sexta-feira, maio 19, 2006

Será que?

Sempre fui criticado por ter tido muitos empregos, nos primeiros anos do meu currículo. Depois disso e durante anos dediquei-me quase a 100% a uma empresa só. A educação que tivemos fazem-nos pensar que um emprego é para o resto da vida, mas um dia as coisas acontecem e apercebemo-nos que afinal de contas estivemos ausentes de nós próprios e de repente despertamos para a realidade. Durante este período, não fomos nós, mas sim aquilo que alguém queria que nós fossemos. Um trabalhador exemplar. Um engenheiro "à-moda-antiga" que se dedica ao trabalho e que se esquece do que mais gosta. Esquece-se da família, dos amigos e dos hobbies.

Estar parado tem-me ajudado a pensar que se não dedicar bastante tempo àquilo que realmente gosto na verdade vou-me sempre sentir frustado. E que não sei até que ponto é que a engenharia me faz sentir verdadeiramente completo. Se calhar essas mudanças de emprego são um sinal disso, apenas eu não o vi. Acho que o que me fez ficar tanto tempo naquela empresa foram outras coisas que não a engenharia. Foram o bom ambiente no grupo de trabalho, os constantes contactos internacionais, as frequentes formações e as minhas funções de gestão.

Começo a achar que tenho que escolher um emprego que me permita conviver com pessoas de bem, onde tenha contactos internacionais, onde possa aprender e onde desempenhe uma função de gestão. O problema é que no currículo tenho apenas como formação académica Engenharia. Tenho que arranjar uma formação de Gestão.

1 comentário:

Navel disse...

bem, como eu te entendo! Aos 27 anos, até tenho "vergonha" de ter andado a saltar tanto... Só ainda não descobri o sítio onde queira ficar mais do que um ano. Ou onde me deixem ficar mais que um ano. E no final de contas, sinto exactamente o mesmo. Tenho que arranjar formação em gestão (mas mesmo isso está difícil... Vamos la´ver se há terceira é de vez)
Boa sorte na procura de emprego. Ou como prefiro dizer, de trabalho.