Naquilo que chamei de “jantar com italianos”, a dada altura um alemão (afinal não eram só italianos, mas na verdade à minha volta tinha muitos) perguntou-me como estava o tempo em Portugal. Eu contei-lhe que tinham estado 24 graus e que no dia anterior quando tinha telefonado à minha mulher, ela estava na praia a brincar com o meu filho. Ele pôs as mãos na cabeça e olhou com um olhar de inveja ao mesmo tempo que dizia "24 graus?".
Mas eu disse-lhe que não era muito normal, nesta altura do ano. E de seguida perguntei-lhe se ele gostava de esqui. Ao que me respondeu que provavelmente este seria o primeiro inverno, desde que se lembra, que não ia esquiar. Eu disse-lhe que gostava muito de esqui, mas que com 24 graus não se consegue esquiar.
Os Alpes estão a 2h daqui e nós, de Portugal, para chegarmos aos Pirenéus demoramos umas 10h, de carro. Por outro lado, eles, daqui, para chegarem ao Mediterrâneo provavelmente gastam o mesmo tempo, para irem à praia.
No fundo, eu desejo aquilo que me está longe e ele o que lhe está longe, mas aquilo que temos perto também o valorizamos. Para ele o esqui e para mim a praia são coisas normais, o contrário são desejos.
Resultado: venha mais uma weissbier!
E mais umas palavras de alemão: frau, fraulein, das, boot, haus, auf wiedersehen, tschüss, mit, der, kommissar, himmel, berliner, weiss, schwartz, luftballons, minuten, doraden und bockwurst.
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