) onde comprei o Ocean Rain dos Echo and The Bunnymen ou o This is the Sea dos Waterboys.

Mas não foi por muito tempo. Foi mesmo a correr! O tempo passa quando estamos distraídos e de repente estava na hora de nos encontrarmos com a Mariana. No entretanto ainda encontrámos o Toninho e a Carla, mas já estávamos a correr... Para beber umas cervejas, com a Mariana, à beira rio e pôr a conversa em dia, depois de quatro anos sem nos vermos.

Foi bom. De novo tive a sensação que há amigos que não vão deixar de o ser por causa do tempo de ausência. Há pessoas com quem vivemos momentos tão importantes que jamais deixarão de ser nossos amigos. E na verdade só o são porque é assim, porque o à-vontade e o conhecimento mútuo fez diluir as barreiras que muitas vezes separam as pessoas. Gostei muito!

À noite foi a vez de dar espaço à cultura. Popular é verdade, mas é cultura. Fomos ao teatro ver o "Deixa-me Rir" e digo-vos que me ri. É uma crítica acertada à maioria dos políticos modernos que põem o seu cargo acima dos seus ideais e ao progresso e bem estar no país onde governam. O primeiro-ministro chamavam-no de DB... Embora fosse uma adaptação de uma peça inglesa, a verdade é que encaixava perfeitamente ao nosso país. Mas não posso falar disso porque hoje é dia de eleições e suposto não se fazer campanha.

Chegámos tarde a casa, depois de um prego no Saldanha e uma saída mal programada do autocarro que nos fez andar um quarteirão em vão.

Sexta-feira [11 de Junho de 2004] foi dia de Super Bock Super Rock. Que dizer? Os concertos foram bons (excepto o chato e entediante Lenny Kravitz), mas a organização jamais deveria deixar entrar tanta gente. Não havia condições! Estive uma hora para comprar um cachorro-quente que devorei em dois minutos, a seco pois era impossível chegar às tendas de bebidas. Já não tenho idade para estas coisas... Não que esteja ou me sinta velho, mas porque já lá estive, já vivi aquilo, já sei como é e prefiro ver um bom concerto com melhor condições. Festivais só se forem no campo.

Salvaram-se os X-Wife, Liars, Pixies e Massive Attack. Mas mesmo os concertos foram curtos, só para festival. Prefiro ver as bandas em recintos mais intimistas e em que lá está, está para ver verdadeiramente o concerto, não porque quer beber um copo.

Quando actuaram os Massive Attack estava de rastos. A Cláudia viu meio concerto e eu saí na última música do encore - Special Cases. É o segundo concerto que vejo deles e este, apesar de mais curto, foi muito melhor. O som estava excelente, enquanto que aquele que vi no Pavilhão Atlântico estava mesmo muito mau.

Mas para mim a banda da noite foram os Liars. Um misto de Sonic Youth com Nirvana e Blur. São de Nova York e devem andar em muito más companhias, mas a ouvir coisas muito boas. São um pouco barulhentos, mas fazem o meu género.

Não tenho muito mais a dizer a não ser que voltámos [12 de Junho de 2004], descansámos e fomos à praia hoje de manhã [13 de Junho de 2004]. Já votei e agora vou visitar mais uns amigos que não vejo há uns tempos – a Geni e o Anésio.

Até amanhã! Logo vos falarei da minha nova descoberta gastronómica/paisagística aqui da região de Aveiro – o Bico da Murtosa.

segunda-feira, junho 07, 2004

Diário de uma limpeza (Kriyas)

Este fim de semana enveredei, com um grupo de amigos, pela aventura de passar dois dias em retiro de yoga. Mas um retiro especial de purificação e limpeza. Um fim de semana em Vila Nova de Foz Côa, de remoção de toxinas internas estagnadas, imundice interior e bloqueios corporais, com vista a um melhor fluxo de energia e matéria no nosso corpo.

Aqui fica um diário...

Sábado, 05/06/04
10:00 Hoje acordámos para vomitar.
O exercício (vamana dhauti) consistia em beber, em jejum, 4 copos de água quente e salgada. Depois de umas contracções do abdómen (Nauli), vomitá-la, nem que para isso fosse preciso meter os dedos à boca. Repetir até a água sair límpida e sentir a bílis amarga na boca.
13:00 Clister (Basti)
Preciso descrever?
Se não sabem perguntem aos vossos avós.
15:30 Relaxar. Almoçar um sumo e um batido.
16:30 Tarde de repouso na praia de Almendra. As moscas e demais insectos não deixam o pessoal dormir. A praia ali está a ficar impraticável.
19:30 Finos e tremoços em Castelo Melhor.
21:30 Jantar gaspacho frio no terraço às escuras. Está um calor de verão. Ver umas fotos.
24:00 Dormir

Domingo, 06/06/04
11:00 Hoje acordámos para cagar.
O exercício (Shanka-prakshalan) consistia em beber, em jejum, uma série de 4 copos de água quente e salgado (menos salgada que a de sábado, mas...). Depois de uns exercícios para fazer a água descer, cagar no penico. Beber mais água até que só se caga a água da cor da que se bebe (incolor portanto).
14:30 Relaxar muito. Almoçar um arroz de jasmim cozido com ghee (manteiga clarificada).
17:00 Arrumar tudo para voltar.
18:00 Parar em Longroiva para um "banho" de água enxofrada. Para a próxima temos que incluir no fim de semana de kriyas um verdadeiro banho nas termas.
18:30 Visita a Marialva. Uma "visita de médico" pois o guia estava a fechar as portas. Acho que tem que se acabar sempre com uma visita a Marialva. Ao que se segue uma visita ao café para um queijo, presunto e um fino.
19:00 De volta a casa.
21:30 Chegada a Aveiro.
24:00 Dormir.

Hoje sinto-me muito mais feliz e seguro comigo mesmo. Sinto-me mais limpo e funcional. Não levei nenhum dos exercícios até ao objectivo final (a água límpida) porque, como era a primeira vez que os fazia, demoraria muito tempo (mais ainda do que demorei) a atingir a verdadeira limpeza. Não porque não os soubesse fazer, mas porque a quantidade de porcaria para desbloquear e sair era muita. Nós somos uma verdadeira arca de imundice.

É uma experiência a repetir.

sexta-feira, junho 04, 2004

Casa dos Leitões

Há sítios que colecciono não porque sejam especialmente bonitos ou porque sejam especialmente bons, mas porque foram, ou são, especialmente agradáveis e porque guardo deles imagens agradáveis associadas a momentos bons lá passados.

Às vezes vêem-me imagens à cabeça de sítios de que já nem me lembro do nome ou que nem sequer sei onde são, mas que ficaram gravados no meu subconsciente como sítios agradáveis. Como por exemplo um sítio perto de Teijo na Finlândia, onde tomei banho num lago de cor vermelha (água ferrosa). Sempre que tento meditar, penso num sítio calmo e relaxaste e não consigo não pensar nesse lago.

Mas há outros, que não me transmitem paz mas fazem pensar em felicidade, como o Bar Anita em San Carles de Peralta, em Ibiza, ou a Hamburgueria do Joni em Castelo de Vide. Um desses sítios que aparentemente não têm nada de especial é a Casa dos Leitões em Angeja.

Ontem fui lá jantar com mais 14 amigos e amigas. Foi uma noite agradável.

Eu depois mando-vos o mapa e as indicações!

quarta-feira, junho 02, 2004

Sirsasana

Acho que nunca falei muito da minha pratica de Yoga. Acho que é porque isso é algo pessoal e difícil de explicar. Não porque seja estranho, mas porque por vezes suscita perguntas difíceis e sobretudo respostas que só se conseguem dar se a outra pessoa praticar Yoga.

Já pratico Yoga há dois anos e meio. Ainda me lembro da minha primeira aula e como me custava até ficar sentado. Depois deste tempo todo evoluí. Sim! Acho que ganhei alguma elasticidade, bastantes capacidades físicas e acima de tudo muita consciência. Consciência dos meus erros de postura física, consciência das minhas capacidades e consciência de que sou sempre capaz de ir mais longe.

Mas sobretudo ganhei também novos amigos e novos interesses. Evoluí.

Porém em termos físicos, que é aquilo que toda a gente pergunta primeiro (logo a seguir ao facto de já ser ou não vegetariano e se o desempenho sexual melhorou) evoluí desde a altura que comecei a conseguir fazer o Sirsasana.

Foi há cerca de um ano, que com a minha ida para o Japão me dediquei a fazer este asana (posturas físicas) todas as manhãs. Era quase o único momento que dedicava a mim mesmo durante todo o dia. Quando cheguei continuei a fazê-lo.

Mas vou explicar em que consiste o Sirsasana. Bem! Não é difícil de explicar e até parece uma coisa simples. Mas... Experimentem pôr-se de cabeça para baixo apoiados nos vossos antebraços cerca de 2 a 5 minutos (ou mais) sem cair.

Ok! Vejam a imagem:
Sequência para fazer o Sirsasana

A ideia é colocar os braços no chão, com os cotovelos separados da largura do antebraço. Para isso agarrem cada cotovelo com a mão contrária. Sem tirar os cotovelos desse sítio juntem as mãos fazendo um triângulo no chão com os braços. Entrelacem os dedos. No meio das mãos coloquem a parte superior da cabeça e levantem as ancas esticando as pernas. Caminhem para as mãos. Levantem as pernas do chão e estiquem-nas no ar.

Caíram? Usem a parede para que isso não aconteça. Se calhar é melhor nem tentarem fazer isto em casa sozinhos. Um dia caí e torci um dedo da mão. Andei umas duas semanas com um dedo com o dobro do tamanho e negro. Durante meses não fui capaz de repetir o Sirsasana sem a ajuda (psicológica) de uma parede.

Além disso eu (ainda) não sou instrutor de Yoga. E nem quero tirar o lugar da minha instrutora. Por isso se quiserem experimentar vão ao Jardim de Lótus (ela é uma excelente instrutora – É verdade! Não estou a escrever isto porque ela lê o blog, mas porque é verdade!). Se quiserem ajuda para perder a vergonha, telefonem-me que eu vou lá convosco.

Jardim de Lótus

Mas, acreditem que o Sirsasana todas as manhãs é das melhores coisas que há e tem me ajudado a ganhar coragem para enfrentar um dia de trabalho.

Hoje não fiz! O dia correu menos bem...