sábado, março 18, 2006

A minha vida dava um filme do Alfred Hitchcock (pt. 6)

Há quase dois meses, depois do telefonema da Sra. C. S. da Fodicis a comunicar-me que a conta do Banco BETS usada na transferência do dinheiro emprestado estava igualmente em meu nome, consegui o contacto de alguém dentro da instituição de modo a saber como tal era possível e expor a situação de modo a obter a tal carta confirmando que a dita conta tinha sido aberta com documentos que não eram os meus.

Assim, falei com um amigo cuja rede no LinkedIn incluía uma pessoa que trabalha no Banco BETS e pedi-lhe que me pusesse em contacto com a dita pessoa. Escrevi à pessoa em causa que de imediato entrou em contacto com a Direcção de Apoio a Clientes e em pouco tempo estava a enviar um fax, com a máxima urgência, a expor a situação, que seguiu ainda nesse mesmo dia também por correio azul para o Banco BETS. A 24 de Janeiro, o processo foi reencaminhado para o departamento de auditoria do Banco BSE, uma vez que o Banco BETS pertence ao mesmo grupo e é uma estrutura muito mais simples.

Umas duas semanas depois e como não obtinha nenhuma resposta nem do Bets nem do BSE e como a Sra. M.J.F. – o meu contacto no BETS – estava de férias, entrei em contacto com o Centro BETS no Porto. Telefonei...

- "Estou sim? Centro Banco BETS..." – responde-me uma menina do outro lado. E comecei a expor a situação:
- "Bom dia! O meu nome é Rui Gonçalves e há cerca de mês e meio fui confrontado com..." – E continuei com a história, e a meio, ouve-se um telemóvel a tocar do outro lado com a música do D'Artacão como toque. Continuei até que fui interrompido:
- "Desculpe! Mas tenho aqui outra chamada em espera..." – Interrompeu-me a menina para atender o telemóvel do D'Artacão. E ouve-se do outro lado:
- "Sim, Mãe! Já sei... Pois... Mas... 'Tá bem... Mãe, tenho aqui um senhor em linha e depois falamos, 'tá bem? 'Tá bem... Eu sei! Claro... Pois... Ok! Então vá! Até já!" – ao que voltou à minha chamada.
- "Peço desculpa!..." – ao que voltámos à minha história. Até que a um dado ponto perguntei:
- "Segundo sei não é possível abrir uma conta sem a presença física da pessoa, que quer abrir a conta, com os seus documentos. Como pode acontecer uma coisa destas?" – mas porque é que eu fui perguntar? Eu até já sabia a resposta, mas mesmo assim seguiu-se discurso institucional.
- "À altura que esta conta foi aberta, antes de Setembro de 2005, uma pessoa que desejasse abrir uma conta à ordem no Banco BETS teria que preencher um formulário na internet e a enviar por correio um contrato de abertura de conta com a instituição, previamente enviado pela instituição, acompanhada com uma cópia do bilhete de identidade, uma cópia o cartão de contribuinte e uma prova de residência que podia ser uma conta qualquer desde que a mesma estivesse em nome do 1º titular da conta a abrir. Porém depois dessa data a lei mudou e é preciso a presença física do titular da conta para que esta seja efectivamente aberta e disponibilizada. Ou seja, e como pode ver, esta conta foi aberta antes da mudança da lei sobre as instituições bancárias em Portugal." – E lá se foram mais dois ou três minutos de conversação, até que a menina conseguiu parar com a conversa que tinha mecanizada.
- "Ok! Minha senhora, de uma coisa eu tenho a certeza, não fui eu que abri essa conta e não fui eu que pedi o empréstimo em causa. A Fodicis anda a pressionar-me para apresentar uma declaração vossa para não avançar com a queixa ao Banco de Portugal. Se isso acontecer, eu estarei impedido de realizar uma série operações bancárias até que o caso seja resolvido. E quando o caso ficar resolvido, com a minha ilibação, tem consciência que irão existir pedidos de indemnização por isso? Pois o que eu quero é que nada disso aconteça, assim como a senhora, como funcionária do Banco Bets, deve querer. Por isso, minha senhora, tente saber como está o caso e o que devo dizer ao Fodicis."
- "Compreendo perfeitamente!" – disse ela – "Entrarei em contacto consigo assim que conseguir saber a informação que pretende, o mais tardar até ao fim da semana".
E ficámos por ali!

Apesar de me ter telefonado, de eu ter contactado a Sra. M.J.F. e de ter já falado com uma terceira pessoa, a resposta continua a ser a mesma "O que nos transmitem do lado do BSE é que vão entrar em contacto consigo." E que "está a ser preparada uma carta que segundo o BETS será enviada para o cliente ainda esta semana. Não dá para saber pormenores porque a auditoria não costuma dar esse tipo de informação."

E estamos nisto desde 24 de Janeiro...
(Talvez não acreditem mas o Ministério Público já fez mais que o BSE, mas esperem pelo próximo episódio da série.)

1 comentário:

Anónimo disse...

Isso já não é um filme mas sim uma novela daquelas mexicanas com 10000 episódios previsto...se fosse a ti. Metia um processo contra o banco, contra a Fodicis e lixava os gajos porque tens a razão ao teu lado. Ganda stress!!!

Abraço, Alex