A última semana foi algo difícil. A verdade é que estava muito confiante em relação a uma das oportunidades a que estava a concorrer e de novo veio um "este momento penso que o seu perfil não se enquadra nas funções para as quais procuramos candidatos" que se veio juntar ao "por razões que se prendem com o facto de no momento (e no curto/médio prazo) não identificarmos nenhum projecto que se adeqúe ao seu perfil técnico, lamentamos informar que decidimos não dar seguimento ao processo para a sua eventual contratação", recebido há umas semanas de uma outra oportunidade que dava menos importância.
Custou-me a ultrapassar esta "rejeição", porque esperava mais do que a hipocrisia de um "desde já tomo a liberdade de ficar com o seu CV em arquivo para uma próxima oportunidade" e pela segunda vez, nesta mesma empresa, passo de um candidato excelente, d'O Candidato a rejeitado. Mas desta vez foram capazes de me dizer alguma coisa (porque aliás perguntei) mas á 5 anos atrás nem me disseram nada, depois de ser apresentado ao director daquela área (a que estava a concorrer) como o candidato mais óbvio para ficar com o lugar. Começo a criar anti-corpos a esta empresa...
Mas passou! Nada como uma quarta-feira de manhã na praia, sozinho (a Cláudia estava a cumprir os bizarros serviços mínimos na escola), para uma meditação sobre o assunto e refrescar os meus objectivos acerca desta vida.
Há um mês escrevi, numa das últimas páginas do meu, agora, findo Moleskine, sobre o assunto. Na altura escrevi "O que vou fazer da minha vida, agora?", uma pergunta que me persegue desde há dois meses, desde que decidi sair (ou fui forçado a sair) da NEC. "Esqueço de uma vez a paranóia de que só tenho qualidade de vida em Aveiro e resolvo seguir uma carreira em Lisboa? Ou no Porto? Vou para o estrangeiro?" Que são as hipóteses de quem não encontra uma saída válida ou uma oportunidade aqui, em Aveiro. Mas, "será que vale a pena pensar que vai ser diferente noutro lado qualquer? Haverá mesmo empresas diferentes, onde se possa ser feliz? Sentir-se realizado e ter perspectivas?"
A verdade é que, neste último mês fui a entrevistas a duas das empresas de software mais conceituadas em Portugal, uma portuguesa e outra estrangeira em Portugal, e sinceramente não vi grandes diferenças com o que eu já vi em 11 anos de experiência profissional, em vários países, em várias áreas e em muitas empresas. "Ou será, que desistir de procurar essa utopia empresarial, é descabido?" Mudar o mundo é mais difícil que me mudar a mim, não? E uma coisa que tenho aprendido (muito) é a aceitar, porque a vida tem caminhos que questionamos se nos são merecidos, mas que não adianta de nada nos revoltarmos contra ela, porque afinal de contas é a nossa vida e se não a vivermos, o que é que andamos cá a fazer?
Assim, aceitei a "rejeição", como aceitarei as demais "rejeições", como sendo parte do meu caminho para o meu crescimento e sigo em frente. E em relação à pergunta no meu Moleskine... Não vale a pena pensar se seria mais feliz além ou do outro lado do Oceano, porque sou-o hoje aqui e é isso que tenho que aceitar. E não vai ser um emprego ou outro que o fará mudar, porque o que realmente me faz feliz é o que eu faço fora do emprego. Não quer dizer que não tenha prazer no que faça, mas a verdade é que sou um insatisfeito e o que quer que faça nunca será perfeito. O que me faz feliz é estar com um amigo, como ontem, a ver o pôr-do-sol numa praia deserta, no fim de um caminho no meio de um pinheiral. E, isso não existe num emprego, nem mesmo num escritório sobre as águas da Baía de São Francisco.
Foi assim a minha terceira semana de "férias". Com seis entrevistas para quatro empregos à mistura e um teste final de Gestão de Projectos, que graças às "férias" me permitiu sair em glória. Ainda houve tempo para um cerveja num concerto de música cigana dos Balcãs de um grupo cujo o nome diz tudo sobre esta semana - "La Caravane Passe".
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