domingo, março 21, 2004

Amigos são para sempre

Estou a acabar de chegar de um fim-de-semana fora. O primeiro (sem contar uma ida a Foz Côa e os normais fins de semana de visita aos pais) desde a passagem-de-ano que saímos de casa. Há três meses que não gastávamos dinheiro em saídas de fim-de-semana, jantares e passeios com os amigos. Há três meses que não me divertia tanto. Obrigado Anésio, Geni, Joana e Armando. E Cláudia, claro.

Fomos para Caminha. Mais precisamente para a Mata do Camarido. Uma mancha de pinheiros entre Caminha e Moledo, ali na foz do Rio Minho, mesmo deste lado da Galiza. Um sítio muito sossegado, por sinal mesmo ao lado de onde passámos a passagem-de-ano (Cristelo).

O fim-de-semana começou com um queijo de dieta e umas garrafas de Quinta da Ervideira (para balancear). E acabou com um fino no bar do Che Guevara em Ponte de Lima. Pelo meio ainda houve tempo para um chouriço assado em bagaço no cimo da Serra da Agra (Agra de Baixo), ficaram 15km de subida em BTT (num total de 22km que fizemos no sábado e que ainda me fazem doer as pernas, mas que me enchem os pulmões), muitos tremoços e muita boa disposição. Ah! Os tremoços comeu-os todos a Joana, que tem dois aninhos mas que já sabe o que é estar numa esplanada ao pôr-do-sol.

O que me soube melhor do fim-de-semana foi a volta de BTT. Há quase um ano que não andava assim... Ou mais! Acho que a última vez foi no Gerês que subimos às minas das Sombras em Espanha e acabámos a descer das minas dos Carris já em Portugal, num misto de BTT e rafting tal era a quantidade de chuva que caia e que não nos deixava ver as pedras do caminho. Mas voltemos à volta de sábado. Começámos a subir ao miradouro de Perrinchão (acho que se chama assim) em Moledo e daí subimos ao marco geodésico (para quem não sabe são aquelas coisas que os militares põem no cimo dos montes para se orientarem). A vista era fantástica, sobre Moledo e até Afife do lado sul e Santa Tecla do lado norte.

Aí decidimos delinear um caminho e ao longe vimos uma antena muito longe, mesmo muito longe. O Armando (que anda doido com a sua nova GT e a gostar de andar de bicla como nunca lhe vi) gritou logo “Eu às antenas não vou”. Passámos por elas algum tempo depois já depois de termos cruzado por alguns trilhos espectaculares e na derradeira subida a caminho do Santo Antão, sobre Caminha.

Acima de tudo foi o prazer de subir (parece de doidos, mas é verdade) que me agradou na volta. As vistas eram tão bonitas que apetecia sempre subir mais alto para se poder apreciar melhor. E em termos da própria confiança em mim, foi óptimo ver que ainda consigo subir bem na minha Vaynessa e ver que ainda me divirto a fazer coisas simples como andar de bicicleta com os meus amigos numa bela tarde de sol. Porém a confiança de outros tempos nas descidas ainda precisa de algum limar de arestas. Espero que a gana do Armando nos faça andar mais vezes, a mim e ao Anésio.

Ah! Depois de descer e de beber um copo numa esplanada (com tremoços) ainda fomos (agora de jipe) até ao Pincho, uma queda de água lá para os lados de Amonde. Mas apesar de já ser Primavera, ainda não está a temperatura certa para o mergulho. Lembrem-se de lá ir mais perto do Verão. Eu vou ver se não perco a oportunidade.

Foi bom, assim como foi bom chegar e receber uma mensagem do outro lado do mundo, do meu amigo Jesse a mandar um abraço e contar-me que está apaixonado e que pôs piercings nos mamilos, como a namorada. Apetece-me sair a correr fazer a tatuagem que há uns tempos sonho em fazer. Está na altura limite de ser feita porque mais tarde começa a ser complicado para estar na praia no Verão sem a proteger. Pode ser que seja em breve... Depois eu mostro!

Mas além do Jesse também o Luca (Veneza) me escreveu. É bom saber que apesar de estarmos longe não nos esquecemos dos amigos... E mesmo quando passamos meses sem sair de casa e sem ver os amigos, estes continua a sê-los. E é bom partilhar isto num mail, numa volta de bicicleta ou à volta de um pires de tremoços.

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