Em 1982, de férias na praia de Esmoriz (eu estava de férias, mas os meus pais trabalhavam lá) concorri ao Concurso de Construções na Areia, do Diário de Notícias.
Na altura a praia de Esmoriz ainda existia com bastante areia, o que me permitia ir experimentando algumas construções que a imaginação, de um miúdo de 12 anos, permitia. Idealizei uma cena tranquila com um pontão de madeira, um barco a remos e um mar calmo. E ia fazendo aquela construção de um lugar idílico, treinando para o grande dia do concurso.
Eu não queria ganhar! Queria apenas o segundo, ou terceiro prémio, que me dava direito a uma série de livros dos Cinco, os Sete e afins, escritos pela Enid Blyton. O primeiro prémio era uma bicicleta e como não sabia andar (que irónico, né?) não o desejava. Além disso os livros faziam-me mais felizes... Faziam-me sonhar!
Um dia estava eu a construir os meus sonhos em areia e o meu irmão destruiu todo o trabalho a que eu tinha dedicado o meu carinho. É triste quando aqueles que nos são próximo são os primeiros a destruir os nossos sonhos, mesmo que construídos em areia, numa praia que já não existe.
Ah! E ganhei a bicicleta... O que também me deixou um bocado triste! Mas aprendi uma coisa: que quando desejamos muito algo, podemos ganhar mais ainda.
Tudo começou em 2000 com a minha ida para a Califórnia para um estágio. As Crónicas foram servindo de diário da aventura. E continuam, mesmo depois de voltar... E de voltar a sair para Inglaterra, Japão, Luxemburgo, França, Finlândia, Holanda, São Tomé, etc...
Cada aventura ou momento que me permito partilhar está aqui nas Crónicas da Califórnia.
quinta-feira, maio 17, 2007
Toca e foge...
Em provocação ao senhor Anónimo que deixou um comentário ao meu post "Porra pá!", ele também a provocar, deixo este pequena história:
Quando era miúdo saia muito cedo de casa. Entrava às 8:30 ou 9:00 da manhã e por isso saía por volta das 7:30, para apanhar a camioneta que me à escola. A minha mãe dava-me 5 escudos (0,025€) para o bilhete. Como o bilhete custava 4 escudos (0,02€) eu gastava o outro escudo em rebuçados e cromos para a minha caderneta de futebolistas ou personagens de desenho animado (da RTP, a única emissora na altura).
Quando saia no fim das aulas, vinha a pé para casa da minha avó. Vinha pelos campos e pelos caminhos que de manhã percorria de camioneta. A comer os rebuçados e a tocar às campainhas das casas por onde passava. Tocava e corria, fugindo com os meus amigos, dos donos das casas, que muitas vezes nos insultava.
Quando comecei a crescer comecei a deixar de tocar às campainhas! E de fugir...
Quando era miúdo saia muito cedo de casa. Entrava às 8:30 ou 9:00 da manhã e por isso saía por volta das 7:30, para apanhar a camioneta que me à escola. A minha mãe dava-me 5 escudos (0,025€) para o bilhete. Como o bilhete custava 4 escudos (0,02€) eu gastava o outro escudo em rebuçados e cromos para a minha caderneta de futebolistas ou personagens de desenho animado (da RTP, a única emissora na altura).
Quando saia no fim das aulas, vinha a pé para casa da minha avó. Vinha pelos campos e pelos caminhos que de manhã percorria de camioneta. A comer os rebuçados e a tocar às campainhas das casas por onde passava. Tocava e corria, fugindo com os meus amigos, dos donos das casas, que muitas vezes nos insultava.
Quando comecei a crescer comecei a deixar de tocar às campainhas! E de fugir...
quinta-feira, maio 10, 2007
Será que leram o meu blog?
Há uns minutos recebi uma chamada...
- "Hello? Is this Mister Rui Gonçalves?"
- "Ye... Yes!!" - gaguejei surpreso.
E a conversa continuou para o normal assunto se eu não estaria interessado em trabalhar em Inglaterra e blah, blah, blah!
Eu pergunto-me se terão visto o meu último post?
- "Hello? Is this Mister Rui Gonçalves?"
- "Ye... Yes!!" - gaguejei surpreso.
E a conversa continuou para o normal assunto se eu não estaria interessado em trabalhar em Inglaterra e blah, blah, blah!
Eu pergunto-me se terão visto o meu último post?
segunda-feira, maio 07, 2007
Porra pá!
Hoje estou naqueles dias em que me apetecia mandar este país às urtigas. Eu sei que temos qualidade de vida, sabemos comer e viver, mas ando ma passar com a falta de visão, falta de objectivos e falta de ambição que as empresas portuguesas e os portugueses têm.
Eu sei que trabalhamos para viver, ao contrário dos americanos que vivem para trabalhar, mas esta falta de vontade (que é o que parece, por vezes) dos portugueses em querer pôr este país no mapa entristece-me e deixa-me sem vontade de continuar. Eu sei que não estou aqui para lutar sozinho contra uma cultura, mas apetecia-me lutar por alguma coisa (não contra) e não consigo.
O melhor é ir apanhar um pouco de sol para me lembrar porque é que ainda estou aqui!
Eu sei que trabalhamos para viver, ao contrário dos americanos que vivem para trabalhar, mas esta falta de vontade (que é o que parece, por vezes) dos portugueses em querer pôr este país no mapa entristece-me e deixa-me sem vontade de continuar. Eu sei que não estou aqui para lutar sozinho contra uma cultura, mas apetecia-me lutar por alguma coisa (não contra) e não consigo.
O melhor é ir apanhar um pouco de sol para me lembrar porque é que ainda estou aqui!
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