quarta-feira, abril 08, 2009

Inovar

Sexta-feira, num jantar (The Star Trackers Linked In Aveiro) organizado por mim e pelo João Oliveira, tive o prazer de conviver, falar e ouvir o Eng. Carlos Martins, CEO da Martifer.



Trabalho há quase 15 anos em empresas tecnológicas. Empresas inovadoras em termos tecnológicos, que muitas vezes estão na fronteira daquilo que de mais inovador se faz na sua área de actuação. Porém, raras são as vezes em que vejo uma dessas empresas inovar na sua maneira de actuar, na sua maneira de estar no mercado ou internacionalizar-se. Na maioria das vezes vejo empresas em que não há planos, não se analisam os riscos e nunca se revêem procedimentos. Trabalha-se como se trabalhava há 15 ou 20 anos.

Foi com prazer que ouvi o Eng. Carlos Martins a falar de como a Martifer se internacionalizou, tomando a opção de arriscar e avançar para a compra de uma empresa alemã de geradores eólicos porque não queria ficar entalado na cadeia de valor do negócio. Sem a tecnologia e sem o produto final, a Martifer via-se encaixada entre as empresas produtoras de geradores e as empresas gestoras dos parques eólicos, apenas produzindo as estruturas das turbinas eólicas (pás e pés).

Quando olho à volta e vejo nas ditas empresas tecnológicas o medo de se internacionalizar e o comodismo de ficarem encaixadas entre quem especifica a tecnologia (e faz a investigação) e aqueles que comercializam o produto, vejo qual será o nosso futuro. Há raras excepções, mas vem-me sempre à memória alguns empresários que conheço e que não se internacionalizam-se porque dizem não saber inglês ou não fazem planos porque não vêem o retorno disso.

Numa procura rápida no The StarTracker encontro 88 empregados da Martifer em 13 países. Na entrevista do irmão do Eng. Carlos Martins - Jorge Martins, vice-CEO da Martifer - no Diário de Aveiro da semana passada dizia que estavam presentes em 20 países e que não eram uma empresa de Oliveira de Frades que viva para Oliveira de Frades, nem tão pouco uma empresa de Viseu que viva para Viseu. O Eng. Carlos Martins frisou o mesmo, hoje o nosso mercado interno é a Europa. E ainda há quem pense apenas em Aveiro como o seu mercado.

Sei que se pode fazer mais… E não temos que ser tecnologicamente inovadores, mas inovar na maneira de pensar. Pensar diferente, para fazer diferente... Melhor!

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