Estava aqui a ouvir o álbum de homenagem a Martin Hannett, o produtor dos Joy Division, Happy Mondays, U2, New Order, The Durutti Column e tantos outros - "Zero: A Martin Hannett Story 1977-1991" - e encontrei um tema de um senhor que já não ouvia desde que não uso gira-discos ou leitor de cassetes. Um tal de John Cooper Clark, que lia dois poemas no "Short Circuit - Live at the Electric Circus" uma das primeiras gravações dos Joy Division (que eu, como fã, tinha e ouvia regularmente). O homem é mesmo britânico e tem um senso de humor apurado... Em verso! E até de visual...
Here he comes now....
The fast fingers, the expert eyes
And the same old 'how'd you do'
Disgust is just his dumb disguise
He wants a word with you
His problems are the end
His mouth needs exercise
The last thing I need is another friend
I don't want to be nice
I don't want to be nice
I think it's clever to swear
Better seek some sound advice
Better look elsewhere
Your face is an obvious case
You shouldn't put it about
This is neither the time nor place
To sort these matters out
What you see is what you get
You only live twice
A friend in need is a friend in debt
I don't want to be nice
No we never met before
I'm very happy to say
Far from perfect strangers
I'd like to keep it that way
I'm not your psychoanalyst
I'd rather talk to mice
You're so easy to resist
I don't want to be nice
I don't want to be nice
I think it's clever to swear
Better seek some sound advice
Better look elsewhere
Your face is an obvious case
You shouldn't put it about
This is neither the time nor place
To sort these matters out
What you see is what you get
You only live twice
A friend in need is a friend in dept
I don't want to be nice
Tudo começou em 2000 com a minha ida para a Califórnia para um estágio. As Crónicas foram servindo de diário da aventura. E continuam, mesmo depois de voltar... E de voltar a sair para Inglaterra, Japão, Luxemburgo, França, Finlândia, Holanda, São Tomé, etc...
Cada aventura ou momento que me permito partilhar está aqui nas Crónicas da Califórnia.
sexta-feira, junho 29, 2007
I don't want to be nice
terça-feira, junho 26, 2007
Sonhos de África
Não costumo lembrar-me muito dos meus sonhos, mas domingo de madrugada consegui recordar com exactidão o que tinha sonhado durante a noite. E estava tão nítido que temo que tenha alguma mensagem subliminar que ainda não consegui interpretar. Alguém aí me ajuda a interpretá-lo?
Viajava com um grupo de pessoas, amigos eventualmente, onde se incluía a Cláudia e o Baltasar. Ele ainda era pequeno, mas penso que já andava. Viajávamos em dois ou três jipes, ao longo da costa oeste de África, de Sul para Norte. Teríamos eventualmente ido de barco até algures na Mauritânia e subíamos até Marrocos, o nosso destino final, antes de voltarmos à península Ibérica.
A cena passa-se algures na Argélia, muito próximo da fronteira com Marrocos. No sul da Argélia, depois de nos termos perdido na nossa rota e falharmos a fronteira com Marrocos, encontrámos uma pequena cidade argelina. Lembro-me claramente das cores castanhas das casas e as ruas estreitas, que suponho são típicas naquele região do mundo, uma vez que nunca lá estive.
Obviamente houve algum burburinho à chegada destes ocidentais de jipe. Era fim de tarde e cheirava a deserto. Nós estávamos cansados e imundos, depois de alguns dias no deserto. E procurámos um sítio onde pernoitar ou indicações para chegar a outro local (não sei bem), mas éramos rodeados pela população local que nos queria vender algo e que não nos deixava avançar na nossa procura. Queríamos sair dali mas cada vez aglomerava-se mais gente à nossa volta, tornando a tarefa cada vez mais difícil. Lembro-me claramente de tentar salvaguardar a Cláudia, que trazia o Baltasar ao colo, da horda de locais. Mas com a confusão separámo-nos…
Até que a dada altura, quando tentava fugir da população e re-encontrar o resto dos companheiros de viagem, com quem estavam a Cláudia e o Baltasar, apareceram um grupo de negros, uns quatro ou cinco, altos e magros, mas robustos. Não eram locais, pois os locais não eram tão negros e tão altos. E a roupa era mesmo diferente.
Durante uns metros seguiram-me, acelerando o passo e intimidando-me. Até que me dirigiram a palavra, em francês (sim, lembro-me!) e disseram ser Senegaleses (quer acreditem quer não, eu achava que o Senegal era bem mais a sul e nem imaginava que fazia fronteira com a Mauritânia, mas a verdade é que ambos os nomes dos países estavam no meu sonho).
Parei e ameaçaram-me. Não tinham armas, mas um deles avançou na minha direcção com a intenção de me bater. Agarrou-me nos colarinhos e perguntou-me se eu estava a candidatar-me a presidente e se estava ali para fazer campanha eleitoral. Os outros ficaram atrás a ver, mas nenhum deles tinha mesmo intenção de fazer mal, mas apenas intimidar a mando do presidente da câmara municipal local (segundo eles me disseram).
E não me lembro de mais nada, pois acho que a seguir acordei com o Baltasar. Mas fiquei com estas imagens vivas na minha cabeça. E o mais impressionante é que me lembro das casas, do cheiro, da poeira do deserto, das cores do pôr-do-sol, de ser na Argélia, de ter viajado para a Mauritânia e de os tipos serem Senegaleses e de falarem francês. Como se realmente lá tivesse estado…
Viajava com um grupo de pessoas, amigos eventualmente, onde se incluía a Cláudia e o Baltasar. Ele ainda era pequeno, mas penso que já andava. Viajávamos em dois ou três jipes, ao longo da costa oeste de África, de Sul para Norte. Teríamos eventualmente ido de barco até algures na Mauritânia e subíamos até Marrocos, o nosso destino final, antes de voltarmos à península Ibérica.
A cena passa-se algures na Argélia, muito próximo da fronteira com Marrocos. No sul da Argélia, depois de nos termos perdido na nossa rota e falharmos a fronteira com Marrocos, encontrámos uma pequena cidade argelina. Lembro-me claramente das cores castanhas das casas e as ruas estreitas, que suponho são típicas naquele região do mundo, uma vez que nunca lá estive.
Obviamente houve algum burburinho à chegada destes ocidentais de jipe. Era fim de tarde e cheirava a deserto. Nós estávamos cansados e imundos, depois de alguns dias no deserto. E procurámos um sítio onde pernoitar ou indicações para chegar a outro local (não sei bem), mas éramos rodeados pela população local que nos queria vender algo e que não nos deixava avançar na nossa procura. Queríamos sair dali mas cada vez aglomerava-se mais gente à nossa volta, tornando a tarefa cada vez mais difícil. Lembro-me claramente de tentar salvaguardar a Cláudia, que trazia o Baltasar ao colo, da horda de locais. Mas com a confusão separámo-nos…
Até que a dada altura, quando tentava fugir da população e re-encontrar o resto dos companheiros de viagem, com quem estavam a Cláudia e o Baltasar, apareceram um grupo de negros, uns quatro ou cinco, altos e magros, mas robustos. Não eram locais, pois os locais não eram tão negros e tão altos. E a roupa era mesmo diferente.
Durante uns metros seguiram-me, acelerando o passo e intimidando-me. Até que me dirigiram a palavra, em francês (sim, lembro-me!) e disseram ser Senegaleses (quer acreditem quer não, eu achava que o Senegal era bem mais a sul e nem imaginava que fazia fronteira com a Mauritânia, mas a verdade é que ambos os nomes dos países estavam no meu sonho).
Parei e ameaçaram-me. Não tinham armas, mas um deles avançou na minha direcção com a intenção de me bater. Agarrou-me nos colarinhos e perguntou-me se eu estava a candidatar-me a presidente e se estava ali para fazer campanha eleitoral. Os outros ficaram atrás a ver, mas nenhum deles tinha mesmo intenção de fazer mal, mas apenas intimidar a mando do presidente da câmara municipal local (segundo eles me disseram).
E não me lembro de mais nada, pois acho que a seguir acordei com o Baltasar. Mas fiquei com estas imagens vivas na minha cabeça. E o mais impressionante é que me lembro das casas, do cheiro, da poeira do deserto, das cores do pôr-do-sol, de ser na Argélia, de ter viajado para a Mauritânia e de os tipos serem Senegaleses e de falarem francês. Como se realmente lá tivesse estado…
sexta-feira, junho 01, 2007
Aniversário
Há um ano estava um calor insuportável. O dia começou muito cedo, com a ida da Cláudia para o Hospital. Eu passei o dia a telefonar para o bloco de partos e a instalar um gravador de DVDs no PC.
Mais ou menos a esta hora fui comer uma francesinha ao Alicarius, aqui em Aveiro, com dois amigos - o Baltazar e o Fonseca. Comi muito à pressa, porque no último telefonema disseram-me, do bloco de partos, que lá estivesse por volta das 21:30 porque a Cláudia ia para o Bloco Operatório e podia estar um bocado com ela.
Desci no elevador com ela. Ela tinha contracções e quase não me ligava. Eu, nervoso, tentei ler um livro no corredor, que não tinha cadeiras para me sentar.
De repente, um enfermeiro, chamou-me para o bloco e... Lá estava ele! O Baltasar a chorar! Todo enrugado e vermelho! Vivo...
Foi há um ano, às 22:21! No dia Internacional da Criança... Que melhor prenda queríamos todos?
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