quinta-feira, novembro 09, 2006

Recordar: O que eu não fiz...

Em Moçambique, nasci, mas nunca mais lá voltei.
Em Portugal, fui à Madeira de barco-à-vela, mas nunca fui à Malcata.
Em Espanha, comi tapas, mas não fui a Cuenca.
Em França, bebi Bordeaux, mas não bebi champagne.
No México, bebi Tecate, mas não bebi tequilla.
Na Escócia, comi black pudding, mas não bebi whiskey.
Nos Estados Unidos, visitei 5 estados, mas não fui ao Burning Man.
Na Bélgica, bebi muita cerveja, mas não visitei a Leffe.
Na Holanda, fui a um coffee shop, mas não comi um space cake.
No Canadá, estive um fim-de-tarde, mas não jantei.
Em São Tomé, comi muita fruta exótica, mas não provei os caracóis.
Em Andorra, comprei um DVD, mas não fiz ski.
Na Finlândia, tomei banho nos lagos, mas não fiz sauna.
Na Croácia, fiz muita praia, mas não fiz nudismo.
Na Alemanha, tive tão ocupado que já nem sei o que fiz.
No Japão, bebi muito saké, mas não fui ao karaoke.
Na Bósnia-Herzegovina, fui a Mostar, mas não fui a Sarajevo.
No Luxemburgo, visitei os jardins, mas não visitei as catacumbas.
Na Irlanda, fiz muitos quilómetros, mas não fui feliz.
No País de Gales, passei e quase nem parei.
Na Inglaterra, aprendi muito, mas... Porque é que não fiquei lá?

Já só me faltam visitar 172 países neste planeta. Pelo que, mesmo à razão de visitar dois países por ano, eram preciso mais 86 anos para visitar todos. E mesmo que eu quisesse ter uma média de visita de um país por ano de vida, ainda me faltam 16. Pelo que teria que nos próximos 16 anos visitar dois por ano para poder estabelecer essa marca.

O melhor é nem pensar muito nisso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Rui, tens que mudar de profissão, que tal inscreveres-te como hospedeiro de avião, assim passas a conhecer muitos mais países!
Já agora, aqui vai um texto de um escritor transmontano, que podes encontra em:
http://canhoes.blogspot.com/


A viagem ideal

Mesmo na mocidade nunca fui viajante aventuroso, e se de vez em quando invejo os que são capazes de correr o mundo de saco às costas, dormindo ao relento, a ideia de viajar sem conforto logo me cura da inveja.


Também nunca tive um interesse por aí além em me misturar com os povos que visitei, ou de conhecer em cada país as opiniões do “homem da rua”. E as paisagens... Ah! As paisagens podem ser grandiosas, inesperadas, espectaculares, mas quando se é apenas viajante, aquele que passa preso ao fio ténue da curiosidade, mal a surpresa esmorece logo elas fatigam.

Assim, curiosamente, as viagens que até agora mais me enriqueceram o espírito nunca foram as que eu próprio fiz, mas aquelas alheias em que pela leitura participei como que por procuração. E pouco se me dá que a minha visão do mundo, dos exotismos do mundo, seja desse modo quase toda emprestada. A viagem ideal? Atravessar a Índia com um bom livro sem sair da cama.

J. Rentes de Carvalho



luisboticas

Nuno Guronsan disse...

A única crítica que te posso apontar é a do karaoke, por razões óbvias ;)
Abraço.