Há cerca de um mês deixei passar uma reportagem/entrevista com "o escritor português que é (mais) famoso em Amesterdão" - J. Rentes de Carvalho - com quem tive uma conversa há uns tempos (ver aqui) e cujo blog - Tempo Contado - sigo (à distância, mas vou lendo - aproveitem vocês para ler que é muito bom).
Mas desta vez não queria deixar de vos deixar o "guia" do J. Rentes de Carvalho da sua cidade - Amesterdão.
J. Rentes de Carvalho, o escritor português que é (mais) famoso em Amesterdão
por Joana Viana, Publicado em 15 de Julho de 2009 (in i)
O escritor transmontano que teve de abandonar Portugal por razões políticas vive em Amesterdão desde 1956, onde se licenciou e deu aulas de Literatura Portuguesa. Colaborador permanente da revista Periférica, conheça as propostas de J. Rentes de Carvalho para a cidade holandesa
O meu hotel favorito em Amesterdão
The Grand. Porque oferece a oportunidade única de dormir no que foi a antiga Câmara da cidade.
O meu restaurante preferido
Restaurante Bordewijk. Cozinha de qualidade, mas sem pretensões, num ambiente dos anos cinquenta.
O melhor passeio
Nas noites de Verão, ao longo dos canais do centro.
O bar certo
Harry's Bar. Não tem nada a ver com o seu homónimo de Veneza e caberão lá dez clientes, mas os cocktails justificam a visita.
A melhor livraria
Athenaeum Boekhandel. Até livros em português vende!
A melhor rua de compras
A. P. C. Hooftstraat. Melhor apenas no sentido de muito cara, mas com um interessante ambiente à tarde. Passeia então por lá um tipo de gente de vários dinheiros, que só por si vale como espectáculo.
A galeria de arte?
Não faço ideia, são lugares que não frequento.
O meu museu favorito
O Van Gogh, enquanto o Rijksmuseum continuar fechado para obras.
O segredo mais bem guardado de Amesterdão
Amesterdão é uma porta aberta. Só tem segredos a fingir.
Tome nota:
Hotel The Grand
Oudezijds Voorburgwal 197
http://www.thegrand.nl/
Restaurante Bordewijk
Noordermarkt 7
http://www.bordewijk.nl/
Harry's Bar
Spuistraat 285
www.harrysbaramsterdam.com
Livraria Athenaeum
http://www.athenaeum.nl/
Museu Van Gogh
http://www3.vangoghmuseum.nl/vgm/index.jsp?lang=nl
Rijksmuseum
http://www.rijksmuseum.nl/
Saiba mais sobre o escritor
Tudo começou em 2000 com a minha ida para a Califórnia para um estágio. As Crónicas foram servindo de diário da aventura. E continuam, mesmo depois de voltar... E de voltar a sair para Inglaterra, Japão, Luxemburgo, França, Finlândia, Holanda, São Tomé, etc...
Cada aventura ou momento que me permito partilhar está aqui nas Crónicas da Califórnia.
terça-feira, julho 21, 2009
quarta-feira, julho 01, 2009
iQLês?
Pyongyang: Journey in North Korea
Guy Delisle
Depois de ler Bruma Chronicles e Shenzen (ver ultimo iQLês) tinha que ler o mais conhecido livro de viagens em países oprimidos feito por este canadiano. Mais do que saber alguma coisa sobre a Coreia do Norte e do seu regime fiquei a saber que os franceses usam a mão de obra barata coreana para criarem quase todos os desenhos animados que passam na TV. Porque também pouco ou nada o jovem viu do país, porque o regime pouco deixa ver a alguém que tem que estar SEMPRE acompanhado por um guia apontado pelo governo.
Drawn & Quarterly, 2005
Berlin: City of Stones / Berlin: City of Smoke
Jason Lutes
Li o primeiro volume e fui logo comprar o segundo, porém terei que esperar alguns anos (talvez uns 8) pelo terceiro e último (à razão que é publicado). A história de Berlim entre 1928 e 1933, nos últimos dias da República Weimar e ascensão Nazi. A cruzilhada das vidas de uma alemã da província que se envolve com um jornalista, uma mãe comunista que se separa de um pai nazi, um judeu que ajuda os comunistas, um grupo de jazz negro americano e o sangrento 1º de Maio de 1929. Numa narrativa fluida e um desenho que, a preto e branco, chega a parecer-se com a linha clara franco-belga.
Drawn & Quarterly, 2000 e 2008
Eightball #22 e #23
Daniel Clowes
Os últimos dois números deste comic americano escrito por um dos mais imaginativos e esquizofrénico criador de BD do outro lado do Atlântico. Se o #23 conta uma série de histórias passadas numa povoação perdida nos Estados Unidos com o nome de Ice Haven, todas completando o enredo e tornando-se em algo de coerente, o #24 é uma amálgama de histórias sem nexo à volta de um rapaz geneticamente alterado pelo pai e que adquire uma força extraordinária fumando cigarros e que herdou uma pistola desintegradora (Death Ray). Vale pelo oversize e pela alienação.
Fantagraphics, 2001 e 2004
A Drifting Life
Yoshihiro Tatsumi
Que dizer de um único livro com 840 páginas sobre a história de um criador de Mangá no Japão do pós-guerra e a criação do género Gekiga (mangá underground). É um interessante e revelador documento histórico mas ao mesmo tempo uma história da vontade de fazer algo diferente e vencer num mundo muitas vezes redutor. Uma leitura cheia de nomes, lugares e épocas muito longe do aqui e agora. Mas muito actual e capaz de criar ligações com o leitor.
Drawn & Quarterly, 2009
Sleepwalk and Other Stories / Summer Blonde
Adrian Tomine
Depois de ter lido "32 Stories: The Complete Optic Nerve Mini-Comics" devo ter tido a mesma sensação do então editor e resolvi comprar o resto dos trabalhos deste autor de Berkeley na Califórnia. Comecei por ordem cronológica e já estou a pensar comprar o próximo. São histórias simples de um quotidiano normalíssimo mas contadas com um pormenor cinematográfico que cativam. Tão bonitas como um pôr-do-sol, simples e tão normal que raramente temos tempo para parar e observar com a atenção devida. Uma bela pausa para leitura.
Drawn & Quarterly, 1998 e 2002
Tout Seul
Christophe Chabouté
Há muito que não lia em francês e há muito que não lia algo de tão bom. Um livro com quase 400 páginas onde apenas há diálogos em cerca de umas três dezenas delas. Quase uma banda desenhada japonesa, mas com um ritmo europeu e um olhar cinematográfico. A história de um Quasímodo num farol num rochedo no meio do oceano. Um homem deformado, cujos pais faroleiros morreram há muito, e que não tem a coragem de se aventurar para fora daquele rochedo onde vive num farol automatizado. É alimentado por um pescador que nunca o viu e que acaba de contratar um ajudante que tenta saber o porquê de toda aquela situação e ajudar o solitário (daí o título) habitante do farol. Este vive apenas com a sua imaginação que estimula lendo o dicionário, atirando-o ao ar e lendo uma palavra aleatoriamente imaginando o que significará, limitado ao seu universo. Como quando procura o génio em todas as lâmpadas do farol depois de ler o significado da palavra Aladino… Todos temos um bocado disto?
Vents d'Ouest, 2008
Guy Delisle
Depois de ler Bruma Chronicles e Shenzen (ver ultimo iQLês) tinha que ler o mais conhecido livro de viagens em países oprimidos feito por este canadiano. Mais do que saber alguma coisa sobre a Coreia do Norte e do seu regime fiquei a saber que os franceses usam a mão de obra barata coreana para criarem quase todos os desenhos animados que passam na TV. Porque também pouco ou nada o jovem viu do país, porque o regime pouco deixa ver a alguém que tem que estar SEMPRE acompanhado por um guia apontado pelo governo.
Drawn & Quarterly, 2005
Berlin: City of Stones / Berlin: City of Smoke
Jason Lutes
Li o primeiro volume e fui logo comprar o segundo, porém terei que esperar alguns anos (talvez uns 8) pelo terceiro e último (à razão que é publicado). A história de Berlim entre 1928 e 1933, nos últimos dias da República Weimar e ascensão Nazi. A cruzilhada das vidas de uma alemã da província que se envolve com um jornalista, uma mãe comunista que se separa de um pai nazi, um judeu que ajuda os comunistas, um grupo de jazz negro americano e o sangrento 1º de Maio de 1929. Numa narrativa fluida e um desenho que, a preto e branco, chega a parecer-se com a linha clara franco-belga.
Drawn & Quarterly, 2000 e 2008
Eightball #22 e #23
Daniel Clowes
Os últimos dois números deste comic americano escrito por um dos mais imaginativos e esquizofrénico criador de BD do outro lado do Atlântico. Se o #23 conta uma série de histórias passadas numa povoação perdida nos Estados Unidos com o nome de Ice Haven, todas completando o enredo e tornando-se em algo de coerente, o #24 é uma amálgama de histórias sem nexo à volta de um rapaz geneticamente alterado pelo pai e que adquire uma força extraordinária fumando cigarros e que herdou uma pistola desintegradora (Death Ray). Vale pelo oversize e pela alienação.
Fantagraphics, 2001 e 2004
A Drifting Life
Yoshihiro Tatsumi
Que dizer de um único livro com 840 páginas sobre a história de um criador de Mangá no Japão do pós-guerra e a criação do género Gekiga (mangá underground). É um interessante e revelador documento histórico mas ao mesmo tempo uma história da vontade de fazer algo diferente e vencer num mundo muitas vezes redutor. Uma leitura cheia de nomes, lugares e épocas muito longe do aqui e agora. Mas muito actual e capaz de criar ligações com o leitor.
Drawn & Quarterly, 2009
Sleepwalk and Other Stories / Summer Blonde
Adrian Tomine
Depois de ter lido "32 Stories: The Complete Optic Nerve Mini-Comics" devo ter tido a mesma sensação do então editor e resolvi comprar o resto dos trabalhos deste autor de Berkeley na Califórnia. Comecei por ordem cronológica e já estou a pensar comprar o próximo. São histórias simples de um quotidiano normalíssimo mas contadas com um pormenor cinematográfico que cativam. Tão bonitas como um pôr-do-sol, simples e tão normal que raramente temos tempo para parar e observar com a atenção devida. Uma bela pausa para leitura.
Drawn & Quarterly, 1998 e 2002
Tout Seul
Christophe Chabouté
Há muito que não lia em francês e há muito que não lia algo de tão bom. Um livro com quase 400 páginas onde apenas há diálogos em cerca de umas três dezenas delas. Quase uma banda desenhada japonesa, mas com um ritmo europeu e um olhar cinematográfico. A história de um Quasímodo num farol num rochedo no meio do oceano. Um homem deformado, cujos pais faroleiros morreram há muito, e que não tem a coragem de se aventurar para fora daquele rochedo onde vive num farol automatizado. É alimentado por um pescador que nunca o viu e que acaba de contratar um ajudante que tenta saber o porquê de toda aquela situação e ajudar o solitário (daí o título) habitante do farol. Este vive apenas com a sua imaginação que estimula lendo o dicionário, atirando-o ao ar e lendo uma palavra aleatoriamente imaginando o que significará, limitado ao seu universo. Como quando procura o génio em todas as lâmpadas do farol depois de ler o significado da palavra Aladino… Todos temos um bocado disto?
Vents d'Ouest, 2008
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