Há 4 anos estava entediado com o meu trabalho na EAI na Califórnia. Hoje continuo sem saber se a culpa é minha e sou como a Dido canta em "Life for Rent" - "I haven't ever really found a place that I call home, I never stick around quite long enough to make it" ou sou como cantava o António Variações quando dizia "Só estou bem onde não estou, só quero ir onde não vou" ou se na verdade é só uma questão de falta de oportunidade para mostrar o que realmente penso que valho e por isso mudo-me.
Há 2 anos e meio comecei a trabalhar na NEC em Aveiro. O que é que mudou neste tempo? Serei eu que sou acelerado ou... Desta vez tomei a decisão que iria ficar mais tempo. Normalmente quando saio de uma empresa, julgo que o meu tempo ali acabou, mas depois venho a perceber que se calhar podia ter continuado mais um tempo. Há sempre coisas a aprender, mas também há limites...
Há uma semana um colega despediu-se. Chateou-se de vez com a história e num mês mudou de emprego e de vida. Arranjou emprego em Inglaterra e vai mudar a sua vida. Isto faz-me pensar que afinal ainda há quem tenha coragem de mudar completamente de vida. Seria eu capaz de repeti-lo, como o fiz em 1999? De certeza!
Há 2 anos e meio ocorria um atentado terrorista em Nova York que mudou para sempre aquela cidade e a humanidade. Esta semana foi aqui ao lado. E estes atentados fazem-me pensar até que ponto vale a pena tentar a nossa sorte noutro país desenvolvido quando aqui no nosso canto ninguém nos incomoda. Mas por outro lado, até que ponto não seremos afectados desta vez? Esperemos que não...
Na mesma altura, que o Parente, a Nadeine, a gestora do meu actual projecto do lado da Inglaterra, também se despediu. Ela desistiu da vida comercial para se dedicar a um sonho de ajudar crianças órfãs e necessitadas à volta do globo. Ofereceu-se como voluntária e parte em abril numa aventura de 18 meses por diversos países (Perú, Islândia e outros) onde vai trabalhar em orfanatos. Isto sim é mudar completamente de vida e perseguir os seus sonhos. Que sonho tenho eu para perseguir?
Há um ano tinha chegado há pouco de São Tomé. A felicidade daquela gente, que não tem acesso a nada, colocou-me o dilema de saber até que ponto já somos nós dependentes das facilidades da vida moderna e até que ponto isso nos retirou a alegria de viver as coisas simples. Voltamos à velha história de que gostaria de ter nascido pastor e nem sequer saber o que é um cinema. É um sonho!
Mas, o meu maior sonho é deixar a civilização e fechar-me numa aldeia perto de Foz Côa (com acesso à Internet, para vos manter actualizados). Ter umas casas para alugar a turistas, um restaurante com petiscos e organizar passeios pelos cantos escondidos deste belo país (a pé, de canoa, de bicicleta e de jipe). Se calhar até ter um rebanho de ovelhas e fazer queijo.
Há 10 anos eu e a Cláudia começávamos a namorar, num concerto dos La Frontera, nas vêsperas de mais uma semana académica. Todos os meus sonhos são para serem partilhados com ela. Aliás ela até podia dar umas aulas de Yoga aos turistas, se no entretanto se realizar outro dos nossos sonhos... Mas que vou deixar para mais tarde para vos contar.
Há uma hora que estou aqui a escrever...
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